Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Renato Barbosa Gomes
Entrevistado por Larissa Rangel
Macaé 16 de junho de 2008.
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista nº PETRO_CB403
Transcrito por Rosângela Maria Nunes Henriques.
P/1 – Para começar a entrevista, eu gostaria que você falasse seu nome completo, o local e a data de nascimento?
R – Meu nome é Renato Barbosa Gomes, eu sou nascido em Campos em 01 de maio de 65.
P/1 – E qual a sua formação?
R – Eu tenho três cursos técnicos Mecânica, Eletro-instrumentação a nível de empresa eu sou técnico tenho 24 anos de Petrobrás como técnico e sou advogado independente da empresa, eu exerço a profissão nas horas vagas, né? Como advogado também.
P/1 – E como você ingressou na Petrobrás?
R – Como todos, né? Por concurso público foi o único concurso que eu fiz para a companhia e passei no concurso.
P/1 – E qual foi a sua emoção de ter passado? Como foi esse dia?
R – Eu sou de uma família de classe humilde e eu já tinha dois irmãos que já tinham entrado na Petrobrás, então a minha expectativa também era de entrar na companhia. Então eu já estava me preparando pra isso e eu tinha a convicção de que ia passar, de que iria entrar na Petrobrás e assim aconteceu.
P/1 – E qual foi o ano?
R – 84, o concurso foi em início de 84 e logo depois fui chamado e entrei na companhia.
P/1 – Então foi bem no início da Bacia, né?
R – Foi. A Bacia de Campos começou em 75, 76, mas eram pouquíssimos poços e a atividade começou a ganhar corpo mesmo efetivamente em 84, 85, né? E eu participei de certa forma dessa etapa inicial a exploração de petróleo na Bacia de Campos.
P/1 – Então me conte mais dessa experiência desse início?
R – Eu sempre fui da mesma atividade, não tenho histórico de ter trabalhado em vários setores não o único setor que eu trabalhei dentro da companhia é o setor de arame que aqui a gente fala que a...
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Depoimento de Renato Barbosa Gomes
Entrevistado por Larissa Rangel
Macaé 16 de junho de 2008.
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista nº PETRO_CB403
Transcrito por Rosângela Maria Nunes Henriques.
P/1 – Para começar a entrevista, eu gostaria que você falasse seu nome completo, o local e a data de nascimento?
R – Meu nome é Renato Barbosa Gomes, eu sou nascido em Campos em 01 de maio de 65.
P/1 – E qual a sua formação?
R – Eu tenho três cursos técnicos Mecânica, Eletro-instrumentação a nível de empresa eu sou técnico tenho 24 anos de Petrobrás como técnico e sou advogado independente da empresa, eu exerço a profissão nas horas vagas, né? Como advogado também.
P/1 – E como você ingressou na Petrobrás?
R – Como todos, né? Por concurso público foi o único concurso que eu fiz para a companhia e passei no concurso.
P/1 – E qual foi a sua emoção de ter passado? Como foi esse dia?
R – Eu sou de uma família de classe humilde e eu já tinha dois irmãos que já tinham entrado na Petrobrás, então a minha expectativa também era de entrar na companhia. Então eu já estava me preparando pra isso e eu tinha a convicção de que ia passar, de que iria entrar na Petrobrás e assim aconteceu.
P/1 – E qual foi o ano?
R – 84, o concurso foi em início de 84 e logo depois fui chamado e entrei na companhia.
P/1 – Então foi bem no início da Bacia, né?
R – Foi. A Bacia de Campos começou em 75, 76, mas eram pouquíssimos poços e a atividade começou a ganhar corpo mesmo efetivamente em 84, 85, né? E eu participei de certa forma dessa etapa inicial a exploração de petróleo na Bacia de Campos.
P/1 – Então me conte mais dessa experiência desse início?
