P/1 – Jéssica, pra gente deixar registrado, por favor, seu nome completo, data e local de nascimento.
R – Jéssica Fiuza Marin Tenório, nasci no dia 25 de setembro de 1991, em Bauru.
P/1 – Marin?
R – É.
P/1 – Meu pai é Marin também.
R – Ah é?
P/1 – É. Fala um pouquinho da sua trajetória escolar, tua carreira, por que você escolheu tal área, né?
R – Bom, vamos lá. Eu nasci em Bauru, mas eu morei em alguns lugares depois de Bauru. Eu morei em Lins, em São Vicente. A minha vida toda praticamente que eu me lembro, eu estava em Santos, já. Lá em Santos eu estudei, estudei lá o ensino fundamental e no ensino médio eu fui fazer intercâmbio pros Estados Unidos, no segundo ano, e aí quando eu voltei eu mudei pra São Paulo e comecei a estudar aqui em São Paulo no último ano do ensino médio. A minha mãe, ela sempre trabalhou. Ela trabalhava na igreja e depois ela começou a trabalhar numa ONG e era coordenadora da ONG e tudo, e aí depois muito na parte de RH [Recursos Humanos], mas a gente sempre foi muito envolvida com as inscrições de projetos sociais. Eu sempre tive muita vontade de ser médica. Eu queria ser médica pra ser aquelas Médico Sem Fronteiras e poder ajudar as pessoas, meu objetivo maior sempre foi em ajudar as pessoas. Aí no terceiro colegial eu prestei pra Medicina e depois não passei. Eu entrei no cursinho e no cursinho eu me dei conta que eu não queria fazer Medicina, que eu queria continuar fazendo alguma coisa pra ajudar as pessoas, mas que eu iria demorar muito pra conseguir ajudar as pessoas fazendo medicina. Então decidi fazer Relações Internacionais e meu foco sempre foi trabalhar em organismos internacionais, como a ONU [Organização das Nações Unidas], a Cruz Vermelha. Era assim minha ambição de carreira. Então eu comecei a fazer faculdade, eu fiz na ESPM [Escola Superior de Propaganda e Marketing] Relações...
Continuar leituraP/1 – Jéssica, pra gente deixar registrado, por favor, seu nome completo, data e local de nascimento.
R – Jéssica Fiuza Marin Tenório, nasci no dia 25 de setembro de 1991, em Bauru.
P/1 – Marin?
R – É.
P/1 – Meu pai é Marin também.
R – Ah é?
P/1 – É. Fala um pouquinho da sua trajetória escolar, tua carreira, por que você escolheu tal área, né?
R – Bom, vamos lá. Eu nasci em Bauru, mas eu morei em alguns lugares depois de Bauru. Eu morei em Lins, em São Vicente. A minha vida toda praticamente que eu me lembro, eu estava em Santos, já. Lá em Santos eu estudei, estudei lá o ensino fundamental e no ensino médio eu fui fazer intercâmbio pros Estados Unidos, no segundo ano, e aí quando eu voltei eu mudei pra São Paulo e comecei a estudar aqui em São Paulo no último ano do ensino médio. A minha mãe, ela sempre trabalhou. Ela trabalhava na igreja e depois ela começou a trabalhar numa ONG e era coordenadora da ONG e tudo, e aí depois muito na parte de RH [Recursos Humanos], mas a gente sempre foi muito envolvida com as inscrições de projetos sociais. Eu sempre tive muita vontade de ser médica. Eu queria ser médica pra ser aquelas Médico Sem Fronteiras e poder ajudar as pessoas, meu objetivo maior sempre foi em ajudar as pessoas. Aí no terceiro colegial eu prestei pra Medicina e depois não passei. Eu entrei no cursinho e no cursinho eu me dei conta que eu não queria fazer Medicina, que eu queria continuar fazendo alguma coisa pra ajudar as pessoas, mas que eu iria demorar muito pra conseguir ajudar as pessoas fazendo medicina. Então decidi fazer Relações Internacionais e meu foco sempre foi trabalhar em organismos internacionais, como a ONU [Organização das Nações Unidas], a Cruz Vermelha. Era assim minha ambição de carreira. Então eu comecei a fazer faculdade, eu fiz na ESPM [Escola Superior de Propaganda e Marketing] Relações Internacionais e no meu segundo ano lá, eu entrei na AIESEC, que é uma organização estudantil. No primeiro ano, no meio do primeiro ano, seis meses, eu entrei na AIESEC, e lá eu trabalhava na parte de ONG visitando alguns lugares e prospectando