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História
Por: Museu da Pessoa, 22 de janeiro de 2020

Seu Bené: um homem de negócios

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Seu Bené: um homem de negócios

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Nasci em 1943. Meu pai era Antônio José Pacheco e Gertrudes Almeida Pacheco, minha mãe. Meus avós convivi muito pouco. A gente era muito arteiro, apanhava muito na escola, a professora batia muito na gente. Tinha uma vara de marmelo. Eu devia ter uns sete anos de idade, ia a pé daqui do arraial. Ia eu mais meu irmão, minha irmã que era mais velha. Eram doze filhos. Eu sou o terceiro. Morreu uma menina de oito meses primeiro. Depois morreu o Severino, com 22 anos, de acidente. O Amado foi o álcool. Bebia demais, começou cedo, não alimentava, aí deu cirrose, A gente ia lá pra aula, almoçava aqui e dez horas ia pra aula. E saía quatro horas. Aí saía comendo goiaba podre, saía pra estrada com uma fome, chegava aqui, comia uma broa e ia trabalhar. Ir buscar lenha em beirada de mato. A gente tinha que trabalhar. Tinha que roçar, tinha que capinar depois que chegava da escola. A minha mãe fazia roupa pra nós. Comprava o pano e fazia. Minha mãe era muito trabalhadeira. Meu pai tirava um leite. Mas era pouco leite. Vendia pro laticínio. Aí fazia um dinheirinho, mas tinha que fazer a compra da casa. Esse terreno aqui foi herança da minha mãe. Foi trabalhando ali e foi nos criando. Tem quatro quartos. Tem a sala ali, tem a salinha, tem a cozinha. Dormia tudo junto. Os homens dormiam quatro numa cama só. Eu trabalhei de empregado dez anos, depois a firma quebrou, aí eu saí da firma com mil e oitocentos. Era muito dinheiro. Eu peguei aquele dinheirinho e comprei um pedacinho de terra. Já tinha uns 25 anos, por aí. E aí fui comprando bezerrinho, pus naquele terreno ali e fui negociando aqueles bezerros e comecei a comprar gado de fazendeiro. Comprava a prazo e vendia a dinheiro e fui trabalhando, andando de noite atrás de gado. Comprei esse pedacinho de terra. E ali fui criando um gadinho nesse pedacinho de terra. Fui vendendo aquele gado, ele aumentava, virava boi. Eu vendia cinco bois, dava pra eu comprar dez bezerros. Aí foi aumentando....

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Projeto Conte Sua História

Depoimento de Benevides Aquino Pacheco

Entrevistado por Karen Worcman e Inácio Neves

Fazenda Grotão, Mogol

Realização Museu da Pessoa

PCSH _ HV 846

Em 22 de janeiro de 2020

Transcrito por Selma Paiva

Revisto por Rosali Henriques

P/1 – Então, como eu falei pro senhor, nós vamos começar lá... assim, pode deixar o cachorro, que ele não vai aparecer, não.

R – Ele carrega esse papel aí. Carrega ele. Cachorro novo é complicado.

P/1 – Cachorro novo é igual criança, né? O senhor me conta de novo o seu nome completo...

R – Benevides Aquino Pacheco.

P/1 – Quando o senhor nasceu? Pode ser só o ano, se o senhor não lembrar.

R – 1943.

P/1 – E qual é o nome do seu pai, completo e da sua mãe?

R – Antônio José Pacheco e Gertrudes Almeida Pacheco, minha mãe.

P/1 – E o senhor lembra, um pouco, o nome dos seus avós também? O senhor conviveu com seus avós?

R – Não. Meus avós convivi muito pouco. Não lembro, não.

P/1 – Nem da mãe, nem do pai, o senhor conviveu?

R – Não.

P/1 – E desde quando sua família estava aqui, nessa casa aqui? Quem foi que fez essa casa?

R – O meu pai.

P/1 – Qual é a história? Desde quando o senhor conhece essa história? Foi seu avô que chegou aqui? Como é que foi?

R – É, o meu avô que o ajudou um bocado aí, mas eu não cheguei a lembrar, não. Lembrei muito pouco da minha avó, a mãe da minha mãe. Meu avô, pai do meu pai, chamava Benevides, mas eu não cheguei a conhecê-lo, não.

P/1 – E da parte da sua mãe o senhor sabe quais eram seus avós ou também não conheceu?

R – Não conheci também. A minha avó, mãe da minha mãe, eu me lembro dela um pouco, mas não lembro direito, não, porque a gente era pequeno ainda, aí logo ela faleceu.

P/1 – E eles faleceram todos, assim, cedo por quê?

R – Não, a minha avó morreu velhinha. Durou muito. Meu avô, pai da minha mãe e do meu pai, eu não conheci, não.

P/1 – O senhor sabe do...

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