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Por: Museu da Pessoa, 1 de novembro de 2013

Telegrama de aniversário

Esta história contém:

Telegrama de aniversário

Fui criado com as minhas irmãs, meus pais se separaram muito novos, eu tinha meses de idade e o meu pai criou a gente, uns dez filhos, e depois que eu fui crescendo que a minha mãe separada, ela mora com outro homem, de vez em quando, eu ia visitar e minhas irmãs… a mais velha me criou, eu que sou o mais novo de casa.

Gosto muito de futebol, tinha um campinho perto de casa, lá, mas o trabalho puxou logo, porque eu tinha uma irmã que era mãe solteira e meu pai ganhava muito pouco naquele tempo, né, era engraxate ele, e “instrutou” a família, mesmo sendo engraxate, ele “instrutou” dez filho e eu comecei a trabalhar com 15 anos. Trabalhava o dia inteiro, muita gente dormia em rede, porque tinha umas cama, mas não dava, né, apesar de ser três quartos, mas tinha a rede, que botava do lado, botava do outro, às vezes, ficava por cima do outro, né, pra caber, senão, não dava não.

O meu primeiro emprego foi numa fábrica de calçado com 15 anos, nove meses lá na Pajuçara, próximo aqui a Fortaleza, passei nove meses lá e não deu certo, eu fui pra outra, na Araponga, passei uns três anos, mais ou menos. Ai, eu tive um problema particular, ai eu falei com o meu chefe, digo: “Não vou querer mais trabalhar lá”, ai ele viu que eu era uma pessoa muito trabalhadora, disse: “Não sai não”, ele me deu uma puta força, né? “Não sai não” “Não, mas eu quero sair, se você fazer isso por mim, eu lhe agradeço muito”, até disse pra ele. E sai, né, uns três anos mais ou menos, depois trabalhei de continuo na loja Itamarati, aqui no centro e depois da Itamarati, passei uns poucos meses, ai o Correios me chamou, em 87, eu fiz uma ficha aqui. E pra nós, que somos do setor onde eu era antes, passou pra um outro setor e naquele tempo, o diretor era o João Porto, que Deus o tenha também, ai mandaram me chamar, ai eu fiquei no setor de um colega meu, de manutenção onde estou...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom Frans, primeiro, eu queria agradecer, tá, a sua disponibilidade para dar a sua entrevista. Pra questão de identificação, eu queria que você falasse o seu nome completo, om local e a data de seu nascimento

R – Meu nome é Fransberlan Pereira Elias, nasci em 20 de agosto de 66, Fortaleza, Ceará

P/1 – Fortaleza, Ceará, perfeito. Bom, Frans, então, antes de começar sobre a sua historia mesmo, eu queria voltar um pouco então para as suas origens, sua família, você conhece a origem da sua família? Nome dos seus pais, de onde eles vieram, por exemplo, o que eles faziam.

R – Na verdade, eu fui criado assim com as irmãs, né, que meus pais separaram muito novos, eu, né, tinha o quê? Meses de idade e o meu pai criou a gente, os filhos, se não me engano, uns dez filhos, né, e depois que eu fui crescendo que a minha mãe separada, ela mora com outro homem, né, de vez em quando, eu ia visitar e minhas irmãs… a mais velha criou eu que sou o mais novo de casa foi ela que me criou praticamente.

P/1 – Entendi. Onde vocês moravam?

R – Quando eu cheguei no Zé Valter, eu tinha uns quatro anos…

P/1 – É o que você lembra, o primeiro que você lembra, como que é?

R – No Conjunto José Valter. Eu entrei lá a infância toda, naquele tempo, 13, 14 anos, a gente ia… tempo da tertúlia, fazia festa nas casas dos outros, pessoal pegava um som, levava, não tinha briga, a gente saía… era segunda, terça e quarta à tarde, saía na segunda e pra quarta, andando, voltava duas horas da manhã, três horas da manhã, não tinha nada, não tinha assalto, hoje, nêgo na faz mais isso, a pé não.

P/1 – O quê que aconteceu com esse bairro?

R – Pois é, acho que que não foi só o bairro, né, acho que em várias cidades… mudou, ninguém sabe como foi que mudou pra ficar desse jeito, né, nem só Fortaleza, como em outros estados, eu acho que mudaram muito…

P/1 – Bom, me conta um pouco, como é que era o bairro? Você se...

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