organizações pra receber intercambistas, e aí no final do meu segundo ano da faculdade, eu fiz um intercâmbio pra Ucrânia. Um intercâmbio social onde eu tive a oportunidade de trabalhar com crianças em orfanatos, crianças que tinham deficiências diversas e eu pude ficar três meses lá, experimentando, enfim, vivenciando com elas, estando um tempo com elas, ensinando dança e inglês em alguns casos, fazendo atividades diversas com elas. Depois disso eu fiz outro intercâmbio, eu fiquei seis meses na França e quando eu voltei de lá, eu num mês eu já tava trabalhando aqui na Nestlé, na área de Responsabilidade Social, que era a parte que eu gostava. Na França eu estudei Economia e Gestão, que era um convênio com a faculdade, e aí quando eu voltei eu vim aqui pra Nestlé, onde eu fiquei como estagiária e depois de quase um ano, antes de completar um ano, fui efetivada e agora já fez dois anos, fez agora que eu tô aqui na área de Responsabilidade Social.
P/1 – Que ano que você entrou na Nestlé?
R – Eu entrei em 2012.
P/1 – E como é que foi essa área na Responsabilidade Social? Quais foram seus primeiros desafios, primeiros trabalhos? Como que apareceu o Nutrir?
R – Eu já vim pra trabalhar, na época eram duas gerências diferentes, a gerência que eu vim era do Helvio Kanamaru e eu já vim pra trabalhar no Nutrir mesmo, como estagiária, pra dar suporte pra... Na verdade na época tinha os três programas da fundação, o Nutrir, o Cuidar e o Saber. Eu prestava suporte pra toda essa estrutura e de cara assim, o meu projetinho sempre foi o voluntariado, então eu junto com uma outra estagiária a gente dividiu os grupos pra fazer o acompanhamento deles, pra identificar quais atividades eles realizaram, se eles precisavam de alguma coisa, desenvolvendo material de apoio pra eles, atividades, receitas, sempre pesquisando alguma coisa. Então tendo escolhido o voluntariado mesmo quando era estagiária, mesmo na parte de suporte aos grupos e nas capacitações também participando das reuniões, mas até aí minha visão era muito mais voltada pro voluntariado. Depois quando eu fui efetivada, o Helvio saiu da companhia. A Lia [Barros] assumiu a coordenação da Fundação Nestlé Brasil, e ela entrou de licença maternidade. Então nesse momento que ela entrou de licença, eu passei a ser o apoio aqui de todos os programas que a gente tava realizando. Então foi quando eu tive um contato maior com todas as ONGs, com o voluntariado, mas agora a gente já tava com uma consultoria que tava prestando suporte pra gente, então toda a parte de apoio pra eles, e de material, e das atividades, a gente tava mais passando diretrizes nacionais e desenvolvendo algumas ações que seriam pra todos e essa consultoria tava ajudando a gente a fazer esse desdobramento com os grupos. Então tive bastante contato com o voluntariado nesse aspecto e com as ONGs tive uma aproximação maior também, porque no começo do ano passado a gente organizou o primeiro encontro da rede de todas as ONGs, com a Fundação Kellogg’s, a Casa do Zezinho, onde a gente pode discutir devidamente, né, como participando de uma rede mesmo, quais seriam as diretrizes, padronizar algumas atividades que a gente já fazia e aí, partindo daí a gente definiu algumas coisas. A gente tava desenvolvendo um software também de monitoramento, então eu trabalhei com elas assim, não tão próximo porque tinha um monte de coisa pra fazer, mas a gente se aproximou bastante, acompanhei as atividades que elas realizavam. Tive oportunidade de visitar todas elas no ano passado. E aí também na parte das capacitações, já tinha passado todo o processo de prospecção, de definição. Eu acompanhei o desenvolvimento de todas as capacitações e junto, definindo a premiação, os locais. Fui nas capacitações pra garantir que tava tudo acontecendo da forma correta, o prêmio, todo o ciclo de capacitações com as escolas públicas também acompanhei bastante de perto no ano passado. E foi isso. O que mais você quer saber?
