Pela primeira vez, o ronco deixava de ser um incômodo
O ecoar mais perplexo que inundara aquele espaço
Escorria por todos os lados
Em cada tímpano
Até então, lembrava-se apenas dos gestos
movimentos intensos
E as gotículas de suor oceânicas
Nem o estopim pelo seu whisky sour entre os gelos arredondados manifestavam-se tão autênticos
Não pestanejou pelo estrondoso
Ainda que soubesse a facilidade do toque pueril para estagnar tamanha ressonância o importava
O outro, dizia que pelo toque o corpo sileciava-se
Não importou-se
O dia seguinte foi a rasgação pelo fato percussivo toraxico
Inebriados por gargalhadas compartilhadas no balanço da rede
Assim foi
Durante pequenos instantes
Ao fim, o que mais o incomodara à sequência da partida, era o silêncio
O peito peludo tornara-se apenas a ausência da sua lembrança
Lembrava destes dias com o barulho repulsivo daquele carnaval que iniciara e não fazia sentido algum com qualquer repique em meio a multidão
O ronca-ronca da cuíca foi o momento mais insólito da sua quarta-feira de cinzas
Embriagou-se de paupérrimos goles
E roncou
Só