Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa, 27 de abril de 2017

Seu Paulo: simplicidade e vitória

Esta história contém:

Seu Paulo: simplicidade e vitória

Vídeo

Nasci no interior da Bahia, numa cidade chamada Caculé, em 15 de fevereiro de 1952, filho de lavradores. A gente - os filhos dos três casamentos de meu pai - não podia estudar; estávamos destinados ao serviço da roça. Aos seis anos de idade perdi minha mãe, que uma doença levou. Tenho dela vagas lembranças. Minha avó materna foi quem nos criou - a mim e a meus irmãos que minha mãe deixou pequenos. Minha infância foi sempre, e desde sempre, a roça. Nesse ponto meu pai era, digamos, durão. De modo que não havia brincadeiras nem estudo: a escola ficava a quilômetros do local onde morávamos. Lembro, tão somente, de alguma tentativa de ensinar.

Aquelas mulheres que gostavam de ajudar as pessoas, davam aula. Então: “Vamos juntar essa garotada aqui da roça e vamos ensinar a ler e a escrever, fazer alguma coisa”.

A gente quase não ia à cidade, porque era longe, muito longe, e tinha que ir a pé - hora e meia, duas horas de caminhada. Quando ia, era para vender o que produzia e fazer a sua feirinha - uma carne, uma mistura. Com dezoito para dezenove anos eu resolvi que queria sair de lá. Achava que estava sofrendo muito: não tinha uma roça, não tinha estudo, não tinha nada. Se precisasse de uma roupa, um chinelo que fosse, ficava na boa vontade do pai dar. E quando dava, não era assim uma roupa boa. Acabei saindo de lá quando minha irmã casou e veio para São Paulo - eu era extremamente apegado a ela.

Mas, uma das pessoas que eu mais amei na vida foi a minha irmã [...] minha irmã, para mim, é tudo, é tudo assim…

Aí, vim para São Paulo passar um tempo com essa irmã. Arranjei um emprego de ajudante na Sabesp - poderia ter chegado a meio-oficial se não tivesse ido para o Frigorífico Anglo, carregado por meu cunhado. O fato é que voltei para a Bahia, para Caculé, casei e retornei a São Paulo, de trem. Já são mais de 40 anos de casado. No Frigorífico trabalhei duro, sempre como ajudante. É um...

Continuar leitura
Palavras-chave: casamento, igreja, padre

Dados de acervo

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Enfim, a terra prometida
Vídeo Texto

Raimundo Ivaldo Silva

Enfim, a terra prometida
Uma roda para Nossa Senhora do Rosário
Texto

Joana Rodrigues de Aguilar

Uma roda para Nossa Senhora do Rosário
Fé e política
Vídeo Texto

Paulo Sérgio Bezerra

Fé e política
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.