P/1 – Então, eu quero saber como é que foi esse processo da Lia sair e você tomar um pouco mais a frente. Você tinha acabado de chegar também na empresa. Como que foi lidar com uma nova realidade Nestlé e dentro da Nestlé também? Um programa novo, com pessoas que você estava conhecendo naquele momento?
R – É, na verdade quando a Lia saiu de licença, eu já tava há um ano na empresa, fui efetivada, mas assim, eu já conhecia muito bem os processos, porque como eu era estagiária antes, eu observava tudo e eu prestava suporte pras ações que a Lia ia fazendo. Então eu participei muito intensamente do todo o planejamento do ano, de orçamento, a construção do planejamento com cada ONG. Então assim, foi muito desafiador porque eu também tava no meu último ano da faculdade, então eu ainda não tinha acabado, eu acabei no final do ano. Então foi um ano muito intenso, mas que a gente conseguiu resultados muito significativos. A gente aumentou o número de crianças impactadas pelas ONGs, a gente conseguiu padronizar o processo de monitoramento delas com a implantação da ferramenta on line, onde elas conseguem acompanhar cada criança ali e ter uma ficha on line de cada uma delas. A gente dobrou o número de voluntários. Um impactor aqui em São Paulo também a gente poder se aproximar da prefeitura aqui de São Paulo. A gente lançou o Comida de Escola, com o secretário de educação. A gente participou do seminário da secretaria. Então assim, foi um ano muito intenso, com muitas atividades pra mim é de uma responsabilidade muito grande porque você ser efetivada já é uma mudança grande e ainda sem ter a Lia que era, naquele momento a responsável pela área. Eu tive que lidar direto com a Monica, que é a gerente aqui, mas ao mesmo tempo foi um ano que eu tive liberdade também pra poder tocar as coisas e fazer da forma como eu acreditava e que a gente tinha combinado que seria acompanhado. Então foi um ano muito bom assim, intenso, mas eu pude me aprofundar muito bem assim em todos os conceitos e da forma como a gente realiza todas as coisas. Foi um processo gratificante no final, porque a gente conseguiu colher bons frutos também e melhorar alguns processos e ter excelentes resultados. Então foi uma ruptura, mas foi muito bom. Agora a Lia voltou no começo do ano e a área também teve um upgrade. A gente mudou de diretoria no ano passado, então tiveram várias mudanças que então agora a gente tá começando a sentir um pouco mais. Então eu sei que agora os programas eles tomaram uma dimensão diferente. A qualidade ela tá sendo cada vez mais requisitada no sentido de que a gente tenha um impacto que seja mensurável e que ele consiga ser reportado, né, porque quando você trabalha com programa social, às vezes é um pouco intangível os resultados que a gente encontra, mas cada vez mais a gente tem avançado nisso. O voluntariado a gente está com metas ambiciosas também, mais contato com o chefe de RH, com os gerentes. No geral a companhia tá dando muita atenção pro assunto. Então, claro que com a atenção vem mais responsabilidade, mas agora também a Lia tá de volta, então a área tá bem estruturada pra conseguir entregar aquilo que tá sendo colocado pra gente e de melhorar a visão também do Nutrir. Agora a gente tá com o foco, antes tinha o Cuidar e o Saber, a partir desse ano a gente não trabalha mais com esses dois programas e todo nosso foco de investimento e de esforço agora tá no Nutrir e que vem a colaborar ainda mais pro bom trabalho que a gente já tava fazendo. Então meu novo momento, com muitos desafios, mas que a gente tá se estruturando pra realizar.
