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Personagem: Ailton Krenak

O silêncio que podia ser a cura do mundo

Esta história contém:

O silêncio que podia ser a cura do mundo

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Um modo biocêntrico de viver

Eu me lembro que, na década de 1980, quando eu recebi os parentes Xavantes, o pessoal que vinha, os Krahô, os Suruí, esse pessoal que vinha circular por aqui, Rio, São Paulo, Brasília, e tinha a oportunidade de falar de público, algumas eram pessoas que tinham saído pela primeira vez da floresta. A primeira observação que eles faziam era: “Vocês vivem dentro dessas caixas de concreto? E vocês ficam com essas luzes acesas o tempo inteiro? Como vocês sabem que já é de noite lá fora se vocês ficam esticando o dia aqui dentro?”. Essas perguntas são perguntas muito simples, mas elas são simples porque elas vêm de um lugar onde as pessoas experimentam um estar biocêntrico no mundo. O jeito de estar na Terra é comum, é coletivo. Para a maioria desses povos antigos, é inconcebível a ideia de um sujeito sozinho ocupando um lugar. Os espaços são espaços comuns. É uma experiência de integralidade, não separação de nada.

Acredito que, se a gente conseguisse abrir o pensamento para esse movimento biocêntrico, a gente ia entender também porque os povos nativos, os povos originários, são tão agarrados aos seus lugares de origem. São comunidades que carregam, ao longo de séculos, uma prática de tomar do lugar onde vive somente o que aquele lugar dá, só o que ele concede, só o que ele dá. Eu percebo que isso é uma atitude biocêntrica.

Uma escolha biocêntrica implicaria em pensar outras estruturas para suportar a nossa vida comunitária, a nossa vida coletiva. Seria a gente mergulhar na Terra, seria a gente ter um envolvimento com os nossos modos de estar aqui, com a Terra. Essa ideia pode parecer inviável para quem já nasceu duas/ três gerações, que nasceram e viveram em grandes metrópoles, em grandes cidades, ou que criaram vínculos e dependências com esses recursos que a cidade proporciona. É impressionante que talvez um contingente já muito grande de nós, comunidades humanas, não...

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