P - Vou pedir para você falar o seu nome completo, local e data de nascimento. R - Italo Stefani, Araxá, 4 de junho 1952. P - E nome do seus pais? R - Gofredo Giovani Stefani e Carmen França Stefani. P - O seu Gofredo trabalhava com o que? R - O seu Gofredo ele trabalhava com eletrônica e com mecânica. Minha família tem desde do meu avó uma fabrica de maquinas agrícolas e meu tinha uma oficina de elétrica e eletrônica. Ele foi um dos responsáveis por difundir a instalação de torres de televisores para o interior de Minas Gerais numa época que só existia televisão na capital ele levou a televisão para o interior para a região sudeste de minas e também Alto Paranaíba. P - Você cresceu em Araxá? Me conta como era? Você tem tinha irmãos? R - Sim. Nós somos seis filhos quatro homens e duas mulheres eu fiquei em Araxá até os 18 anos. A minha experiência nesta época foi de eletrônica, elétrica, mecânica e também de vendas que eu cuidava de uma parte das vendas das empresas do meu pai. Depois vim para Belo Horizonte com 18 anos para estudar e trabalhar em Belo Horizonte. Passei pela Magnesita lá trabalhei quatro anos refratários planos industrial depois entrei na Acesita em 1975. P - Para fazer o quê? R - Eu já entrei na área de suprimentos na época tinha a figura do comprador eu entrei como auxiliar de compras. Eu entrei com o objetivo de cuidar das partes de não conformidades que existia nos contratos, ou seja, depois de ocorrida alguma coisa eu ia concertar o que sobrava. P - O que se comprava naquela época? R - Tudo que a empresa necessitava. As compras da Acesita naquela época e como é hoje são centralizadas. As compras eram em Belo Horizonte pertenciam a uma diretoria comercial e nós fazíamos todas as compras em Belo Horizonte. A sede Belo Horizonte como sempre e naquela época eu já comecei nesta função de auxiliar depois passei para comprador. Numa área de Compra de Materiais Diversos, um nome muito...
Continuar leituraP - Vou pedir para você falar o seu nome completo, local e data de nascimento. R - Italo Stefani, Araxá, 4 de junho 1952. P - E nome do seus pais? R - Gofredo Giovani Stefani e Carmen França Stefani. P - O seu Gofredo trabalhava com o que? R - O seu Gofredo ele trabalhava com eletrônica e com mecânica. Minha família tem desde do meu avó uma fabrica de maquinas agrícolas e meu tinha uma oficina de elétrica e eletrônica. Ele foi um dos responsáveis por difundir a instalação de torres de televisores para o interior de Minas Gerais numa época que só existia televisão na capital ele levou a televisão para o interior para a região sudeste de minas e também Alto Paranaíba. P - Você cresceu em Araxá? Me conta como era? Você tem tinha irmãos? R - Sim. Nós somos seis filhos quatro homens e duas mulheres eu fiquei em Araxá até os 18 anos. A minha experiência nesta época foi de eletrônica, elétrica, mecânica e também de vendas que eu cuidava de uma parte das vendas das empresas do meu pai. Depois vim para Belo Horizonte com 18 anos para estudar e trabalhar em Belo Horizonte. Passei pela Magnesita lá trabalhei quatro anos refratários planos industrial depois entrei na Acesita em 1975. P - Para fazer o quê? R - Eu já entrei na área de suprimentos na época tinha a figura do comprador eu entrei como auxiliar de compras. Eu entrei com o objetivo de cuidar das partes de não conformidades que existia nos contratos, ou seja, depois de ocorrida alguma coisa eu ia concertar o que sobrava. P - O que se comprava naquela época? R - Tudo que a empresa necessitava. As compras da Acesita naquela época e como é hoje são centralizadas. As compras eram em Belo Horizonte pertenciam a uma diretoria comercial e nós fazíamos todas as compras em Belo Horizonte. A sede Belo Horizonte como sempre e naquela época eu já comecei nesta função de auxiliar depois passei para comprador. Numa área de Compra