P/1 – Eu queria que você falasse um pouquinho desses planejamentos. Você falou que quando entrou você já pegou todo o processo de planejamento anual. Como é que era feito isso, como é que era feito hoje, o que que vocês levam em consideração? Como que é o contato com o interior, com os outros estados, como que conseguem se comunicar dessa forma?
R – Tá. A gente sempre define junto ao mercado, quais são as nossas metas. Então geralmente aqui na nossa área a gente tem a meta de impacto de criança e a gente tem que buscar alinhar esse impacto de crianças em regiões que são estratégicas pra Nestlé, tanto por serem locais onde a gente tem negócio, quanto por serem regiões onde a Nestlé tá implantada, tem fábrica, tem algum tipo de negócio. Então está dentro da Criação de Valor Compartilhado, da nossa responsabilidade como empresa de devolver algo pra sociedade, mas é baseado nesses dois critérios de localidade e de número de crianças que a gente precisa impactar, que a gente começa o planejamento pras capacitações. Então pros mercados, pras cidades onde a gente ainda não tem nenhum tipo de relacionamento, os nossos consultores começam a entrar em contato com as secretarias municipais de educação, vão até lá, apresentam o nosso programa, dá uma sondada na cidade, tem de fazer um diagnóstico pra ver qual é a situação, ver quais assuntos merecem ser aprofundados mais, outros menos, e a partir daí a gente começa a desenvolver um relacionamento tanto com a sociedade ali naquele local, quanto com a prefeitura. E uma vez que a prefeitura aprova o recebimento do programa, senta com eles e define em quantas turmas vão fazer, quantos vão ser os encontros, qual vai ser o cronograma do ano. Definindo isso, começam as capacitações que elas são feitas em três módulos diferentes, dependendo da cidade, se é só Nutrir. Porque a gente tem dois formatos de capacitação. Tinha, né, agora a gente só tem um, mas tem o Nutrir, que é o Nutrir puro, são 24 horas de formação. As merendeiras têm as oficinas culinárias e tem os programas integrados, que é o Saber que a gente fala, mas que na verdade a gente leva os conteúdos de Nutrir e Cuidar e de Saber, que são os que são feitos mais no interior e geralmente voltado pras nossas áreas de produtores rurais, tanto de café, leite e de cacao. Então baseado nisso, nesse modelo, a gente tem oito horas de formação por programa e depois nos dois modelos de programas a gente tem um Prêmio Nutrir no final, que é onde a gente consegue pegar as duas práticas e fazer um levantamento das atividades que se desdobraram, advindas das formações do Nutrir. Esse é o modelo pras formações, então a gente prospecta as cidades, o número de crianças, faz o contato com a secretaria, estabelece a parceria, faz um cronograma do ano, começa as formações, realiza as capacitações e no final do ano tem o Prêmio do Nutrir, onde a gente entrega com um seminário de boas práticas e com isso a gente finaliza o ciclo das capacitações. Com as ONGs é um pouquinho diferente porque ano passado, por exemplo, a gente tinha o relatório das atividades que elas realizaram em 2012, então é analisado isso, é realizada a prestação de contas de tudo o que elas fizeram no ano, baseado no contrato que foi feito, no que não foi feito. São avaliados os resultados qualitativos e quantitativos pra gente conseguir identificar quais são os pontos que a gente precisa trabalhar mais naquele local, se a ONG tá indo por um bom caminho, se os resultados são positivos, ou se não, se são negativos, se precisa de mais trabalho em alguma área e aí baseado nisso a gente senta junto com eles, discute essas coisas, eles montam um plano de ação, pro próximo ano, assim, com os contratos, né, que são os recursos que eles vão precisar pra fazer isso e a gente debate todas essas coisas e estabelece aquilo que vai ser feito, assim como o contrato. E aí depois disso a gente tem um acompanhamento periódico do que eles estão fazendo, por meio de relatórios, visitas, conversas, enfim, de recursos diferentes e no fim do ano a gente avalia todos os resultados de novo. Então esse é o ciclo. E com o voluntariado a gente tem desafios também em relação aos grupos, a quantidade de grupos que a gente tem. Ano passado a gente abriu dois