Eu tive uma formação ideológica híbrida. Meu pai não era politizado mas defendia a classe trabalhadora, minha mãe era funcionária pública e defendia a classe média. Acabei sendo uma pessoa conservadora mas sensível as causas coletivas. Quando comecei minha vida profissional no magistério, fui trabalhar com crianças carentes. Eu queria demais que elas aprendessem. Exigia o que não podiam dar. Foi então que fui apresentada a literatura de Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido. Eu lia e chorava. Eu me reconhecia como a professora opressora que não sabia entender a diversidade na aprendizagem. Isso mudou a minha vida. acabei me politizando, mudando meus valores, influenciando minhas escolhas pessoais.