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Personagem: Laura Faria poesita
Por: Laura Faria poesita, 18 de abril de 2025

Sou Laura Faria puri descendente dos povos indígenas

Esta história contém:

Sou Laura Faria puri descendente dos povos indígenas

Sou Laura Faria Puri, descendente dos povos indígenas Puri.

Meus bisavós eram indígenas, mas não há registro deles; apenas sei o que minha mãe e meu pai contavam. Cresci ouvindo as histórias do nosso povo. Infelizmente, muitas tradições se perderam devido ao medo das violências sofridas e aos preconceitos.

Minha mãe narrava que minha bisavó materna era uma parteira muito respeitada. Pessoas vinham de longe para chamá-la e realizar partos. Ela tinha o dom de, apenas com as mãos na barriga da mulher, identificar a posição do bebê e prever se o parto estava próximo ou não. Caminhava longas distâncias de uma cidade a outra a pé, e descalço. Os chás, banhos e rezas que ela usava foram passados de geração em geração na família. Até hoje conheço muitos deles, úteis para curar febres, dores no corpo, gripes.

Minha mãe contava também que, sempre que minha avó ouvia o som de um cavalo, mandava todos se esconderem no mato, pois o povo Puri era calmo, mas vivia sob constantes ameaças.

Até os 17 anos, fui criada em uma casa com um quintal grande . Cresci rodeada de animais: galinhas, gansos, patos, porcos e cachorros, galinhola. Costumava até dar aulas para eles! Tínhamos muitas frutas, lagos uma infância que hoje considero perfeita. O cuidado com a natureza era notório por parte dos meus pais. Usávamos água do poço , no quintal, havia até uma lagoa para os patos e gansos, além de pés de cana caiana.

Por trás dos sorrisos, havia histórias dolorosas. Meu pai contava que um dia sua irmã estava no quintal, com os cabelos soltos, quando um grupo de homens armados a levou. Eles foram pegos de surpresa e, desde então, meu pai nunca mais a viu. Ele nunca gostou que eu alisasse muito meu cabelo, pois carregava consigo esse trauma sombrio. Quando ouvia o som de um cavalo, ele abaixava a cabeça e olhava para baixo, tomado pela dor e pelo sofrimento.

Minha avó, segundo minha mãe, estava sentada à sombra...

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