novos grupos que foi em Itabuna e na filial de vendas do Rio de Janeiro. Então geralmente as nossas metas estão atreladas à quantidade de números e à quantidade de voluntários e antigamente à porcentagem de serviço que a gente tinha com os voluntários. Então, a gente prospecta as unidades Nestlé que ainda não têm o voluntariado, conversa com o chefe de RH, entra nas calls que eles já têm geralmente pra divulgar o programa e pra se colocar à disposição. Aquelas pessoas que têm interesse de receber o voluntariado, eles entram em contato com a gente e a gente faz todo o treinamento e o acompanhamento pra que eles possam abrir um novo grupo de voluntariado. Para os grupos de voluntariado ativo, eles realizam um plano de ação junto à instituição assim como um cronograma de quando vão acontecer as ações voluntárias deles, anuais, e aí baseado nisso, a consultoria que foi que a gente trabalhou a primeira vez ano passado, ela ia fazendo o monitoramento de todos os grupos mês a mês, pra saber se eles realizaram, se eles não realizaram, como é que foi, se eles estão com dificuldade pra encontrar receita, ou de brincadeira, enfim, se eles estão precisando de algum documento, alguma peça de comunicação. E aí junto com os grupos eles vão fazendo essa dinâmica, no mês a mês, e tem o planejamento do voluntariado que pra alem do número de voluntários e de grupos, a gente cria um calendário anual e ali já coloca pra eles todas as ações que eu quero que eles realizem. Então tem mês que eu vou ter uma ação nacional, tem mês que vai ter um dia temático do Meio Ambiente, ou vou sugerir uma pauta pra eles abordarem na Ecofolia Culinária e tem mês, por exemplo, no fim do ano eu fiz um concurso de Natal, onde eles se inscreviam, eles participavam e eles ganhavam o prêmio. Também teve uma intervenção que a gente fez ano passado, que foi muito valorosa, que foi dia N, que foi uma iniciativa de Ibiá, onde eles pegaram um dia na fábrica e nos três turnos eles divulgaram as ações voluntárias que o grupo fazia. Então colocaram foto das crianças, os voluntários foram de colete, enfim, teve uma mobilização. E eles trouxeram essa ideia pra gente, que eles tinham feito, achei muito legal e resolvi que isso seria uma ação oficial de todos os grupos no ano passado. Então a gente montou um material onde tinha ali um guia de como ele deveria ser feito, de como ele poderia se organizar e a gente foi prestando suporte, consultoria pra todos os grupos, pra que eles pudessem arrecadar voluntários pra participar das ações. A partir daí, depois que eles tinham realizado esse evento, que tinham novos voluntários, a gente fez um treinamento dos voluntários com os nossos consultores, que fazia muito tempo que a gente não fazia esse treinamento com os voluntários, porque até então a gente fazia o encontro nacional dos voluntários, onde iam só dois representantes de cada unidade aqui pra sede ou pro local onde que era designado, pra serem treinados. Mas fazia muito tempo que a fundação não conversava com todos os voluntários do grupo. Então ano passado a gente levou o treinamento pra quase todos os grupos, tiveram alguns que não conseguiram se organizar pra receber, mas a maioria dos grupos recebeu o treinamento dos consultores lá e era uma oportunidade pra gente conseguir se aproximar tanto desse voluntário que ele já era, que ele não foi arrecadado, vamos dizer assim, no dia N, ele já era voluntário antes, mas ele nunca tinha tido oportunidade de ter um treinamento sobre a temática dos nossos programas. Então essa foi uma ação muito legal também, do treinamento, pra todo mundo. E aí a gente fechou o ano com o concurso de Natal, que também teve resultados muito interessantes. Os grupos de mobilizaram, fizeram um diagnóstico na instituição, identificaram quais projetos eles poderiam fazer e aí eles foram arrecadando dinheiro e enfim, realizando aquilo que eles tinham planejado. Então foi a primeira vez que a gente fez um concurso assim, mas a gente teve 17 inscrições, foi boa perto do nosso universo que é de 24 unidades. E foi isso, então o planejamento do voluntariado a gente faz aqui, também em casa e aí depois disso tem a consultoria que ela vai dando toques e vai ajudando a gente a fazer o suporte dos 24 grupos.