R – Eu sempre fui da mesma atividade, não tenho histórico de ter trabalhado em vários setores não o único setor que eu trabalhei dentro da companhia é o setor de arame que aqui a gente fala que a gente é pecerve do poço e do SCA que é o setor de completação e avaliação, especificamente na atividade de arame. Sempre fui do setor, sempre fui dessa atividade e estou desde o início nela, muitas coisas aconteceram muitas evoluções. Não podemos negar que o setor hoje de arame talvez seja o setor mais procedimentado da Bacia de Campos onde você se baseia aí em procedimentos a sua chance de erro inegavelmente é muito menor, né? E a Petrobrás hoje ela marca por isso, né? A gente como técnicos, nós entramos em uma operação, não entramos para errar, entramos para acertar sempre eventualmente pode ser que alguma coisa dê errado, mas não é o normal se a gente é técnico, a gente trabalha para que a operação dê 100% correto. Então quando não dá é algo que não se pode repetir aí a gente se baseia também nas próprias lições aprendidas de erros, porque erros não podem, não devem se repetir.
P/1 – E como que é a dinâmica desse trabalho, conte um pouco pra gente?
R – Realmente é muito dinâmico é um setor que mexe com poço e o poço apesar da gente saber o que vai fazer já entra preparado para aquela operação específica, né? O poço, cada poço é um poço, então ele tem as suas particularidades, então algumas dificuldades pode ser enfrentadas e é por isso que é bem dinâmico mesmo. E esses desafios também que a Petrobrás vem enfrentando desafios de óleos pesados, que a gente fala que são esses postos de Jubart, Jabocora Leste e independente a isso nós temos dificuldades operacionais geradas por esse ambiente de poço que é o óleo pesado. Então a Petrobrás, o SCA especificamente tem buscado avançar nesse sentido, temos novos desafios agora o Plangás, né? Tem também o desafio das águas ultra profundas e agora também a camada pressal, campos gigantes descobertos com desafios maiores de postos muito mais profundos. E esses desafios são impostos à completação que é o SCA e a atividade de arame também está sempre antenada e já buscando efetivamente soluções para os problemas que hão de vir.
P/1 – E como é essa atividade de arame? Poderia explicar pra gente?
R – O poço em si, a completação você perfura um poço e esse poço depois que ele é perfurado ele tem que ser completado, ou seja, preparar esse poço para entregá-lo à produção, para que a produção possa abrir a válvula e produzir o óleo desse poço. Nós somos dessa fase, a fase que é posterior à perfuração e anterior à produção do poço. Então a gente prepara esse poço com todos os equipamentos de segurança necessários à sua vida útil com todos os equipamentos também que prevejam a produção do poço, se o poço vai cair a produção a gente prevê que se possa ter equipamentos que possam elevar esse óleo de forma artificial só para citar exemplo, né? Então nós somos dessa fase do poço e essa fase é uma fase que envolve vários setores dentre os quais o SCA e a nossa atividade específica de arame.
P/1 – E qual foi o poço que você sentiu mais dificuldade?
R – Não tem como a gente prever, né? Eu embarquei durante acho que quase 18 anos, depois disso vim para outras atividades, até atividades extras companhia, na própria política, mas em terra também, mas a gente não pode ver que um poço deu mais problema do que o outro, porque cada poço é diferente do outro, né? Mas é cada um com a sua particularidade independente a isso à vezes a gente pode ter dificuldade num poço, mas não foi o mais problemático para a Companhia, mas... Antigamente a Petrobrás ela se preocupava muito com o corpo de pessoal, como ela efetivamente continua se preocupando, mas o que eu vejo é que mudou para melhor em nossa companhia é a preocupação ambiental. Se antes já existia hoje mais ainda, isso aí a gente que trabalha nessa área aqui efetivamente faz testes no poço, testes de formação, teste de produção a gente vê a preocupação em que a gente em não jogar uma gota sequer de óleo no mar. Essa é uma das primícias hoje do SCA e a gente vê que a companhia como um todo ela é muito mais preocupada com a questão ambiental. E é isso que às vezes a gente tem que passar para o mundo externo, né? Porque a Petrobrás hoje é uma empresa que visa lucro e tem que visar se não se perde o sentido da nossa atividade, mas acima de tudo não podemos deixar de ter respeito à segurança de cada um, a vida e efetivamente ao meio ambiente. Então eu sempre falo que é uma empresa economicamente viável e ambientalmente responsável.
P/1 – Então mais de 20 anos dentro da Petrobrás além da consciência ambiental, qual outro componente que foi também importante em termos de evolução dentro da Petrobrás?