de Materiais Diversos, um nome muito genérico. E logo, logo veio o desenvolvimento e a expansão da Acesita em inoxidável. Aí eu tive a oportunidade de participar do desenvolvimento dentro dos produtos para a inoxidável. As matérias primas, os insumos então isso foi colocado para que eu fizesse este desenvolvimento e isso foi uma oportunidade de crescimento para mim. Com isso eu fiquei conhecendo todo o mercado e passei a desenvolver estes produtos que não tinham no Brasil a maior parte deles então você tinha que trazer amostras do exterior e fazer o desenvolvimento do mercado. Naquela época existiam várias barreiras de importação naquela época não se podia importar você tinha que fazer o desenvolvimento aqui, totalmente o contrário de hoje, da globalização então eu participei ativamente disso ai. P - Quais eram os insumos desta época? R - Basicamente são os mesmo que hoje se utiliza na siderurgia, mudou obviamente a tecnologia. A dificuldade era maior porque o Brasil não estava preparado para desenvolver algumas peças alguns equipamentos. Então, às vezes, você tinha que trazer o produto desenvolver junto com as empresas, e as empresas tinham que buscar tecnologia pessoas conhecimento lá fora para fazer aqui nós éramos quase que proibidos de importar na época. As importações eram de fato só aquilo que tinha a ausência comprovada no mercado interno. P - O aço inoxidável era uma delas? R - O aço inoxidável na época ele era importado, começou a ser importado e laminado na Acesita. Então primeiro foram os insumos para a laminação e depois começamos a importar níquel, materiais primas também. E muitas peças para a manutenção essa parte também eu lidava. Depois de comprador passei a ser chefe de seção de Compras de Materiais Diversos que era essa área que eu entrei, depois eu assumi a área de materiais primas alguns anos depois. Trabalhei na Acesita até 92, 93. Na privatização eu saí da empresa, nessa época a Área de Suprimentos foi transferida para Timóteo. P - Ela ficava em? R - Belo Horizonte. Quando desta transferência foi colocada uma nova conjuntura dentro desta área, ou seja, ela mudou totalmente de como seria. Eu tinha na cabeça na época um projeto totalmente diferente e aquele projeto que estava sendo colocado eu não entendi que seria um projeto adequado e optei por sair da empresa. P - Decisão difícil. R - Sim na época não tão difícil, primeiro porque você tinha muitas oportunidades e eu estava acreditando na minha carreira solo. Sai da empresa e montei uma empresa para mim de importação e exportação de matéria-prima e outros insumos. Trabalhei dois anos e fui chamado para a Acesita de volta tanto para Forjas como para São Paulo e optei por ir para São Paulo. Fui para uma empresa que a Acesita tinha adquirido, chama-se Sifco uma empresa em Jundiaí trabalhei lá até 97 e a Acesita me convidou para voltar em 97 e eu voltei. Assumi a Superintendência de Suprimentos, mudando a estrutura da área tornando ela centralizada. P?1- Da maneira como você imaginava? R - Da maneira como eu imaginava anteriormente. Suprimentos, compra, almoxarifado, para almoxarifado antes na Acesita ou em qualquer outra empresa no Brasil era considerado como um deposito compras é compras da despesa. Hoje que se enxerga diferente não é um depósito, é um almoxarifado. Hoje você está lidando com capital de giro e Acesita tem uma característica diferente um pouco das outras por que a matéria-prima é muito cara. O níquel, por exemplo, é um produto caríssimo, então 62% mais ou menos do custo da empresa esta em suprimentos, então é uma área que passou a ter uma importância totalmente diferenciada dentro da empresa hoje ela tem uma valorização tem as suas capacitações e funciona bem hoje ela tem um bom funcionamento. P - Mudou esta coisa de ter muito material estocado? R - Totalmente. Já na década de 80 começou-se