Projeto Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Entrevistado por Inês Gouveia
Depoimento de Sebastião Carlos Juvêncio
Macaé 04/06/2008
Realização Museu da Pessoa
Depoimento PETRO_CB351
Transcrito por Denise Yonamine
P/1 – Então pra começar você pode me dizer o seu nome completo, sua data de nascimento e o lugar onde você nasceu?
R – Ta. Meu nome é Sebastião Carlos Juvêncio, sou de 07 de julho de 1956, sou nascido em Macaé.
P/1 – E há quanto tempo trabalha na Petrobras?
R – Eu entrei na empresa em 05 de outubro de 1983.
P/1 – E qual foi o motivo que te fez entrar na Petrobras? O que levou, qual era idéia na época que te trouxe pra cá, pra essa empresa?
R – A idéia na época é que todos nós, a gente sonha ter uma vida melhor, né, para os nossos filhos, pra nossa família e esse foi um dos meus objetivos, agradeço também um grande amigo que chama Ronald, foi o qual foi na empresa aonde eu trabalhava que me falou que a Petrobras tava com inscrição aberta e naquela época eu tava trabalhando e eu não podia sair do trabalho, para que eu pudesse fazer essa inscrição eu tive que deixar de almoçar para fazer essa inscrição e fiquei feliz por isso, por ter feito essa inscrição, valeu a pena.
P/1 – Mas o Ronald trabalhava na Petrobras?
R – É, também, ele é funcionário da Petrobras já antigo.
P/1 – Ele continua aqui hoje?
R – Continua.
P/1 – E na época o que ele te falava da Petrobras?
R – Ele me falava que valia a pena fazer o concurso da Petrobras, mas interessante que naquela época eu não tinha leitura, pouco leitura, eu só tinha a terceira série primária e ele falou assim “não, você vai fazer o concurso que você vai passar!” eu agradeço a Deus pela vida dele porque ele me incentivou muito, ele falou com tanta certeza que eu ia passar nessa prova da Petrobras na época, e eu fiz e sou grato a Deus por ele por isso.
P/1 – E naquela circunstância você entrou pra trabalhar em...
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Projeto Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Entrevistado por Inês Gouveia
Depoimento de Sebastião Carlos Juvêncio
Macaé 04/06/2008
Realização Museu da Pessoa
Depoimento PETRO_CB351
Transcrito por Denise Yonamine
P/1 – Então pra começar você pode me dizer o seu nome completo, sua data de nascimento e o lugar onde você nasceu?
R – Ta. Meu nome é Sebastião Carlos Juvêncio, sou de 07 de julho de 1956, sou nascido em Macaé.
P/1 – E há quanto tempo trabalha na Petrobras?
R – Eu entrei na empresa em 05 de outubro de 1983.
P/1 – E qual foi o motivo que te fez entrar na Petrobras? O que levou, qual era idéia na época que te trouxe pra cá, pra essa empresa?
R – A idéia na época é que todos nós, a gente sonha ter uma vida melhor, né, para os nossos filhos, pra nossa família e esse foi um dos meus objetivos, agradeço também um grande amigo que chama Ronald, foi o qual foi na empresa aonde eu trabalhava que me falou que a Petrobras tava com inscrição aberta e naquela época eu tava trabalhando e eu não podia sair do trabalho, para que eu pudesse fazer essa inscrição eu tive que deixar de almoçar para fazer essa inscrição e fiquei feliz por isso, por ter feito essa inscrição, valeu a pena.
P/1 – Mas o Ronald trabalhava na Petrobras?
R – É, também, ele é funcionário da Petrobras já antigo.
P/1 – Ele continua aqui hoje?
R – Continua.
P/1 – E na época o que ele te falava da Petrobras?
R – Ele me falava que valia a pena fazer o concurso da Petrobras, mas interessante que naquela época eu não tinha leitura, pouco leitura, eu só tinha a terceira série primária e ele falou assim “não, você vai fazer o concurso que você vai passar!” eu agradeço a Deus pela vida dele porque ele me incentivou muito, ele falou com tanta certeza que eu ia passar nessa prova da Petrobras na época, e eu fiz e sou grato a Deus por ele por isso.
P/1 – E naquela circunstância você entrou pra trabalhar em quê?
R – É, muito bem. Eu entrei pra trabalhar na época era auxiliar de plataforma, trabalhei alguns anos como auxiliar de plataforma, depois fui praticante plataformista naquela época, após praticante plataformista fui à plataformista naquela época também, e fiquei um bom tempo, depois eu pedi pra trabalhar em terra, trabalhei em terra, fui trabalhar na época no protocolo único. É um protocolo que foi criado na Petrobras aonde passa toda a documentação da Petrobras, onde que entra e sai da Petrobras, após isso eu quis mudar, sai desse trabalho e fui trabalhar no parque de tubo, fui trabalhar no suprimento de material, também foi legal, gostei, depois eu quis voltar a retornar a trabalhar embarcado, foi aonde eu tive que fazer um curso, naquela época era operador de produção, eu fiz o curso, né, conclui o curso, passei a ser operador de produção, que atualmente hoje, hoje, eu sou técnico de operação.
P/1 – O que é esse plataformista?
R – Muito bem, muitas pessoas me faz essa pergunta. Plataformista trabalha na boca do poço, ali na perfuração, né?
P/1 – E quanto tempo que você trabalhou embarcado?
R – Ah, embarcado ao todo mesmo eu tenho 19 anos embarcado.