R – A Petrobrás ela teve uma preocupação recente com o corpo de pessoal dela, porque você vê, eu entrei com 18 anos na companhia tenho 42 anos e 24 anos de empresa. E iguais a mim tem um monte de gente, ou seja, hoje se a gente fosse avaliar dois anos atrás, dois terços da nossa força de trabalho já é aposentável só não se aposenta porque não quer ainda, porque quer ficar nesse meio por outros motivos também, porque tem filhos ainda em idade de faculdade, então há ainda a necessidade de ainda ser ativo. Mas independente a isso a Petrobrás começou a se preocupar “opa se tudo mundo se aposentar, nossa força de trabalho é experiente e podemos garantir que talvez seja o maior patrimônio da companhia”, mas ela se preocupou de dois anos para cá a efetivamente renovar a força de trabalho onde a gente tem novos companheiros chegando. Onde nós mais antigos temos obrigação de passar para esses para que a gente não perca a competência sobre as diversas áreas de conhecimento da companhia.
P/1 – E o senhor já trabalhou embarcado?
R – Já. Quase que 18 anos.
P/1 – Me conte um pouco dessa experiência? Como é que foi o primeiro momento?
R – Não é fácil, embarcar é uma experiência que eu sempre defini assim: você tem o seu coração entre vários aspectos, ora você está extremamente feliz, ora extremamente triste, ora extremamente ansioso. Só para citar exemplo, você quando está embarcado nos últimos dias entra uma ansiedade tremenda para chegar o dia de você desembarcar, porque no fundo você está ali exercendo sua função, o seu trabalho, a sua obrigação. Mas você quer voltar ao convívio de seus familiares, amigos, do seu convívio social, então você fica ansioso. Você está de folga os primeiros dias são ótimos, mas se aproxima da ida para embarcar novamente aí você começa a ficar angustiado, então a gente vive nisso aí. A vida de embarcado não é fácil muito mais pelo lado emocional que cada um tem, nessa aproximação e afastamento dos seus entes queridos, mas fora isso a condição de trabalho está cada vez melhor, a gente sempre avalia assim. A Petrobrás se preocupa com a questão de alojamento, com a questão de o mínimo de lazer para que as pessoas possam ter embarcado, mas não é fácil falo eu pela questão emocional que cada um tem.
P/1 – E como foi essa experiência da sua primeira vez quando você foi para uma plataforma?
R – A gente vai naquela do “não conheço” com aquela expectativa e tal e acha tudo muito estranho no início, né? Você vai para um lugar isolado só tem ferro, o ambiente é um pouco assim agressivo para quem nunca viu uma plataforma, mas acho que com o tempo as pessoas rapidamente se adaptam eu não vi nenhuma dificuldade não.
P/1 - E havia alguma preparação antes de ir para a plataforma?
R – Não antigamente não tinha muito não, antigamente a gente ia... Nos primórdios da Bacia de Campos era “vamos lá encarar, ter amor à camisa.”
P/1 – E como era a comunicação com a família?
R – Era muito pior, hoje está tudo mais fácil a gente sempre fala antigamente acesso a telefone era muito mais difícil, como em tudo, hoje tem celular naquela época não tinha também não pode embarcar com celular e a gente sabe os motivos de segurança interna que a empresa tem. Mas antigamente era muito mais difícil o acesso ao telefone hoje é mais fácil, mas isso aí é a própria evolução do mundo, dos tempos.
P/1 – E você passou por alguma dificuldade dentro da plataforma? Teve momentos difíceis?
R – Não, eu tive um acidente embarcado, eu tive que descer acidentado, houve um deslocamento desse meu ombro direito talvez seja o momento mais difícil que eu tenha passado embarcado, foi a questão de ter tido um acidente na plataforma de ter desembarcado em helicóptero de ambulância, mas tudo superado, né?
P/1 – E algum momento de descontração, alegria que você lembra?
R – Sempre tem.
P/1 – Que te marcou? Algum momento engraçado?
R – Sempre tem. A gente quando está... Eu sempre falo o seguinte: “você vive aquele meio” quando eu estou no meio embarcado, quando eu estava, né? Tem tempos que eu não embarco, eu vivia os meus amigos embarcados grandes alegrias, por exemplo, era estar embarcado vendo o jogo do Flamengo e o Flamengo ganhar, então essa era uma grande alegria dentre outras, né?
P/1 – E sabemos que na plataforma existe uma grande diversidade cultural, como que é essa relação? As pessoas vindo de outras regiões do Brasil?
