Quando o Sr. Dionísio Oselame foi eleito Prefeito de Urubici, em 1962, a cidade era pouco mais que um vilarejo. A única ligação rodoviária era a estrada geral não pavimentada que ligava Bom Retiro a São Joaquim, passando pela pela pequena Urubici. Era uma estrada estreita e precária, insuficiente para atender as necessidades daqueles que precisavam de outros mercados para vender o que era produzido ali.
Dionísio Oselame entrou em contato com o Prefeito do município vizinho de Grão Pará e os dois combinaram trabalhar juntos na abertura de uma ligação rodoviária para servir os dois municípios. Enfrentaram dificuldades enormes, mas cada um fez a sua parte a partir da sede do seu município. Porém, quando chegaram na Serra do Corvo Branco, não conseguiram continuar. A escarpa parecia intransponível.
Nessa altura, o Prefeito Oselame lembrou-se de seu velho amigo, o Topógrafo Guilherme Germano da Cunha. Guilherme havia morado em Urubici no início da década anterior, onde também nasceu uma de suas filhas, Alba. Ele era grande conhecedor da topografia e da geologia da região. Também estava habilitado a fazer levantamentos planimétricos, necessários para a definição do traçado da estrada.
Guilherme subiu no topo da Serra e observou o terreno com seus instrumentos profissionais. Depois de um minucioso estudo, informou os dois prefeitos qual seria a solução: abrir um gigantesco corte vertical na pedra de arenito, com um trator de esteiras.
O resultado dessa orientação técnica está lá: o maior corte vertical em pedra em todo o território nacional - uma obra impressionante que atrai turistas, encanta os que a conhecem, orgulha o povo dos dois municípios e os descendentes dos dois Prefeitos, do topógrafo responsável pelo projeto técnico, do tratorista e de todos os que trabalharam pela realização daquela magnífica obra.
Texto elaborado por Aldemis Rodolfo da Cunha, primogênito de Guilherme e Nelba da Cunha