P/1 – Você pode contar um pouco pra gente como é que é o dia a dia de um trabalhador que fica na plataforma?
R – O dia a dia na plataforma, hoje, eu posso falar que está bem melhor do que antigamente, porque antigamente a gente não tinha assim as condições que nós temos hoje, ou seja, telefonar pra família, era muito difícil telefonar pra família. A gente falava através de (toca rádio?) Vitória a rádio, Rio a rádio que não me falhe a memória e as vezes a gente estava conversando com a nossa família, muitas pessoas escutavam o nosso bate papo, então a gente tinha que se resguardar um pouco no que a gente tivesse falando com a família. Hoje não, hoje nós temos telefone em casa, podemos ligar pra nossa casa, tem orelhões, eu acho legal hoje em dia.
P/1 – E você quis sair do trabalho na plataforma por qual motivo?
R – Não entendi a pergunta.
P/1 – Quando você deixou de trabalhar na plataforma pra ir trabalhar em terra, né?
R – Ah, foi particular.
P/1 – Sim. Qual foi o maior desafio, Juvêncio, que você enfrentou ao longo desses anos todos aqui na Petrobras?
R – Olha, eu sou um homem que gosta de desafio, ta? Eu sou uma pessoa que sonho muito, né, eu não gosto de falar talvez, eu sempre procuro buscar aquilo que é melhor pra mim e sonhar, porque sonhar não faz mal a ninguém. Mas o meu maior desafio é chegar aonde que eu cheguei.
P/1 – E qual foi a maior dificuldade desses anos todos?
R – A maior dificuldade foi vencer as barreiras, porque a gente tem, hoje em dia você mata um leão a cada dia, então eu comecei a matar cada leão, comecei a matar, matar e cheguei onde eu cheguei.
P/1 – Houve muitos cursos que você fez ao longo desse tempo dentro da Petrobras?
R – Alguns cursos.
P/1 – São funções muito especificas de trabalho...?
R – Com certeza, eu levo muito a sério, porque eu dou muito valor a esses cursos.
P/1 – A gente sabe com a quantidade de trabalhadores que tem aqui, vocês que trabalham na Petrobras se relacionam com pessoas do Brasil inteiro, não é isso?
R – Com certeza.
P/1 – Como é esse contato com pessoas tão diferentes?
R – Olha esse contato com o diferente, eu me considero uma pessoa privilegiada, porque eu sou uma pessoa fácil de conversar comigo, eu gosto de fazer amizade, gosto de conhecer pessoas diferentes, isso aí pra mim é fácil, eu não encontro dificuldades com isso.
P/1 – Juvêncio você que nasceu em Macaé, qual foi a transformação que aconteceu em Macaé em razão da Petrobras? Em razão da Bacia de Campos?
R – Olha, para mim, a chegada da Petrobras em Macaé, naquela época a gente não acreditava, não se falava em Petrobras em Macaé, antigamente Macaé era um lugar onde só tinha prefeitura, rede ferroviária, o DNER e não tinha mais nada, o pessoal de Macaé vivia através da pesca e do turismo. Com a chegada da Petrobras em Macaé para mim trouxe muito benefício, eu creio que para a cidade também.
P/1 – Você saberia dizer qual fase aqui na Bacia de Campos foi mais marcante?
R – Pra mim foram tantas que eu não me lembro.
P/1 - Tem alguma história, algum causo que você queira contar dessa vida de mais de 20 anos de Petrobras?
R – Olha, esses 20 anos de Petrobras pra mim todos eles foram marcantes, né? Mas que queria contar duas coisas. Uma das coisas marcantes para mim foi quando a plataforma que eu trabalhava, quando eu cheguei na Petrobras, foi a plataforma de PCH 2 que seriam duas plataformas: perfuração e produção, e eu trabalhava justamente na plataforma de ACM10 na época, eu tive o privilégio de poder iniciar um poço e desembarcar, naquela época era 14 por 14, e depois ver aquele poço no final produzindo, pra mim foi uma coisa muito marcante.
P/1 – A outra história que você disse?
R – É, a outra história foi um acidente, não gosto de falar muito do acidente não, mas é bom, porque hoje eu me cuido mais, sabe? Mas do acidente foi que eu cai de uma determinada altura, né, e desembarquei, fui para o setor médico e quando eu me dei por si, né, que eu estava vivo eu achei aquilo sem explicação.
P/1 – O que mudou na Bacia de Campos, aqui, desde o momento que o senhor entrou lá no primeiro dia de trabalho até hoje?
R – Olha, mudou muita coisa, eu creio que para melhor.
P/1 – E de que modo essas mudanças interferiram no seu trabalho?
R – Essa mudança eu vejo que para todos nós, trabalhadores da Petrobras, que através do curso que a empresa investiu na gente, né, eu acho que isso aí é bacana a gente cresce, a gente aprende a cada dia mais.
P/1 – Juvêncio o que é ser petroleiro? Que sentimento é esse?
R – É ser brasileiro.
P/1 – O que você achou de ter participado desse projeto, desse momento pra contar a sua história na Petrobras?
R – Olha interessante, quando eu encontrei com você ali fora, que você falou pra participar da entrevista, eu me senti feliz porque eu tenho uma história como eu tava falando pra você, eu tenho uma história, eu pretendo um dia escrever um livro, né, contando a minha história, né, e contar a minha história na Petrobras pra mim é um privilégio.
P/1 – Obrigada Juvêncio.
R – Ok, Obrigado.
(Fim da entrevista)
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