P/1 – Só pra gente ir finalizando, queria que você falasse de alguns marcos assim. Eu sei que você falou tanta coisa, mas de alguns que você lembra com carinho, sabe, alguma frase, algum rosto, alguma situação que você tenha passado, que foi bacana assim pra sua história?
R – Como voluntária ou como...
P/1 – É. Você é voluntária também?
R – Eu sou.
P/1 – Pode ser como voluntária.
R – Deixa eu pensar... Acho que é uma coisa que me marcou. Foi um dia que eu tava conversando com a instituição que a gente atende aqui em São Paulo, que é a Paróquia Santo Afonso, e aí tava falando com ela pra saber se tava tudo certinho pra nossa ação que ia ser no sábado, aí ela pegou e comentou: “Nossa, vocês não tem noção de como as crianças ficam no período antes da Ecofolia Culinária. Porque elas ficam tão ansiosas que tá chegando o dia que vocês vão vir aqui, que elas não falam de outra coisa e elas já ficam combinando e imaginando como elas vão fazer no sábado e é super legal assim, porque já tá todo mundo mobilizado e todo mundo esperando por vocês já”. E aí aquilo me marcou muito porque, às vezes, você é voluntário, você vai lá todo mês, mas você não imagina o quanto a sua presença ali significa pra alguma criança, porque, às vezes, você tá corrida, e aí planeja tudo e chega lá e executa e você olha aquilo muito mais como uma atividade do que como uma finalidade em si. E pensar assim que as crianças ficam ansiosas em nos receber, que elas ficam esperando a gente chegar lá e elas esperam pela gente, porque elas conhecem já a gente, a gente tem um relacionamento. Então elas sabem o nosso nome, elas sabem coisas sobre a gente, da mesma forma como a gente sabe sobre elas. Então foi especial assim, embora eu já fosse voluntária há mais de um ano, aquele momento pra mim mostrou a relevância do trabalho que a gente faz na ponta e qual a importância real da gente tá ali investindo nosso tempo num sábado de manhã, com aquelas crianças porque aquilo faz a diferença na vida delas. Então isso é uma coisa que me marcou como voluntária.
P/1 – Que bom. Jéssica, acho que você já conseguiu passar muita informação dessa memória toda. Nem parece que são dois anos aí só que você tá nessa lida, porque é muita informação e como é um projeto de memória, é importante a gente pegar o que tá acontecendo agora também. Muito obrigada.
R – Imagina, se você quiser alguma coisa. Eu fui falando rápido também, porque eu sei que é pouco tempo, mas se tiver alguma coisa aí que não ficou claro, que vocês querem entender melhor, depois vocês mandam que eu posso esclarecer pra vocês, a gente pode, eu posso mandar mais informação se for preciso.
P/1 – Ok, muito obrigada.
R – Obrigada você.
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