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Por: Museu da Pessoa,

Olhos de fotógrafa

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Olhos de fotógrafa

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Meu primeiro trabalho foi no Bradesco. Eu estava descendo a rua da igreja, e na época para usar orelhão, tinha que colocar ficha. Eu queria ligar para a minha avó no Nordeste, e eu ligava a cobrar. A menina estava com um monte de ficha, "Não acredito que vai ficar aí uma hora", e eu tinha horário para ligar para a minha avó, porque na cidade também só tinha um orelhão. Com essa avó, eu tinha uma afinidade mesmo estando longe. Tinha dia e horário certo para ir e atender a cobrar, e a menina lá com um montão de fichas. Ao invés de me irritar, comecei a prestar atenção na conversa da menina. Ela estava marcando uma entrevista no Bradesco, e quando eu me interesso no assunto, eu presto atenção.

Eu fiz um curso quando tinha acabado de fazer 18 anos, não tinha documento, só tinha carteira de trabalho. Não tinha RG, não tinha nada, só carteira de trabalho. Minha mãe tinha tirado a carteira de trabalho comigo, mas ele já tinha deixado claro que filha dele não trabalhava fora, iria fazer magistério, casar, trabalhar meio período dando aula e meio período dentro de casa. E eu escutando a conversa da menina. Nem liguei para minha avó, fui para casa pensando no que a menina tinha falado, e falei: "Mãe, eu preciso de dinheiro, porque tenho que estar na biblioteca para fazer um trabalho e tirar um monte de cópia", e ela me deu o dinheiro, um dinheiro pouco. Então, eu saí de casa falando que iria para a biblioteca às oito horas da manhã. Eu nunca tinha saído de Itaquera, nunca tinha pego condução, não sabia o que iria fazer da vida.

Hoje a gente leva meia hora, mas era uma coisa assim, interminável, não chegava nunca. Comecei a passar mal, mas já sabia que passava mal quando viajava para lugares distantes. Fui de condução em condução. O dinheiro que eu tinha era só para ir, voltar e sobravam uns centavos que não davam nem para um pãozinho. Fiz o teste, tinha um monte de gente e íamos passando de sala em sala. Eu fui passando de...

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Depoimento de Rita de Cassia Barros Wanderley

Entrevistada por Fernanda

São Paulo, 18/09/2020

PCSH_HV911

Projeto Mulheres empreendedoras - Zona Norte

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina

P/1 – Eu queria saber qual o seu nome completo, data e local de nascimento.

R – Meu nome completo é Rita de Cassia Barros Wanderley, nasci em 1° de março de 1968, em Colônia Leopoldina, Alagoas.

P/1 – Quais eram os nomes dos seus pais?

R – Meu pai se chamava Arnóbio Gama Wanderley, e minha mãe Maria Bel Barros Wanderley.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Sim, nós somos uma família de quatro irmãos. Eu sou a mais velha, tenho mais dois irmãos e uma irmã.

P/1 – Você se lembra como era a sua casa de infância?

R – Lembro. Basicamente, a gente mora até hoje no espaço em que foi criado, na mesma… Duas ruas acima. Então, a gente tinha um quarto… Era uma casa bem pequena, era quarto, sala, cozinha, banheiro… Aliás, dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Conforme foi crescendo, teve que aumentar um quarto, porque eram dois meninos e duas meninas e não estávamos aguentando ficar os quatro no mesmo espaço. Mas assim, quando éramos pequenos, tínhamos que ficar os quatro no mesmo espaço. Cada um na sua cama, mas no mesmo espaço.

P/1 – E o que seus pais faziam profissionalmente?

R – Meu pai era metalúrgico, e minha mãe sempre foi do lar. Antes de casar, no Nordeste, porque eles vieram… Eu vim no colo, e eles vieram para cá. Ontem eu ainda estava lembrando, e algumas vezes vou me emocionar, porque faz pouco tempo que meu pai faleceu, e foi uma coisa bem trágica. Então, nordestinos, sem instrução, alguns amigos vieram e falaram que estava tudo bem, então ele desembarcou no Tietê com duas crianças de colo. A minha nacionalidade é brasileira e a naturalidade é de Alagoas, só que assim, eu não tenho nenhum vínculo, já faz muitas décadas que nem vou para lá. Nem tenho visão, porque era tão...

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