R – Teve uma vez, eu não me esqueço uma passagem minha embarcado é até meio triste a gente ver que tem gente que convive conosco, eu falo que eu venho de uma infância humilde, mas com todas as condições de escola, de alimentação. E teve uma vez que eu estava embarcado, acho que era no polo nordeste a equipe da sonda era uma equipe que o pessoal... Era uma empresa contratada e o pessoal veio do norte, nordeste, aí um sujeito lá um senhor que estava lá almoçando com aquele prato que quase não dava para vê-lo profundo o prato e bem alto, né? O cara estava lá comendo com fome, o cara trabalhava duro serviço de sonda é um serviço pesado, aí numa hora baixou o astral dele, ele comentou assim: “é rapaz eu estou aqui comendo bem e meus filhos lá” aí ele falou: “mas eu deixei um saco de farinha” aquilo me chocou, porque a gente vê que próximo à gente ali tinha gente, colega, companheiro também de trabalho e que deixou filhos lá em condição difícil, né? Com um saco de farinha para poder dar o sustento de 15 dias lá enquanto estivesse embarcado. Então existe isso aí, existem diferenças grandes e essa me marcou, eu vi aquilo ali, a gente ver um cara do lado da gente e deixou filhos com um saco de farinha apenas para comer, então isso marca um pouquinho a gente.
P/1 – E quem é o trabalhador da Bacia de Campos? Como você poderia explicar as características, a maneira do petroleiro se comportar dentro da empresa?
R – Eu acho que o convívio social é muito bom, eu acho que as pessoas sabem brincar, sabem respeitar o limite do outro isso é muito importante e saber que se você está num ambiente como aquele, um ambiente confinado é difícil, né? Você tem que saber respeitar as diversidades, as pessoas serem diferentes umas das outras. E hoje a gente vê que a Petrobrás ela inegavelmente ela na minha época do início nós tivemos 60 mil funcionários há pouco tempo atrás tivemos época que tivemos uns 33 mil, hoje já estamos passando de 40 mil de novo. Então a Petrobrás cresceu muito a atividade dela com um corpo de pessoal menor até. Então ela teve que terceirizar muito, então hoje existe uma cobrança e isso é correto de qualificação, né? Qualificação e até certificação também, a Petrobrás hoje ela corretamente por ter terceirizado ela foi forçada a isso a empresa cresceu muito, não foi pouco não cresceu muito, ela teve que terceirizar aí ela começou a exigir muita qualificação. Então hoje o perfil do trabalhador ofshor é um perfil de pessoas qualificadas mesmo e muitas delas certificadas também, sem as quais ela não pode embarcar. Então hoje acho que o perfil está indo muito pra isso de pessoas bastante qualificadas.
P/1 – E em que momento o senhor percebeu que a Bacia de Campos deu certo? Nesses 24 anos?
R – Não isso aí esses dias eu estava conversando com um amigo e a gente comentou sobre isso aí, né? Quem podia imaginar a gente lá embarcava em Garoupa, embarcava em Enchova que eram as duas maiores e as primeiras, né? Fazia um encosto aqui era Garoupa não sei o quê? Enchova não sei o quê? E hoje a Petrobrás está nessa linha agora com o Pressal é uma perspectiva muito maior do nosso portfólio, o portfólio da Bacia de Campos hoje eu acho que chega a 50 anos, né? E quem podia imaginar, a gente imaginava na época “oh isso vai durar 30 anos dá pra gente se aposentar” hoje não dá para o meu filho caso ele queira ser funcionário da empresa ou trabalhar na indústria do petróleo dá para ele entrar e se aposentar e sabe lá até meu neto se for o caso. Então o portfólio da Bacia de Campos hoje ele atingiu um patamar que ninguém imaginava quando a gente entrou.
P/1 – E qual a sua atuação atual? Qual a sua função dentro da Petrobrás?
R – Hoje eu sou técnico de operações sênior e estou em terra nessa parte de acompanhamento operacional, estamos aí também na parte de reciclagem trazendo toda nossa força de trabalho, a nossa atividade lá especificamente, nós temos dez técnicos da Petrobrás que ainda embarcam, ne? E estão ainda na linha de frente e temos aí quase que 60, de 50 a 60 de pessoas terceirizadas que também são técnicos supervisores dessas operações no mar. Então só na atividade nossa lá de arame e a gente está agora com um trabalho de reciclagem, né? Porque não adianta só ter procedimento, cobrar procedimento, nós temos um centro de treinamento aqui mesmo no PT onde a gente traz sempre um instrutor seja da Petrobrás, seja das companhias de serviço que trabalham conosco e a gente tem reciclado as pessoas nos próprios padrões, próprios procedimentos e nas ferramentas. Então importante a gente estar também coordenando essa atividade de treinamento do SCA ra.
