Chegada a São Paulo vindo do Rio de Janeiro, janeiro de 2019. Fiz dezenas de viagens como essa pela Ponte Aérea ao longo de mais de 30 anos. Pouco depois, da janela do avião se descortina a imagem do Planalto Paulista, 750 metros (menor altitude, Praça da Sé, digamos, para simplificar) acima do nível do mar. O avião se aproxima do aeroporto de Congonhas pelo sudoeste. Passa pelas grandes represas Billings e Guarapiranga. Começa a visão da floresta de prédios. Há 30 anos, 19% dos habitantes da capital paulista moravam em prédios de apartamentos. Por volta de 2022 esse número tinha chegado perto de 30%. Ainda um grande mar de casas de um ou dois (ou três, mais raramente) pavimentos. Cidade impermeabilizada, vulnerável a enchentes periódicas. Pouca ou nenhuma preocupação com a defesa do meio ambiente. A Grande São Paulo segue o mesmo caminho. No litoral paulista visto da janela do avião ergue-se também uma barreira de prédios. Mas o panorama desta foto de 2019 destaca a dinâmica das águas.