Ramiro, nome que ecoa do sertão, matuto de sonhos, desbravando seu coração.
De mãe que veio da Paraíba, Pernambuco, ‘’donde’’ a viola chora, em poesia seu fado louco. De pai que veio do Ceará, onde Gonzaga reinava, e o baião na lenha com um café no mais tardar.
Suas almas se encontram, em um so luar, forjando a arte, o cordel e seu lindo são joão.
Na roça cresceu, com a liberdade no olhar, açudes e barreiros, seu lar para se debruçar.
Sem medos na alma, sem maldade no olhar, construindo brinquedos no sabugo de milho, a arte a aflorar.
Pífanos nas mãos, talento a desabrochar, mini artesão em um mundo a inventar.
A escola um portal, que o mundo revelou, Ramiro tinha as chaves e a porta encontrou.
Com flauta doce e poesia o palco conquistou.
A poesia que curava um presente divino, mais leve que o ar mais belo que o mar.
Nos tempos de dor, a arte o libertava, versos escritos e um canto para se curar.
Com a família a arte se expande, um dom familiar.
Maria Flor, sua filha, a poesia a enamorar.
A esposa, um pilar para se estabilizar.
O Memorial Sertanejo Resistência que nasceu.
Matuto de alma, um orgulho para se carregar.
Sonha em envelhecer, vendo em seus filhos seu legado crescer.
Suas poesias pelo mundo construindo uma cultura.
Através se seus escritos, por justiça a aclamar.
Se pudesse renascer, o mesmo solo escolheria, do mesmo ventre nasceria, onde carrega a força de se sertanejar.
Sua história em memória para um bom futuro encontrar.
Essa é a morte e vida de Ramiro, sertanejo com sangue e força de lampião e uma nação para se orgulhar.