Reais se apresentavam as imagens no sonho, numa noite em que sono era tranquilo. No sonho tudo começou na boca da noite. Caminhávamos eu e uma das filhas palas ruas do bairro São Francisco. A rua era muito confusa: Descíamos uma ladeira a pé pela calçada e o vai e vem dos veículos em meio a um trânsito tumultuado era preocupante. A impressão que eu tinha, era de que, iriam invadir a calçada e nos atropelar. No sonho eu não via casas, não via iluminação na rua e os carros trafegavam como faróis apagados. Na penumbra do anoitecer só via carros, pessoas na calçada e árvores. Descíamos apressadas, mas tranquilas. No meio da quadra, a nossa direita, me deparei, com uma porta aberta e a luz acesa dentro da casa. Adentramos o recito, eu minha filha. Era uma grande sala de teatro, toda em tom vermelho sangue. E dentro da sala havia pessoas assistindo uma palestra. Sentada à mesa grande, estava a palestrante. Era uma mulher de meia idade, cabelos preto e longo. Ela falava num tom de voz firme e segura. Porém, nada do que ela dizia entendíamos, pela distância em que dela estávamos e pela qualidade do som que em forma de eco se misturava a outros ruídos. A medida que íamos nos aproximando da palestrante, ela e a fala Mais se distanciava e nada se entendia. A palestrante e a fala iam desaparecendo. O som da fala misturava-se a outros sons. Uma confusão total de som e de imagem. A sala que era um grande teatro com inúmeras cadeiras foi se transformando num corredor de tom verde veludo. O corredor era estreito e silencioso. Nele estavam dispostas poltronas no formato de divãs. As poltronas eram sem pés, ficavam rente ao chão e nelas a pessoa deitava-se para descansar. Pouquíssimas pessoas ali se encontravam, neste momento não mais percebia a presença da filha, era como se eu estivesse só, e o meu sentir em relação a tudo que acontecia era indescritível; eu não saberia, não conseguiria descrevê-lo se alguém me abordasse pedindo que eu...
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Reais se apresentavam as imagens no sonho, numa noite em que sono era tranquilo. No sonho tudo começou na boca da noite. Caminhávamos eu e uma das filhas palas ruas do bairro São Francisco. A rua era muito confusa: Descíamos uma ladeira a pé pela calçada e o vai e vem dos veículos em meio a um trânsito tumultuado era preocupante. A impressão que eu tinha, era de que, iriam invadir a calçada e nos atropelar. No sonho eu não via casas, não via iluminação na rua e os carros trafegavam como faróis apagados. Na penumbra do anoitecer só via carros, pessoas na calçada e árvores. Descíamos apressadas, mas tranquilas. No meio da quadra, a nossa direita, me deparei, com uma porta aberta e a luz acesa dentro da casa. Adentramos o recito, eu minha filha. Era uma grande sala de teatro, toda em tom vermelho sangue. E dentro da sala havia pessoas assistindo uma palestra. Sentada à mesa grande, estava a palestrante. Era uma mulher de meia idade, cabelos preto e longo. Ela falava num tom de voz firme e segura. Porém, nada do que ela dizia entendíamos, pela distância em que dela estávamos e pela qualidade do som que em forma de eco se misturava a outros ruídos. A medida que íamos nos aproximando da palestrante, ela e a fala Mais se distanciava e nada se entendia. A palestrante e a fala iam desaparecendo. O som da fala misturava-se a outros sons. Uma confusão total de som e de imagem. A sala que era um grande teatro com inúmeras cadeiras foi se transformando num corredor de tom verde veludo. O corredor era estreito e silencioso. Nele estavam dispostas poltronas no formato de divãs. As poltronas eram sem pés, ficavam rente ao chão e nelas a pessoa deitava-se para descansar. Pouquíssimas pessoas ali se encontravam, neste momento não mais percebia a presença da filha, era como se eu estivesse só, e o meu sentir em relação a tudo que acontecia era indescritível; eu não saberia, não conseguiria descrevê-lo se alguém me abordasse pedindo que eu descrevesse. Resolvi deitar na poltrona. Deitei. Mas no sonho não tive noção de tempo que nela fiquei. Dela sai como se eu tivesse saindo de um estado anestésico. E tudo se transforma novamente. Já em pé, num espaço onde via o infinito observei-o de relance, pois, tinha grande receio de sentir medo. Aos poucos foram surgindo no infinito como se fosse uma nevoa tomando forma círculos vazado. No cento de cada um dos círculos foram se formando fios com a nevoa que se interligavam formando uma teia. As bordas eram circundadas por minúsculas flores semelhantes à flor do trevo com as cores rosa e lilás. As flores, como esse estivessem crescendo em um cipó de hera, davam num fundo translúcido o ar da graça, a alegria e a esperança. Os Círculos encobriam o céu como se fossem Mandalas Indianas disposta de forma irregular. Pessoas aglomeradas na calçada da ladeira observavam boquiabertas ao espetáculo sem pronunciar uma palavra se quer. Como num passe de mágica o espetáculo desaparece e na penumbra da boca da noite as pessoas descem a ladeira cada um em seu ritmo. E eu no desconforto da bexiga cheia, convidei a filha para apressar o passo, que neste momento voltamos a interagir. Apressamos o passo e num zigue-zague nos afastamos do pessoal. Como não havia ali opção onde pudesse urinar, pedi que a filha parasse atrás de mim, pois ela usava um vestido logo. No apuro, ali mesmo esvaziei a bexiga e o sonho acabou.
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