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Personagem: Luzia Akiko Takauthi
Por: Museu da Pessoa, 15 de setembro de 2020

O resgate das raízes japonesas

Esta história contém:

O resgate das raízes japonesas

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Meu nome é Luzia Akiko Takauthi. Eu nasci em cinco de janeiro de 1968, na cidade de São Paulo.

Eu fiz a Faculdade de Administração, gostei muito, queria fazer uma pós-graduação, acabei não fazendo e acabei indo para o Japão para trabalhar e lá fiquei, dezoito anos mais ou menos.

Uma prima viu emprego no Japão através de uma agência de empregos, lá no bairro da Liberdade, e me comunicou, me contou que estava pretendendo ir para o Japão e perguntou se eu não queria ir junto. E eu fiquei com medo, porque apesar de ser descendente de japoneses, é outro país, outra cultura e não é tão perto, é do outro lado do mundo, né? Então eu resolvi ir também. Aí em pouco tempo providenciei a passagem, negociei já o emprego e já sai do Brasil com tudo arranjado, desde o emprego à moradia e aí nós fomos em agosto de 96 para o Japão.

Eu sabia bem pouco [de japonês], sabia algumas palavras, mas não falar fluentemente. E ler algumas coisas também, pouco. Senti muita dificuldade quando cheguei lá, porque eu me sentia como se eu não tivesse braços, nem pernas, pelo simples fato de não falar. E eu tinha medo de falar qualquer coisa errada, pela cultura deles ser diferente e de alguma forma... eu ofender ou me passar por mal-educada. Foi bem difícil.

Olha, depois de um ano que eu só chorava e não tinha muitos amigos, pela falta de comunicação também, uma amiga que já estava no Japão há mais tempo com a família, mas em outra província, e que conversava comigo por telefone sempre, me deu a ideia de ir para onde ela estava. E aí eu saí do hotel onde estava trabalhando e fui para outra cidade para trabalhar em fábrica. E aí ficou mais fácil, porque eu morando com brasileiros, descendentes de japoneses, mas brasileiros que falavam o mesmo idioma e eram conhecidos, ficou mais fácil. E aí eu consegui estudar nas minhas folgas. Fazia aulas de japonês com ela também que me ensinava e aí começou a melhorar a minha comunicação....

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Dados de acervo

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P/1- Primeiro quero que você se apresente, diga seu nome completo, data e local de nascimento.

R- Data de nascimento e o local? Tá.

P/1- E o seu nome completo.

R- Tá. Meu nome é Luzia Akiko Takauthi. Eu nasci em cinco de janeiro de 1968, na cidade de São Paulo.

P/1- Qual é o nome os seus pais?

R- Meu pai se chama Takatoshi Takauthi e a minha mãe Toyoko Takauthi.

P/1- E onde eles nasceram?

R- Meu pai nasceu em Bilac, São Paulo e a minha mãe no Lins, São Paulo também.

P/1- Você sabe onde eles se conheceram?

R- Meus pais são primos de primeiro grau, então… sempre passaram a infância juntos e acabaram casando.

P/1- E você tem irmão?

R- Tenho um irmão mais novo que eu, seis anos e meio, mais ou menos.

P/1- E como é a relação de vocês? Com seus pais, com seu irmão?

R- É uma relação boa. Meus pais ficaram dezoito anos só com meu irmão, porque vivi fora, mas desde 2015 eu retornei ao Brasil porque meus pais ficaram com uma idade avançada e eu reparei que eu preciso estar presente, então tive que voltar a viver no Brasil novamente.

P/1- Você lembra da casa onde você passou sua infância?

R- Sim, meus pais moram na mesma casa ainda.

P/1- E como que ela é? Você consegue contar um pouquinho?

R- É uma casa térrea, pequena, com quintal. Sempre tivemos cachorros em casa. Agora meus pais já não tem condições de criar cachorros, então só eu que tenho na minha casa. E é um bairro tranquilo, só tem casas nessa rua, não tem apartamentos por perto. Tem no bairro, mas na rua mesmo não tem. É uma rua bem tranquila. Os moradores são bem antigos também, que nem a minha família.

P/1- E qual é o bairro?

R- O bairro é Imirim, na Zona Norte.

P/1- Então você cresceu na Zona Norte?

R- Sim.

P/1- E quais eram as suas brincadeiras favoritas?

R- Nossa, brincadeira de rua. De pega-pega, esconde-esconde, casinha, carrinho de rolimã, andar de bicicleta, fazer piquenique nos terrenos baldios que tinha na região, na época....

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