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História
Por: Museu da Pessoa, 5 de abril de 2022

Sou persistente, quando falei que vinha, nasci

Esta história contém:

Sou persistente, quando falei que vinha, nasci

Vídeo

P/1 - Dona Maria, obrigado por estar aqui de novo falando. Qual é o seu nome completo, data de nascimento e local?

R - Eu agradeço, é uma honra estar aqui com vocês. Eu me chamo Maria de Jesus Pereira Santana, eu nasci dia 28/02/1955, em uma segunda-feira chuvosa em São Paulo.

P/1 - Maria você nasceu em que hospital, ou você nasceu em casa?

R - Eu nasci em casa.

P/1 - Como é que foi esse dia, contaram para senhora?

R - Me contaram que foi um dia que chovia muito, e o meu irmão tinha nascido no Leonor Mendes de Barros, e para lá seria o meu destino, mas como diz a minha filha, como eu sou muito sortuda, eles não conseguiram me levar para a maternidade porque chovia muito e a minha mãe estava passando mal e meu pai chamou uma parteira, e essa parteira era uma senhora evangélica que não enxergava direito e não tinha luz, então ela teve muita dificuldade de fazer esse parto e ela fez uma promessa para a igreja dela: que se fosse homem, seria José de Jesus, e se fosse mulher, seria Maria de Jesus, e que o primeiro lugar que eu iria quando saísse de casa, seria na igreja dela, ser apresentada por 07 pastores. Depois que tudo foi concluído, ela perguntou para a minha mãe, “dá para cumprir a promessa?” Minha mãe falou, claro que eu vou cumprir a promessa, e isso foi feito. O mais interessante é que lá na frente, 20 anos depois, eu fui morar no bairro, na gravidez e encontrei um dos pastores que tinha me apresentado lá na igreja.

P/1 - Nessa época você e a sua família moravam?

R - Na Vila Gustavo. Eu, minha mãe, meu irmão, meu pai.

P/1 - E era comum nesse bairro ter parteiras?

R - Eu acredito que na época sim, porque era Avenida Bosquete - Lote 15. Você vê que não tinha nem numeração, era lote, uma rua toda esburacada, de terra. Eu acho que nessa época era comum sim, ou então ir lá levar no Leonor Mendes de Barros, acho que é no Tatuapé, meu irmão nasceu lá, e eu sortuda nasci em casa.

P/1 - E...

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Dados de acervo

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Projeto Cotidianos Invisíveis da Ditadura

Entrevista de Maria de Jesus Pereira Santana

Entrevistada por: Lucas Torigoe (P/1), Luis Ludmer (P/2)

São Paulo, 05 de abril de 2022.

Código: COIND_HV_002

P/1 - Dona Maria, obrigado por estar aqui de novo falando. Qual é o seu nome completo, data de nascimento e local?

R - Eu agradeço, é uma honra estar aqui com vocês. Eu me chamo Maria de Jesus Pereira Santana, eu nasci dia 28/02/1955, em uma segunda-feira chuvosa em São Paulo.

P/1 - Maria você nasceu em que hospital, ou você nasceu em casa?

R - Eu nasci em casa.

P/1 - Como é que foi esse dia, contaram para senhora?

R - Me contaram que foi um dia que chovia muito, e o meu irmão tinha nascido no Leonor Mendes de Barros, e para lá seria o meu destino, mas como diz a minha filha, como eu sou muito sortuda, eles não conseguiram me levar para a maternidade porque chovia muito e a minha mãe estava passando mal e meu pai chamou uma parteira, e essa parteira era uma senhora evangélica que não enxergava direito e não tinha luz, então ela teve muita dificuldade de fazer esse parto e ela fez uma promessa para a igreja dela: que se fosse homem, seria José de Jesus, e se fosse mulher, seria Maria de Jesus, e que o primeiro lugar que eu iria quando saísse de casa, seria na igreja dela, ser apresentada por 07 pastores. Depois que tudo foi concluído, ela perguntou para a minha mãe, “dá para cumprir a promessa?” Minha mãe falou, claro que eu vou cumprir a promessa, e isso foi feito. O mais interessante é que lá na frente, 20 anos depois, eu fui morar no bairro, na gravidez e encontrei um dos pastores que tinha me apresentado lá na igreja.

P/1 - Nessa época você e a sua família moravam?

R - Na Vila Gustavo. Eu, minha mãe, meu irmão, meu pai.

P/1 - E era comum nesse bairro ter parteiras?

R - Eu acredito que na época sim, porque era Avenida Bosquete - Lote 15. Você vê que não tinha nem numeração, era lote, uma rua toda esburacada, de...

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