Sou Isaura Maria Ribeiro Bonavita, nasci na capital paulista em 20 de setembro de 1952. Sou a mais velha de quatro irmãos. Meu pai, Jorge de Souza Bonavita era carioca, da Guanabara e minha mãe, Yvonne Ribeiro Bonavita natural de Campinas. Sou casada há 34 anos com Agnaldo Barbosa e não tenho filhos. Meu grande amor são os animais, principalmente os gatos. Aqui em casa uma linda princesinha corre e pula entre o nosso dia a dia. Amo arte, a literatura e meu momento de descanso se faz em uma boa leitura, um bom filme ou em mais uma história ganhando forma.
Sou pedagoga e tenho pós graduação em educação museal, museografia e patrimônio cultural. Sou funcionária pública e trabalho no Arquivo do Estado no Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa. Dentre as minhas responsabilidades está à coordenação de edição da Revista do Arquivo, pesquisa, produção e curadoria de galerias virtuais e pesquisa e produção de textos de divulgação do acervo nas redes sociais.
Em março de 2020 fui uma das primeiras pessoas do arquivo a entrar em quarentena por decreto que tirou do trabalho presencial todos os funcionários com idade igual e superior a 60 anos.
Alguns meses depois a incerteza habitava todos nós e dentre esta grande incerteza estávamos produzindo a Revista do Arquivo n 12 e me foi solicitado uma crônica lírica falando dos sentimentos trazidos pela pandemia ao meu dia a dia como profissional.
Lápis nas mãos, em meio à solidão do cotidiano meus sentimentos se fizeram poesia e aqui a deposito:
Pandemia na pandeMinha vida.
Era meados de março.
Dias quentes e ensolarados a se despedirem do verão, quando pela porta da fatalidade entrou a pandemia, assolando o dia a dia.
Em poucos momentos,
mesa fechada,
gavetas trancadas,
material guardado na mochila,
lá fui eu!
Um até logo,
ou até quando,
na incerteza da vida.
Trabalhar em casa, interfaces do inesperado,
Do desconhecido,
Do não sequer entendido.
De repente,...
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Sou Isaura Maria Ribeiro Bonavita, nasci na capital paulista em 20 de setembro de 1952. Sou a mais velha de quatro irmãos. Meu pai, Jorge de Souza Bonavita era carioca, da Guanabara e minha mãe, Yvonne Ribeiro Bonavita natural de Campinas. Sou casada há 34 anos com Agnaldo Barbosa e não tenho filhos. Meu grande amor são os animais, principalmente os gatos. Aqui em casa uma linda princesinha corre e pula entre o nosso dia a dia. Amo arte, a literatura e meu momento de descanso se faz em uma boa leitura, um bom filme ou em mais uma história ganhando forma.
Sou pedagoga e tenho pós graduação em educação museal, museografia e patrimônio cultural. Sou funcionária pública e trabalho no Arquivo do Estado no Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa. Dentre as minhas responsabilidades está à coordenação de edição da Revista do Arquivo, pesquisa, produção e curadoria de galerias virtuais e pesquisa e produção de textos de divulgação do acervo nas redes sociais.
Em março de 2020 fui uma das primeiras pessoas do arquivo a entrar em quarentena por decreto que tirou do trabalho presencial todos os funcionários com idade igual e superior a 60 anos.
Alguns meses depois a incerteza habitava todos nós e dentre esta grande incerteza estávamos produzindo a Revista do Arquivo n 12 e me foi solicitado uma crônica lírica falando dos sentimentos trazidos pela pandemia ao meu dia a dia como profissional.
Lápis nas mãos, em meio à solidão do cotidiano meus sentimentos se fizeram poesia e aqui a deposito:
Pandemia na pandeMinha vida.
Era meados de março.
Dias quentes e ensolarados a se despedirem do verão, quando pela porta da fatalidade entrou a pandemia, assolando o dia a dia.
Em poucos momentos,
mesa fechada,
gavetas trancadas,
material guardado na mochila,
lá fui eu!
Um até logo,
ou até quando,
na incerteza da vida.
Trabalhar em casa, interfaces do inesperado,
Do desconhecido,
Do não sequer entendido.
De repente, novas ordens,
contra ordens,
férias estranhas,
silêncio profundo.
Passa o tempo. Desponta abril.
Em seus últimos dias, anunciando o outono,
O medo,
A incerteza,
A esperança,
O trabalho entre quatro paredes,
desinfetadas,
limpas,
perfumadas,
começa a se fazer.
Na rotina de um dia, na
pandeminha existência,
no lufa-lufa da limpeza,
no lava-lava das máscaras,
limpa maçaneta,
sola de sapato,
lava as mãos,
o bate-bate do teclado,
desvia a apreensão,
dá amplitude ao pensamento,
traz produção e renovação.
Os dias se vão.
As noites adentram a morada e o cansaço da lida traz
o sono preocupado,
o sonho agitado,
pela distância do mundo,
pela saudade de todos,
de tudo,
que nos faz um ser social.
Quarentena se vai, atinge mais de cem dias.
Nada nos traz a calma,
a normalidade de vida.
O ritmo diário segue sua cadência;
desinfeta,
higieniza,
lava mão,
lava tudo.
Lava a vida, ensaboa a incerteza,
o desassossego,
e em águas de esperança enxagua junto os medos,
os pesadelos e ao sol suave e belo de inverno,
seca as lágrimas e aquece a alma.
Pandemia,
Na pandeminha existência,
os dias passam,
ao sabor da brisa,
ao calor do sol,
ao verde multi tom,
no silencio profundo,
na calma da distância,
na esperança de um novo amanhã.
Pandeminha sobrevivência
em tempos de incerteza,
medo,
e porque não dizer,
de batalha para continuar a viver,
faz verdade a sabedoria da idade.
Assim, poetizando meu dia, produzindo e vivendo, segui o tempo e junto ao meu marido e minha gatinha sobrevivemos ao medo e continuamos a vida de onde ela parou.
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