A Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM) surgiu em maio de 2000, a partir da iniciativa da Professora Doutora Marcia Koga e familiares de pessoas em condição de sofrimento psíquico. Em meio a reestruturação da Política de Saúde Mental do país, que naquele momento dispunha sobre a proteção e direitos das pessoas portadoras de transtornos, a Associação foi criada com o objetivo de promover melhores condições de vida nos aspectos biopsicossociais para este segmento da sociedade até então desprotegido pelo poder público. De cunho voluntário, os membros da associação formavam grupos de autoajuda, onde debatiam a respeito das dificuldades e possibilidade de vida destas pessoas, além de angariar recursos para a causa. Aos poucos foram expandindo suas ações, que auxiliaram e ainda hoje auxiliam na recuperação, estabilização da saúde mental e na reintegração de pessoas em adoecimento psíquico.
Em seus dezenove anos de existência, a AMSM participou ativamente da luta antimanicomial paranaense, estando presente em todas as Comissões Municipais de Saúde Mental, visando a reestruturação da política em saúde mental no município de Maringá, da implementação do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial), CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas) e CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), da implementação do Serviço de Emergência Psiquiátrica no Hospital Municipal de Maringá e da criação da primeira residência terapêutica de Maringá. A associação tem presença ainda nos Conselhos Gestores e nas Conferencias Públicas de Saúde. Três anos após a criação da Associação, Maria Lúcia Zapata Loriti, uma das associadas, teve a ideia de criar um projeto de geração de renda, tendo em vista que as pessoas em sofrimento e adoecimento psíquico possuem dificuldades em manter vínculo empregatício ou mesmo de ingressar no mercado formal de trabalho após a...
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A Associação Maringaense de Saúde Mental (AMSM) surgiu em maio de 2000, a partir da iniciativa da Professora Doutora Marcia Koga e familiares de pessoas em condição de sofrimento psíquico. Em meio a reestruturação da Política de Saúde Mental do país, que naquele momento dispunha sobre a proteção e direitos das pessoas portadoras de transtornos, a Associação foi criada com o objetivo de promover melhores condições de vida nos aspectos biopsicossociais para este segmento da sociedade até então desprotegido pelo poder público. De cunho voluntário, os membros da associação formavam grupos de autoajuda, onde debatiam a respeito das dificuldades e possibilidade de vida destas pessoas, além de angariar recursos para a causa. Aos poucos foram expandindo suas ações, que auxiliaram e ainda hoje auxiliam na recuperação, estabilização da saúde mental e na reintegração de pessoas em adoecimento psíquico.
Em seus dezenove anos de existência, a AMSM participou ativamente da luta antimanicomial paranaense, estando presente em todas as Comissões Municipais de Saúde Mental, visando a reestruturação da política em saúde mental no município de Maringá, da implementação do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial), CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas) e CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), da implementação do Serviço de Emergência Psiquiátrica no Hospital Municipal de Maringá e da criação da primeira residência terapêutica de Maringá. A associação tem presença ainda nos Conselhos Gestores e nas Conferencias Públicas de Saúde. Três anos após a criação da Associação, Maria Lúcia Zapata Loriti, uma das associadas, teve a ideia de criar um projeto de geração de renda, tendo em vista que as pessoas em sofrimento e adoecimento psíquico possuem dificuldades em manter vínculo empregatício ou mesmo de ingressar no mercado formal de trabalho após a manifestação da doença, em sua maioria por preconceito da sociedade. Nesse contexto, as oficinas de geração de renda e trabalho ganham ênfase, uma vez que resgatam a autoestima dos usuários, mostrando que são capazes de aprender e produzir.
Assim, surgiu o Projeto Girassol, que visa gerar trabalho, renda e afeto, por meio da confecção de peças de artesanato com técnicas variadas. Também em 2003, a AMSM foi contemplada com o Prêmio Nacional de Inclusão Social, cuja verba foi utilizada para a construção da sede oficial da Associação e local de atuação do Projeto Girassol, em um terreno doado pela prefeitura de Maringá. Anos depois, no mesmo terreno, foi construída a loja para venda direta dos produtos do Projeto, produzidos sob o modo de Economia Solidária, e também foi construída uma horta comunitária, que atende moradores locais com produtos orgânicos. O Projeto mantém a produção a partir de doações e compra de materiais por meio do dinheiro arrecado nas vendas. Ao longo de sua existência, o Projeto Girassol participa de feiras da cidade, como a Feira do Parque do Ingá, realizada todos os domingos, feiras de Economia Solidária, feiras em universidades etc. Realiza também almoços para a arrecadação de fundos destinados à AMSM e possui parcerias com universidades e outras entidades da região. Seu vínculo com a UEM, estabelecido a partir de parceria com a Unitrabalho/UEM, iniciado em 2010, se estende nos anos de 2018/2019 pelo Projeto Organizadas e Mobilizadas: trabalho, gênero e política com as mulheres dos Empreendimentos Econômicos Solidários. O projeto de extensão teve como objetivo resgatar a memória coletiva deste grupo de mulheres de grande relevância para a luta antimanicomial, bem como promover o reconhecimento de seu trabalho perante a sociedade maringaense.
Durante os meses de projeto, a equipe Unitrabalho realizou várias atividades com as integrantes do Projeto e pôde entrar em contato com histórias de vida marcadas por mudanças e conquistas motivadas pelo Projeto Girassol: “A minha entrada no projeto foi importante para mim, pois tinha perdido minha irmã e recebi muito apoio de todos, pois eu estava muito depressiva.”; “Minha conquista no projeto foi que eu pude perceber que eu sou muito importante, para quem está ao meu redor, e nunca mais pensar que a morte é a única saída. Sou feliz por estar viva.”; “Aprendi muitas coisas maravilhosas, eu não sabia costurar.”, são alguns depoimentos das integrantes coletadas, que mostram todo seu carinho pelo Projeto diariamente.
Um documentário sobre o Projeto foi o resultado concreto do vínculo entre a Unitrabalho/UEM e o Projeto Girassol nos anos de 2018/2019, que tenta mostrar um pouco do cotidiano destas mulheres, marcado pelo carinho em tudo que fazem, e no amor no que acreditam. “Primeiro a gente entra porque quer ajudar alguém, mas no fim a gente percebe que o ajudado somos nós mesmos” – Cléia Scramim.
PARTICIPANTES DO PROJETO GIRASSOL Cleia Maria Leandro Scramim, Vera Lúcia Pasini, Cristiane Assumpção, Claudia Eik, Lucinda Manteli, Evanir Aparecida Segala, Helga Steiger, Odysselia Maria Vargas Ferraz Gonzales, Nair Ferreira Fernandes, Paulina Santos da Silva (Paulinha), Luiza Brugnoli Gil, Darcy, Lurdes Sabaini, Vilma da Silva, Fátima Fontana, Vacy da Silva, Maria Lúcia Zapata Loriti (1ª coordenadora), Maria Aparecida Canassa, Antônio Claudio Dias, Emília Hernandes, Miriam Borneli Ferreira, Dona Myrthes Macedo Alves, Maria Regina Macedo Alves, Shirley Pelaconi, Shirley Rosana, Antônio Manuel da Silva, Joaquim Batista da Silva, Oleir Benedito Rodringues (Benedito) Em memória: Dona Tica, Elisa Neshimori, Dona Nair, João Scramim, Catarina Steidar Pereira (Katia), Iracema G. M. Dias, Aline Torchi. Agradecemos a todos os colaboradores e participantes que fizeram a ideia do projeto Girassol florescer.
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