a falar que o estoque era perda, era prejuízo era o caminho da obsolescência... P - O dinheiro esta parado ali. R - Exatamente. Depois vieram vários modismos com a própria indústria automobilísticas o just in time e assim por diante. Na verdade quando a industria automobilística fala em just in time ela coloca o fornecedor do outro lado da cerca e o cara entrega todos os dias e aquele é o just in time. O just in time verdadeiro é aquele em toda a cadeia porque se o estoque não está com você, ele está com outro você esta pagando por ele ninguém faz graça para ninguém. Então o estoque quando você diz ter um estoque baixo, um estoque tem que girar tem que ser em toda a cadeia porque ai você pode ter um preço mais acessível. Porque imaginar que alguém vai ficar com o estoque para você e não vai incluir o custo disto no preço, é inocência. Então nós trabalhamos hoje com um planejamento muito ágil, muito rápido apesar da Acesita ter uma dificuldade no mercado ainda inerente ao seu próprio negócio, é mercado é muito cíclico, oscila muito e com isso a gente tem que acompanhar. Mas acompanhar de uma maneira que você mantenha os seus estoques baixo aqui e também nos seus fornecedores, normalmente os estoque da Acesita são baixos, estamos passando por algumas dificuldades momentâneas, mas historicamente são muito baixos. Mesmo porque a nossa história é a história de uma empresa que por vários anos, ou quase toda a sua existência nós nunca tivemos dinheiro para estocar, então nós aprendemos muito. Talvez o melhor aprendizado seja esse. Porque a situação da Acesita ao longo dos anos foi muito difícil, nós tivemos dificuldade de abastecer em função da nossa própria situação econômica financeira. P - Nessa época da década de 70 qual que era a situação econômica? R - Na década de 70 a situação econômica era relativamente boa você estava boom da expansão da Acesita e você tinha ai o Banco do Brasil também . A década de 80 foi muito difícil às vezes você tinha que selecionar quem você ia pagar, e você tinha o problema dos preços com CIP o famoso CIP que controlava seus preços e não deixava você ter um preço de acordo com o que você necessitava. A década de 80 foi muito difícil falta de caixa algumas dificuldades. Mas Acesita sempre lidou muito bem com isso, sempre quando tínhamos esta dificuldade nós negociávamos no mercado, Acesita é uma empresa que eu considero extremamente ética, ou seja, nós não vamos pagar? Não então vamos lá acertar que não vamos pagar naquele momento e vamos pagar depois. Então era isso que nós fazíamos tanto é que hoje nós temos já de algum tempo uma credibilidade muito grande no mercado fornecedor, sempre que precisamos financiar junto ao fornecedor nós não temos dificuldade. Não só pela melhoria que ocorreu nesse ponto nessa empresa hoje é uma empresa totalmente diferente é uma empresa lucrativa, nós estamos falando de uma empresa que dá lucro mas ao longo da sua história é diferente, mas ela sempre teve credibilidade isso é muito importante tanto as pessoas que participam com a empresa como um todo, a instituição com um todo. P - Esses insumos, esta matéria prima da onde que vem? Da onde que vinha e da onde que vem? P - Mudou alguma coisa em termos de mercado externo. Nós temos matéria prima que vem da Rússia, Austrália, da Europa como um todo que é níquel, coque que vem da China, Japão, Polônia. Nós temos níquel que do Brasil ele vem de Goiás, cromo que é um outro item ele vem da Bahia, quando importamos, ele vem da África do Sul ou do Cazaquistão. Molibdênio que é um outro item importante ele vem do Chile. Peças e outros insumos nós compramos basicamente dos Estados Unidos e da Europa, peças de tecnologia e de manutenção temos um insumo dos aços siliciosos, que é um insumo importante que vem de Israel. Não sei se você conhece o processo de produção? P - Totalmente