Em 1939, quando a Lacta homenageou Leônidas da Silva, o melhor jogador da Copa do Mundo de 1938, dando a um de seus chocolates o nome "Diamante Negro", jamais imaginaria que ele seria um dos mais vendidos, quase um século depois.
Sobre Leônidas, não há muito que acrescentar, a história dele é rica e farta, basta consultar a internet ou o livro da sua biografia. Vale a pena conhecê-lo melhor.
Mas vou contar um "causo" particular; Quando eu era adolescente trabalhava numa farmácia e fui entregar encomenda num edifício no bairro do Paraíso em São Paulo, o porteiro anunciou e subi, entrei e enquanto aguardava o dono do apartamento, apreciava as várias fotos envelhecidas de times de futebol, espalhadas pela parede da sala.
O dono do apartamento chegou, um senhor de idade, andando bem devagar, voz branda, sorriso largo, agradeceu a encomenda e saí dali, feliz da vida, com a caixinha que ele havia me dado.
Quando desci pra ir embora, o porteiro me perguntou:
"E aí, falou com o homem borracha?"
"Quem?" (indaguei)
"Com o diamante negro?"
"Do que você está falando?" (retruquei)
"Você foi no apartamento do Leônidas da Silva!".
Não respondi. Fui embora não dando muita importância.
Alguns anos depois, Leônidas faleceu. E eu acabei conhecendo melhor sua história. E até hoje, tricolor que sou, me dá um enorme nó na garganta em pensar que estive diante de um mito, de um gênio do futebol e não peguei se quer um autógrafo, não dei um abraço, não agradeci por tudo que fez por meu time e pelo Brasil. Enfim, pior que tudo, não o reconheci.
(Até hoje, o Diamante Negro é o jogador com melhor média de gols pela Seleção Brasileira e o chocolate, um dos mais vendidos)