Engraçado contar uma história sem saber pra quem exatamente....
O total da minha história tem 31 anos, mas vou contar só uma parte dela, a que fará parte do futuro!
Sempre fui boa aluna, daquelas CDF's, só não era tachada de nerd porque sempre fui bonitinha e arrumadinha, senão certamente sofreria bullying (tão famoso nos dias de hoje).
Sempre quis fazer direito, mas depois que passei na faculdade fui pesquisar e desisti.Não sei por que cargas d'água fui fazer hotelaria, só sei que foi assim! (na verdade tinham alguns rumores de que hotelaria no Brasil seria a profissão do futuro, acho que por isso resolvi arriscar).
No último ano me apaixonei por cozinha, ganhei uma bolsa e fui estudar na França, foi incrível, conheci gente do mundo inteiro, viajei pela Europa, fiz uns 100 amigos (que hoje só vejo no Facebook).
Voltei, comecei a estagiar e depois a trabalhar, labuta dura de hotel...6 dias de trabalho e 1 de folga (sempre na segunda ou terça, quando todo mundo está trabalhando, mas dias incríveis para ir ao cinema).
Trabalhei, trabalhei muito, muitas horas, muitos cremes de confeiteiro, muitos brownies, éclairs, tuilles, macarrons e alguns quilinhos também.
Daí recebi um convite pra abrir um restaurante; foi tudo muito rápido...obras, funcionamento,Caras, Quem, Contigo, avaliação de críticos, eventos, gente que entra e sai, que come e bebe e pumba...não deu mais, sócios infelizes, fase difícil...vendemos, melhor pra todo mundo (não exatamente pra mim, sensação de fracasso aos 24 anos desmotiva a gente).
Mas "vambora"....currículo por email, nas portarias, pra amigos e amigos de amigos!
Caí de paraquedas numa rede de alimentação, pra cuidar de franquias e parcerias.
A menina do marketing sentava na minha frente e ficamos amigas, daquelas amigas de trabalho, conversas no almoço e cafezinho.
Um dia ela tava falando do seu namoradO e quando foi me contar um episódio um ELA escapou.
...como assim ela? vc...
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Engraçado contar uma história sem saber pra quem exatamente....
O total da minha história tem 31 anos, mas vou contar só uma parte dela, a que fará parte do futuro!
Sempre fui boa aluna, daquelas CDF's, só não era tachada de nerd porque sempre fui bonitinha e arrumadinha, senão certamente sofreria bullying (tão famoso nos dias de hoje).
Sempre quis fazer direito, mas depois que passei na faculdade fui pesquisar e desisti.Não sei por que cargas d'água fui fazer hotelaria, só sei que foi assim! (na verdade tinham alguns rumores de que hotelaria no Brasil seria a profissão do futuro, acho que por isso resolvi arriscar).
No último ano me apaixonei por cozinha, ganhei uma bolsa e fui estudar na França, foi incrível, conheci gente do mundo inteiro, viajei pela Europa, fiz uns 100 amigos (que hoje só vejo no Facebook).
Voltei, comecei a estagiar e depois a trabalhar, labuta dura de hotel...6 dias de trabalho e 1 de folga (sempre na segunda ou terça, quando todo mundo está trabalhando, mas dias incríveis para ir ao cinema).
Trabalhei, trabalhei muito, muitas horas, muitos cremes de confeiteiro, muitos brownies, éclairs, tuilles, macarrons e alguns quilinhos também.
Daí recebi um convite pra abrir um restaurante; foi tudo muito rápido...obras, funcionamento,Caras, Quem, Contigo, avaliação de críticos, eventos, gente que entra e sai, que come e bebe e pumba...não deu mais, sócios infelizes, fase difícil...vendemos, melhor pra todo mundo (não exatamente pra mim, sensação de fracasso aos 24 anos desmotiva a gente).
Mas "vambora"....currículo por email, nas portarias, pra amigos e amigos de amigos!