P/1 – E como você vê o futuro da Bacia?
R – É como eu já falei o portfólio cresceu absurdamente e a gente acredita na competência da nossa empresa, principalmente na área de sísmica, reservatório que tem dado provas aí de competência. A Petrobrás é uma das empresas que menos erra nessa questão de sísmica, de reservatório, de poço em si, raramente a gente entra e não dá certo. Então a gente já deu provas aí de competência da Bacia de Campos, né? Eu não tenho a mínima dúvida em afirmar que o portfólio nosso hoje aí está em 50 anos dá pra gente se aposentar, dá pros filhos caso... A próxima geração trabalhar nessa empresa também que é a terceira das Américas hoje, né? E se aposentar nela, eu não tenho a mínima dúvida.
P/1 – E o que é ser petroleiro?
R – Eu sempre falo isso aí que antes, né? Que o petroleiro tinha muito amor à camisa, a gente tem que fazer com que essa garotada que está chegando também tenha esse mesmo espírito de amor à empresa, de amor a essa empresa que nos dá o ganha pão, afinal de contas... Eu sempre falo o seguinte, eu sou advogado lá fora, mas como eu seria advogado se eu não tivesse a Petrobrás? Eu talvez não tivesse dinheiro para pagar a faculdade como eu não teria. Então acho que nós temos que dar valor a essa empresa até porque ela nos respeita enquanto funcionários, porque também se fosse uma empresa que não respeitasse o seu funcionário certamente ela não teria isso da gente. A gente tem que passar isso para essa garotada que está chegando, porque eles têm que ter também amor à empresa, né? Que é daqui que a gente vai tirar o nosso sustento para nossos filhos, para nossa família.
P/1 – E o que o senhor achou de ter participado dessa entrevista contribuindo para o projeto memória dos trabalhadores da Bacia de Campos?
R – Legal, quando chama a gente pra isso ninguém quer participar até porque talvez a falta de contato com... Dar uma entrevista, estar de frente de uma câmara, mas é legal acho que isso é importante até para que fique registrado para que alguém possa ouvir e saber que essa é uma empresa séria, uma empresa que tem a preocupação com o meio ambiente. Eu sempre falo o seguinte, eu defendo até como cidadão político defendo o meio ambiente acima de tudo. E a Petrobrás hoje ela está imbuída nesse espírito de respeito não só a saúde do trabalhador à segurança, mas acima de tudo ao meio ambiente. Tem uma frase de Austregésilo de Ataíde aquele imortal, um dos precursores aí da Academia Brasileira de Letras que ele fala o seguinte: “o passado não é o que passa, mas o que fica” e a gente teve essa frase num encontro que eu participei no encontro das águas onde estava em foco a Lagoa Feia. A Lagoa Feia aqui entre Campos e Quissaman lagoa que já foi uma das maiores do país e hoje já não é, é uma das grandes lagoas do país, mas já não é como era antes. A Lagoa Feia tinha 330 quilômetros quadrados, hoje ela tem 160. Então essa frase de Austregésilo de Ataíde que o passado não é o que passa, mas o que fica infelizmente para a Lagoa Feia isso não aconteceu, a lagoa não ficou... Ficou só a metade dela, porque o homem que é o animal que depreda, invadiu, aterrou e fez com que aquela lagoa já não fosse uma lagoa de 330 quilômetros quadrados e fosse apenas uma lagoa de 160. Então a nossa obrigação como cidadão, como funcionário da Petrobrás é preservar o ambiente para que ele pelo menos seja para o nosso filho a mesma coisa que a gente teve dos nossos pais. Então eu tenho muita preocupação com o meio ambiente e eu acho que essa talvez seja uma das preocupações que eu vejo que a minha empresa tem hoje e que mais eu dou apoio e efetivamente eu valorizo é a preocupação com meio ambiente e com o futuro que nós temos que deixar para nossos filhos.
P/1 – Ok, obrigada.
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