não. R - Toda vez que você produz o aço, você vai fazer o processo final vai ter sempre um papel no meio do aço ali para proteger a hora que você esta processando. Este papel hoje nós temos no Brasil, anteriormente começamos com a antiga Matarazzo lá em Belenzinho, São Paulo. Foi um grande desenvolvimento do papel no Brasil porque não existia isso, ninguém imaginava que um pontinho no papel do tamanho do diâmetro de uma ponta de uma caneta iria ser impresso no aço comprometendo a qualidade, então foi desenvolvido com eles, depois foi desenvolvido no Pará. Eu recebi um cara uma vez, uma pasta querendo me vender copos de plástico e de papel ai eu vi um papel dentro da pasta e falei: “Que papel que é esse?” Ele falou: “É um papel que é produzido no Pará com uma madeira que chama guimelina, esse papel eu vendo para restaurantes para forrar a mesa.” Naquela época começou os restaurantes chineses e japoneses e esse pessoal sempre teve o hábito de forrar com papel então eles começaram a vender. Eu disse: “Esse papel me interessa” Fizemos os testes. Esse cara era fabricante dos papéis, e de papel higiênico na Bahia a empresa chamava Faceta, existe ainda. Ele desenvolveu o papel e nos forneceu por longo tempo, só não acompanhou o desenvolvimento que ocorreu no setor de aço inoxidável e aí o papel já deixou de servir mas por longo tempo foi comprado lá. Hoje nós compramos parte aqui, parte nos Estados Unidos e parte na França. P - Aqui compra de quem? R - Aqui nos compramos da Santer, fábrica de papel Santa Terezinha, São Paulo. É uma empresa que produz papéis especiais. Temos insumos que vem daqui de Minas também nós temo minérios de ferro que é Vale do Rio Doce anteriormente nós tínhamos uma mina na década de 70, essa mina foi vendida e hoje nós temos um contrato com a Vale do Rio Doce aonde ela nos fornece toda a carga metálica. P - Vem de Itabira ainda? R - Vem de Itabira e vinha a pelota de Vitória e agora a pelota vem da antiga Ferteco que a Vale comprou também. Então nós temos uma rede de fornecedores.... E com distâncias longas. Hoje não há tanto problema porque antes nós tínhamos por exemplo um modelo pra fazer a gestão na época da seca, e modelo para fazer a gesta na época das chuvas, porque as estradas tinham problemas, as pontes então você imagina você tirar um produto da Bahia, um de Goiás então tudo isso entrava na conta... Do Pará então tudo isso entrava nessas análises. P - Pra ter o custo final? R - Sim. As dificuldades que você conhece, que todo brasileiro conhece dos portos nosso uma dificuldade muito grande, a própria morosidade como também a falta de cuidados com alguns produtos, o coque que nós trazemos, por exemplo, os portos brasileiros não estão adaptados, por exemplo, para a importação de coque nós fizemos todo um trabalho com a Vale e como o porto pra preparar, tem todas estas variáveis. P - Tem outras variáveis. Algumas questões que acontecem no mundo políticas e econômicas acabam afetando a produção aqui? R - Afeta imediatamente, por exemplo, uma alteração de juros nos Estados Unidos altera, o posicionamento da China altera, o inverno rigoroso na Rússia é utilizado para aumentar o preço do níquel. Quando “as velhinhas” na Europa que aplicam na poupança na Alemanha resolvem sair dos fundos de pensão e aplicar em metais, o preço do níquel sobe. P - Já aconteceu isso das “velhinhas”? R - A gente fala as velhinhas porque os fundos de pensões são muito fortes na Europa e eles aplicam nessa linha, “as velhinhas” são só uma brincadeira. Isso porque as alterações são muito grandes, hoje o mercado está muito globalizado. Anteriormente já que seu negócio é história, as dificuldades de compras eram tremendas primeiro porque você trabalhava com sistemas antiqüíssimos. Na época um pedido de compra ele tinha 11 vias, às vezes, você tinha que mudar o sistema todo porque não