Caí de paraquedas numa rede de alimentação, pra cuidar de franquias e parcerias.
A menina do marketing sentava na minha frente e ficamos amigas, daquelas amigas de trabalho, conversas no almoço e cafezinho.
Um dia ela tava falando do seu namoradO e quando foi me contar um episódio um ELA escapou.
...como assim ela? vc errou né, é ele?
Ela respondeu: não não, é ela mesmo!
- juraaaaa? que legal!
Pronto,a partir desse dia eu comecei a assitir a seriados de gays, a sair com ela, ser paquerada nas festas, morria de rir, me divertia horrores!Gostava dela, queria saber mais sobre aquele universo.
Nessa fase eu estava solteira, tinha terminado um namoro de 4 anos, que veio depois de um namoro de 3 anos...bem namoradeira eu.....mas a fase de solteirice estava ótima: festas, amigos, baladas, beijo na boca, sem compromisso com nada nem ninguém.
Uns meninos queriam namorar, mas eu não queria, tinha prometido pra mim mesma ficar pelo menos 1 ano solteira, pra me conhecer melhor; eles eram fofos, até.
Umas meninas começaram a querer me namorar tambem....mas eu nao queria messssmo, até tinha curiosidade, mas nao gostava de nenhuma a ponto de querer experimentar.
Baladas, jantares, sinuca, bares, festivais, shows, eu ia em tudo....uma máquina de respirar tudo ao mesmo tempo agora....
Até que numa viagem pra Paúba ouvi um plim....uma coisa esquisita...
Uma das amigas da menina do marketing despertou alguma coisa em mim...achei que eu tava viajando...jogamos truco, vimos uns 15 episódios de Lost e foi isso.
No final de semana seguinte eu fugi dessa turma pra pensar um pouco...mas fiquei com uma saudadinha estranha.
E no outro final de semana ia rolar uma viagem para o interior, com ela e outras meninas....aí eu fui.
Se eu disser que tinha um pterodáctilo no estômago vcs acreditam? (porque borboleta é pouco...)
Conversamos muuuuito, sobre tudo do mundo. Ela sabia que eu estava super afim, mas não podia fazer nada, segundo ela a iniciativa tinha que ser minha, pois eu era a HT (hetero).
Papo vai, papo vem...e naaaadaaaaaaaa, meu Deus, sacode essa menina!
Já tava desesperada...não tinha a me-nor ideia do que fazer....
Então ...ai ai...fomos dormir, umas 5 da manhã...ela sentiu que eu tava inquieta e veio mais perto, pronto...tasquei-lhe um beijo!
Ela estava tãaaaao nervosa que tremia...eu sinceramente achei que teríamos que ir ao hospital de tanto que a bichinha tremia...não sabia que era de nervoso....mas depois passou...dormimos, o sono tranquilo e leve dos beijos justos.
Voltamos e no dia seguinte à noite já nos vimos...mulher é assim mesmo...gruda!
Nos falamos por email durante a semana e eu tinha viagem marcada para o RJ, hotel de graça e tudo...a convidei (ela estranhou, me achou meio doida de convidar sem conhecer direito, mas aceitou :))
Eu iria com mais 2 amigas (HT's), mas quando contei que a tinha convidado elas desistiram imediatamente (devia ter convidado amigas mais "friendlies")...aliás, boa hora de falar pra elas que tão me devendo um final de semana no RJ porque gastaram meus vouchers.
Na noite anterior à viagem, minha mãe, que já estava me perseguindo há dias, querendo saber com quem eu estava, a que horas voltava e andava desconfiada pois sabia que eu estava saindo com alguns amigos gays, me botou na parede.
Tive que contar, foi terrível....ela ficou bem mal...disse coisas péssimas (por achar que eu fosse virar um ser drogado e prostituído - a la Christiane F.)
No dia seguinte fui para o RJ - ela não queria que eu fosse - ...algumas amigas me ligaram quando eu estava lá e pediram pra eu voltar, mas não tinha cabimento...não havia diálogo naquele momento, era o momento dela de sofrer e meu, de entender.
