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Personagem: André Braga
Por: André Braga,

O dia em que Tancredo morreu

Esta história contém:

Foi em 1985, eu estava na quarta ou quinta série, nem lembro direito, mas me recordo perfeitamente do dia em que Tancredo Neves morreu. O Brasil, depois de passar vinte anos vivendo num regime ditatorial – e esse é considerado o período mais negro de toda a nossa história – elegia pelo Colégio Eleitoral Tancredo de Almeida Neves (MDB) Presidente da República. Uma votação mais do que histórica, já que foi aberta (cada votante dirigia-se até um microfone e proclamava seu voto) e transmitida por praticamente todos os veículos de comunicação brasileiros.

No embate político Tancredo derrotou o biônico, e amiguinho dos militares, Paulo Maluf, com 480 votos a favor e 180 contra. Houve 26 abstenções (é, teve gente que num momento histórico dessa magnitude que ficou calado 26 omissos).

Na época eu não fazia ideia do que estava acontecendo, do momento que o país passava. Num muro dum ferro-velho, que ficava em frente à rua em que eu moro, havia pichado “Diretas Já”. Lia-as mas não sabia do que se tratavam tais palavras.

Lembro de alguns detalhes da vida escolar que eram provenientes da influência dos militares. Todos os dias, na escola, tínhamos que traçar na página do caderno, de cima para baixo, da direita para a esquerda, dois riscos com lápis de cor, um verde outro amarelo, depois de fazer o cabeçalho com o nome da escola, local, data...

Na entrada, na hora de formar as filas para que fôssemos conduzidos ordenadamente às respectivas salas de aula, tínhamos que esticar o braço e encostar a mão no ombro do amigo da frente, isso determinava a distância que cada um deveria ficar do outro. Nas aulas de educação física, na hora de o professor fazer a chamada, formávamos quatro colunas, todos de uniforme branco, ficávamos com as mãos atrás do corpo, uma mão segurando o punho da outra, e com os pés naturalmente afastados.

Essas duas posturas corporais são militares. Descobri isso, ou melhor, liguei o nome à...

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