cabia a quantidade de zero por causa da inflação que existia. As mudanças de moeda, inflação a especialização do brasileiro nessa área ela é única no mundo para você conseguir comprar, gerir isso, fazer um orçamento com o nível de inflação que existia de 40%, 80% ao mês era loucura. Os preços viravam todos os dias, todos os meses então os contratos com clausulas de reajuste, a nossa área de cuidar de reajustamento de preço era muito maior do que a área de negociação. O ato de comprar era irrelevante, o ato de negociar os reajustes de preço é que era o forte. Você explicar isso para alguém de fora do país era impossível ninguém entendia isso. Tanto é que as empresas multinacionais que operavam no Brasil, era muito difícil você ter um relacionamento o pessoal daqui com o pessoal deles lá de fora para entender essa mecânica de inflação no Brasil e também do controle governamental, de CIP e tudo mais era difícil você não podia importar e não podia pagar o preço que o CIP colocava. Tinha uma briga no CIP quem podia, quem fazia o maior lobby, maior força para aumentar os preços. Acesita viveu isso muito tempo os preços da Acesita eram controlados, mas a partir do momento que Acesita vendia e colocava o seu produto na Distribuição, o distribuidor podia vender pelo preço que quisesse. Que era o acontecia no mercado, você ia ao supermercado o leite subiu o produtor era o mesmo preço quem ganhava eram os intermediários, que ganhavam no Brasil vivemos isso ao longo da década de 70 e 80. Convivíamos também com essas condições de estrada também de enchente, em 79 nós tivemos a usina ilhada por enchentes. Sempre conseguimos manter o abastecimento da empresa isso que é importante com raros problemas ao longo dos anos. P - Mas há uma logística enorme? R - Há uma logística enorme, uma estratégia muito grande... P - Tudo chega por estrada? R - Tudo por estrada. P - Estrada de ferro... R - Estrada de ferro, a ferrovia é uma das melhores do país, mais congestionada e anteriormente ela não era competitiva. Tanto que nós utilizávamos a estrada para transportar inclusive minério. E há dois anos que eu consegui passar para a Vale do Rio Doce, eu tirei desta estrada 30 mil toneladas por mês, você imagina 30 mil toneladas transportando então hoje nós já colocamos muita coisa na ferrovia. Talvez umas 40 mil toneladas nós já conseguimos transferir, estou dizendo sé abastecimento, sem contar o escoamento que hoje sai bastante pela ferrovia também. Ferrovia no Brasil ainda carece um investimento, a Vale tem trabalhado tem melhorado, mas carece um investimento é muito pouca utilizada a ferrovia. Nossa estrada você conhece já deve ter passado nela hoje é muito melhor do que anteriormente, você hoje tem algumas terceiras pistas e você tem um numero menor de caminhões do que tinha recentemente. O número de acidentes diminuiu então a gente faz ao máximo este trabalho de passar para a ferrovia tentar ampliar, para que a gente possa viajar mais tranqüilo. P - Ítalo você ter voltado para Acesita em 97, como é que surgiu isso na sua carreira? Foi natural para você? R - Natural. Eu encaro as mudanças com uma naturalidade muito grande. O melhor que ocorreu foi eu ter saído da Acesita. A Acesita tem um negócio quem trabalha na Acesita apaixona então se você conversar com as pessoas são verdadeiros apaixonados com Acesita, é uma cachaça, mas só que é uma cachaça que pode te embutir ainda mais. Por exemplo, se você ficar aqui em Timóteo é mais do que o natural passa a ser o centro do mundo. Eu tive uma experiência muito grande quando eu saí, quando eu saí e disse: “Gente tem uma outra vida aqui fora.” Comecei a sair na rua e olhar diferente achei aquilo maravilhoso. A gente sempre trabalhou na Acesita com chegar 7 horas da manhã e ir até a noite é o ritmo que a gente adota e trabalha sempre até 10, 12 horas até mais. Então