No Domingo cheguei em casa e parecia que minha mãe e meu padastro tinham voltado de um enterro (era mais ou menos isso pra eles mesmo, mãe egípcia e padastro libanês)....
Essa parte é muito chata então vou resumir: meu padastro me bateu, me obrigou a terminar tudo (nem eu sabia o que estava vivendo...mas isso era o tudo que eu tinha que terminar) e disse que se nao terminasse que saísse de casa.
Pois bem...saí...pretendia dividir o ap com a minha amiga do marketing mas isso era absurdo pra eles (afinal, ela havia me pervertido) acabei indo morar por 9 meses na casa do meu pai (com quem não tinha a melhor das relações) e foi um terror velado, por uma série de motivos.
Meus amigos se afastaram (eu era do grupo das patricinhas do colégio, lá não tem nenhuma patricinha gay e acho que quem adquire esse titulo nao pode ser da turma...rsrsrsrs)
Essa foi, sem dúvida, a pior fase!
Ninguém nunca entendeu como eu passei por ela tão calma, focada, determinada a reverter a situação, por pior que fosse...
Engraçado que eu nunca soube o que queria de um relacionamento, mas dessa vez eu tinha certeza, desde o primeiro minuto.
Diferentemente de outras amigas, não senti medo, nem auto preconceito ou culpa católica; pra mim era muito natural, não sofri por mim mesma, sofri pelos outros.
Fomos superando aos poucos....no começo íamos separadas aos eventos (das famílias e amigos) e num dado momento passamos a ir juntas, pois decidimos que assim as pessoas veriam que somos seres normais, que somos exatamente o que sempre fomos, que nada mudou, exceto a pessoa do assento ao lado.
Sempre respeitamos os limites alheios, passando por cima dos nossos; às vezes com resignação,às vezes com revolta e indignação.
Às pessoas (da família, inclusive) verbalizavam: Olha, perto da gente vcs não poderão fazer isso, aquilo e aquilo outro, ok? Como se fossemos nos agarrar...era muito estranho.
Como eu só tinha tido relações HT's até então, achava absurdo não poder mais andar de mãos dadas, não poder dar um abraço (beijo nem se fala), mas fui aprendendo a dosar.
Com o passar do tempo as pessoas foram se acostumando, respeitando, conhecendo e vendo que, de fato, nada mudou....que somos pessoas boas e continuaremos sendo e que possivelmente seremos até melhores, juntas!
Alugamos um apartamento e fomos fazer test drive, que durou um ano e meio.....depois disso, há um ano, compramos nosso próprio apartamento...nossa casinha, uma delícia! Quase nos matamos no período de obras mas valeu a pena cada parede e prego.
Este mês fizemos 6 anos juntas.
Eu continuo trabalhando com franquias, acabei de montar minha empresa, que está indo muito bem; ela continua trabalhando onde trabalhava quando a conheci, é uma empresa muito bacana.
No ano que vem teremos filhos, ainda não sabemos exatamente qual será o método...provavelmente inseminação!
Nossos pais estão se acostumando com a ideia dos netos,temos certeza de que eles vão amar...
Minha mãe comemorou o aniversário dela desse ano num samba gay; traz mais presente pra ela do que pra mim quando viaja, a defende quando discutimos...
A mãe dela me ligou hoje a tarde para sairmos amanhã.
Fomos madrinhas de um casamento de amigos juntas, no altar.
Temos um afilhado lindo, o Antônio.
Eu quero casar no ano que vem, fazer uma festinha, ela prefere viajar.
Eu durmo tarde, ela dorme cedo, faz meu café da manhã e o clipping do jornal, é o melhor café com leite da cidade...eu faço jantares, perfumo a casa e a atualizo sobre os acontecimentos das mídias socias e aplicativos; hoje no criado mudo dela coloquei Gardênias.
Simples assim !
E tudo isso só porque eu mudei de ideia na faculdade!
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