Pé de Jabuticaba
Hoje, permito-me devanear sobre um pequeno pé de jabuticaba, plantado no pomar da antiga casa na Rua São José. A partir de onde estou, observo o vai-e-vem dos “pássaros de ferro” – aviões que partem dos Confins da Vida, cruzando os céus e conectando destinos distantes, como se fossem mensageiros das vastas possibilidades que a vida oferece.
Cheguei a este lugar trazida pelo amor, com o qual ando de braços dados. E é justamente esse sentimento que me liga ao pomar que desejo descrever com carinho.
Nele, além do adorável pé de jabuticaba, crescem pés de manga, acerola, laranja e goiaba. Cada árvore parece guardar histórias e segredos, e eu, em minha viagem nostálgica, revisito mentalmente o quintal da fazenda Gerais, onde tudo era demais como dizia meu pai.
O pequenino pé de jabuticaba está escondido entre ervas daninhas e o mato, protegido pela sombra imponente dos pés de manga. Imagino que o pequeno deve olhar para esses gigantes todos os dias, talvez um pouco assustado. Ele foi plantado com muito amor e cuidado, e ao seu redor foi feito um acero, uma proteção para que ele não se machuque.
Enquanto cuido do mato ao redor, evitando que qualquer planta invasora o prejudique, fico pensando se um dia verei o pequenino pé de jabuticaba crescer e se tornar adulto, se terei a alegria de provar de seus doces frutos. Esse pomar não é apenas um espaço físico para mim; é um portal para a tranquilidade que minha alma tanto necessita. As frutas maduras que pendem dos galhos são como doces lembranças que alimentam meu dia a dia.
Ao escrever sobre essas paisagens, espero encontrar um equilíbrio entre o passado que tanto desejo revisitar e o futuro que ainda não é meu. É como se este pomar fosse um reflexo da minha vida, um lugar onde o tempo se mistura e as memórias florescem com cada estação.
O vento do outono agita os galhos das árvores, espalhando um murmúrio suave que anuncia a...
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Pé de Jabuticaba
Hoje, permito-me devanear sobre um pequeno pé de jabuticaba, plantado no pomar da antiga casa na Rua São José. A partir de onde estou, observo o vai-e-vem dos “pássaros de ferro” – aviões que partem dos Confins da Vida, cruzando os céus e conectando destinos distantes, como se fossem mensageiros das vastas possibilidades que a vida oferece.
Cheguei a este lugar trazida pelo amor, com o qual ando de braços dados. E é justamente esse sentimento que me liga ao pomar que desejo descrever com carinho.
Nele, além do adorável pé de jabuticaba, crescem pés de manga, acerola, laranja e goiaba. Cada árvore parece guardar histórias e segredos, e eu, em minha viagem nostálgica, revisito mentalmente o quintal da fazenda Gerais, onde tudo era demais como dizia meu pai.
O pequenino pé de jabuticaba está escondido entre ervas daninhas e o mato, protegido pela sombra imponente dos pés de manga. Imagino que o pequeno deve olhar para esses gigantes todos os dias, talvez um pouco assustado. Ele foi plantado com muito amor e cuidado, e ao seu redor foi feito um acero, uma proteção para que ele não se machuque.
Enquanto cuido do mato ao redor, evitando que qualquer planta invasora o prejudique, fico pensando se um dia verei o pequenino pé de jabuticaba crescer e se tornar adulto, se terei a alegria de provar de seus doces frutos. Esse pomar não é apenas um espaço físico para mim; é um portal para a tranquilidade que minha alma tanto necessita. As frutas maduras que pendem dos galhos são como doces lembranças que alimentam meu dia a dia.
Ao escrever sobre essas paisagens, espero encontrar um equilíbrio entre o passado que tanto desejo revisitar e o futuro que ainda não é meu. É como se este pomar fosse um reflexo da minha vida, um lugar onde o tempo se mistura e as memórias florescem com cada estação.
O vento do outono agita os galhos das árvores, espalhando um murmúrio suave que anuncia a chegada do entardecer. É como se a natureza sussurrasse que é hora de voltar. Mais uma vez, meus olhos repousam sobre o pequenino pé de jabuticaba, escondido entre os gigantes do pomar.
Com o coração cheio de memórias e expectativas, sigo a passos lentos em direção ao futuro. Não há como evitar.
Confins, 14 de junho de 2024
Maria Cristina de Sousa
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