conheci isso ai e fiquei surpreso então existe uma vida ai fora, tem uma vida de oportunidade. Eu montei o meu negócio, ia muito bem, também arrumei um sócio, você sabe como é que funciona sociedade. Era em Belo Horizonte, na Savassi, foi um negócio muito bom. Mas esta ida para Sifco para São Paulo, estar no mercado de São Paulo abrir horizonte em São Paulo isso ai abriu totalmente minha cabeça. Então a melhor coisa que ocorreu para mim foi ter saído da Acesita porque eu voltei com uma bagagem totalmente diferente e coincidentemente exatamente coincidindo com uma globalização do mercado. Isso me ajudou muito minha cabeça mudou muito e eu consegui uma atualização, digamos eu fiz uma atualização um MBA em São Paulo, muito rápido em temos de mercado. Primeiro eu estava convivendo em São Paulo eu tinha uma outra atividade na empresa além de suprimentos eu fazia o atendimento ao cliente, a expedição e o planejamento da produção algo bem extenso. P - Com que material você estava trabalhando? R - Forjaria. Voltado para a indústria automobilística. Este contato com a indústria automobilística isso ai me proporcionou uma visão bem interessante bem atualizada do mercado, do mercado global tudo mais. P - Foi bem na hora que estava abrindo a importação de carro essa coisa toda. R - Exatamente isso. E também nós exportando a Sifco a exportou. Nós tínhamos duas unidades lá, eu tive uma experiência muito boa que foi o fechamento de uma unidade lá trazer todos esses equipamentos e montar na Sifco foi um negócio muito importante. Porque você desativar uma empresa nos Estados Unidos trazer para o Brasil é algo um tanto difícil, primeiro fazer isso lá que ninguém te apóia, depois você trazer este equipamento cumprindo todas as etapas e vencer as barreiras alfandegárias que tem. Isso foi um bom aprendizado. Depois eu retornei a Acesita já estava com intenção de vender a Sifco. Eu recebi um convite para vir cuidar das matérias primas aqui na Acesita, fiz um bom trabalho no inicio e logo depois veio a Arcelor, e a Arcelor tornou essa área uma superintendência e eu assumi esta superintendência. Algo também que me deixa muito satisfeito porque você imaginar que uma empresa comprada por um grupo externo como controlador nós temos também outros acionistas você manter seu gerente de compras e ainda passa-lo para uma superintendência isso para mim significa que existe um compromisso meu com a empresa e vice-versa. Você trabalhar nessa área é uma área muito interessante, mas é uma área de alto risco, primeiro que você esta sempre mexendo com dinheiro dos outros, e muito dinheiro. Para você ter uma idéia eu compro algo em trono de 1 bilhão e 200, 1 bilhão e 300 ao ano. É muito dinheiro e não é uma compra só. Nós temos cadastrado hoje em uso uns 40 mil itens, cadastrados são 96 mil itens cada item é uma especificação diferente pode ser um parafuso, um rolamento, uma matéria prima e tudo mais. Junto com essa área de compras também há compras de serviços todos os contratos são feitos na minha área. A terceirização a Acesita tem um programa de terceirização muito bom trata os terceiros como se fossem os próprios empregados. P - Muitos desses terceiros são funcionários que se aposentaram? Que saíram na época da privatização? R - Muitos dos terceiros são ex-empregados trabalhando nessas empresas. Mas a terceirização ela pressupõe que a empresa não pode ter um vinculo você não pode simplesmente aposento e vou trabalhar, porque se não você continua com o empregado. São empresas distintas, às vezes, você tem ex-funcionários da Acesita que vão trabalhar nessa empresas. P - Só para gente terminar você tem alguma história engraçada ou pitoresca? R - Esse mico eu não vou te contar não, se você desligar eu te conto. P - Obrigada pela entrevista. R - Eu que agradeço.
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