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História
Por: Museu da Pessoa, 6 de abril de 2016

O homem dos grandes negócios

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O homem dos grandes negócios

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Em 1945 viemos para São Paulo. Nós viajamos do município, pra chegar na cidade de Remanso a gente veio a cavalo e jumento. Era uma odisseia pra chegar onde nós chegamos: nós viajamos de jumento e cavalo até o porto da cidade de Remanso, pegamos o vapor em Remanso pra descer em Pirapora, na cidade de Pirapora nós pegamos o trem até aqui a estação do Norte. Da estação do Norte nós fomos subindo aqui a rua Mauá pelo trilho até a estação da Luz. Da estação da Luz nós fomos até, passando por Araçatuba e depois o ramalzinho que tem lá no rio Tietê, chama-se Lussanvira. E depois a cidade é Pereira Barreto, que é perto de Andradina. Isso demorou 40 dias e 40 noites. Então você vê como é comprida. Eu, meu pai, minha mãe. Meu pai trouxe mais uns dois ou três primos conosco, que eram sobrinhos do meu pai e da minha mãe. Eu não me lembro, acho que eram dois ou três, dois eu tenho certeza, que eram filhos de irmão da minha mãe. A viagem é histórica, bastante histórica. Porque na época não existia transporte, não tinha meio de transporte nenhum. Alguns que vieram vinham de jumento até o rio. Nós subimos o rio São Francisco, como os meus ancestrais todos subiram o rio São Francisco. Só tinha esse meio de transporte, o rio São Francisco. Na cidade de Remanso você pegava o vapor que saía de Juazeiro, onde o São Francisco deságua e ele subia. Nós pegamos, o vapor chamado Cotegipe que vinha até Pirapora. Subia o São Francisco, depois você procura lá que você vai ver os nomes das cidades de Remanso até Pirapora, tem Cidade da Barra, Bom Jesus da Lapa. Então eu subi o São Francisco em 1945 e tenho grandes lembranças porque tinha classe de cima e a classe de baixo e a comida era feita na classe de baixo e de vez em quando caía água lá de cima (risos), caía no que você estava fazendo. Mas foi uma viagem, pra gente com dez anos, eu me lembro bem, uma viagem muito interessante.

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P/1 – Senhor Aurelino, o senhor fala pra mim o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Local de nascimento: interior do Piauí, São Raimundo Nonato, que é uma cidade histórica, é patrimônio histórico da humanidade, Parque Nacional da Serra da Capivara, você deve conhecer.

P/1 – Que dia que o senhor nasceu?

R – Dez de maio de 1935.

P/1 – E o seu nome completo é?

R – Aurelino Soares da Silva. Filho de José Honorato da Silva e Ana Ribeiro Soares.

P/1 – O seu pai nasceu lá também.

R – Nós somos todos de lá. Meu pai era agricultor, pequeno agricultor na região e criador de alguns animais, como cabra, suínos. Eu com sete anos de idade já iniciei ajudá-lo na atividade dele. E o transporte da época era jumento, o meu pai tinha uma frota de 32 jumentos. E nós fazíamos o transporte de tudo o que se produzia na região pra cidade mais próxima, que eu era do município de São Raimundo mas a agricultura era um pouco distante e a gente fazia o transporte em lombo de jegue, chamava cangalha, botava e transportava da região que se produzia pra feira de São Raimundo Nonato. Isso no sábado, aos sábados ou domingos, não me lembro bem. Isso nos anos 40, por volta de 42. Com sete anos eu já acompanhava meu pai.

P/1 – E ele plantava o quê?

R – A região plantava, nós chamávamos macaxeira, que é mandioca. E tinha uma espécie de moinho que beneficiava-se a mandioca e fazia a farinha de mandioca pra vender na feira. Se produzia milho, feijão e muita mandioca. Nós só não, meu pai tinha uma certa liderança no meio dos agricultores e no meio da família e meu pai arrebanhava tudo o que se produzia na região e levava pra cidade. E eu já o acompanhava naquela época.

P/1 – E como é que o senhor ia, era em cima do jumento?

R – Ia em cima do jumento, no meio da cangalha. O meu pai ia a cavalo e eu e mais uns primos íamos nas cangalhas, que não iam só os nossos 32, iam os de outros também, era uma frota...

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