Meu avô Domingos Dantas nasceu em Alagoinhas, no estado da Bahia. Cresceu no interior do estado sem conforto nenhum.
Logo cedo começou a trabalhar para ajudar no orçamento doméstico que era bastante apertado, pois seus pais muito humildes sobreviviam do que colhiam da lavoura. Mas todos sabem que a seca nessa região do país castiga a todos.
Estudar, nem pensar. Só existiam escolas em cidades maiores e não se tinha condições de manter um filho em outra cidade. A familia era sempre muito numerosa, ou seja, muitos filhos e o que se dava a eles eram caráter e alimentação, o resto cada um tinha que ir buscar.
Já adulto começou a comprar livros para aprender a ler, e sozinho conseguiu.
Trabalhou em vários lugares, em empregos humildes mas sempre com boa vontade.
Seu pai faleceu cedo e assumiu então a casa com quatro irmãs mais novas e uma mãe paraplégica. Após a morte de sua mãe casou-se e continuou com os cuidados as irmãs. Não viveu muito tempo com esta esposa e acabou por cuidar dos 3 filhos pequenos e das irmãs já adultas.
Casou-se novamente com minha avó e formaram uma grande familia, com filhos nascidos e muitos outros que viveram depois.
Trabalhou anos como caixeiro-viajante numa vida sacrificada, mas que lhe rendia muito dinheiro para o sustento da enorme família. Conheceu então o Mato Grosso, numa dessas viagens e mudou-se para cá com a esposa e filhos, mas suas irmãs se recusaram a acompanhá-lo e aqui construiu uma vida saudável e digna, que despertou muita admiração.
Morreu em 1993 aos 87 anos, deixando no coração da minha familia muitas saudades.
(Lisiane Daphne Dantas da Fonseca enviou a história de Domingos Dantas)
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