O bumerangue do balão
Um episódio que eu custei pra admitir e contar foi esse. Um belo dia, sem nada para fazer, eu e o balão dentro de um hangar no aeroclube de Bagé… Comecei a mexer nas coisas, nas mochilas movido por uma natural curiosidade. Afinal, estava de guardião do balão e tudo o que se relacionava ao milionário aventureiro Steve Fosset.
Um uma grande mesa, o piloto havia espalhado uma série de itens para fazer um inventário de tudo o que trouxera, do que havia se extraviado na queda, do que tinha sido roubado. Foi quando achei um belo bumerangue australiano com uma placa de metal homenageando Steve Fosset pela sua passagem por aquela região. Linda peça, grande, curvada e simétrica, foi uma aula para mim, sempre curioso sobre aerodinâmica e construtor amador de bumerangues. Como não tocar, sentir, experimentar aquela rara peça exótica? Uma parte da história da humanidade, uma arma primitiva. Será que funciona? Que vontade desesperada de testar. Não resisti. Peguei a peça e me dirigi ao campo de taxiar, um gramado lindo quase sem obstáculos, Tudo era grama! Ou quase…
Lancei com toda a força e com a técnica que eu conhecia. O objeto foi subindo caprichosamente, Fluft, fluft, fluft….. até perder a força e começar o seu retorno primeiro devagar, depois aumentando a velocidade e vindo em minha direção. Parecia um antepassado do Drone, pensava eu, enquanto observava encantado aquelas evoluções. Na queda, porém, algo inesperado aconteceu. Não veio diretamente às minhas mãos como eu esperava e caiu num local indesejado. Uma pedra. Sim, uma enorme pedra que ficava perto da porta do hangar foi a receptora daquele objeto veloz, de madeira australiana, frágil, lindo e que me encheu de terror. O que houve? Será que estragou? À medida que eu me aproximava correndo, comecei a ver detalhes da arteirice que eu cometera. Pedaços de bumerangue. Um, dois, três! As “asas” e o cotovelo, separados pela minha tola curiosidade. O...
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O bumerangue do balão
Um episódio que eu custei pra admitir e contar foi esse. Um belo dia, sem nada para fazer, eu e o balão dentro de um hangar no aeroclube de Bagé… Comecei a mexer nas coisas, nas mochilas movido por uma natural curiosidade. Afinal, estava de guardião do balão e tudo o que se relacionava ao milionário aventureiro Steve Fosset.
Um uma grande mesa, o piloto havia espalhado uma série de itens para fazer um inventário de tudo o que trouxera, do que havia se extraviado na queda, do que tinha sido roubado. Foi quando achei um belo bumerangue australiano com uma placa de metal homenageando Steve Fosset pela sua passagem por aquela região. Linda peça, grande, curvada e simétrica, foi uma aula para mim, sempre curioso sobre aerodinâmica e construtor amador de bumerangues. Como não tocar, sentir, experimentar aquela rara peça exótica? Uma parte da história da humanidade, uma arma primitiva. Será que funciona? Que vontade desesperada de testar. Não resisti. Peguei a peça e me dirigi ao campo de taxiar, um gramado lindo quase sem obstáculos, Tudo era grama! Ou quase…
Lancei com toda a força e com a técnica que eu conhecia. O objeto foi subindo caprichosamente, Fluft, fluft, fluft….. até perder a força e começar o seu retorno primeiro devagar, depois aumentando a velocidade e vindo em minha direção. Parecia um antepassado do Drone, pensava eu, enquanto observava encantado aquelas evoluções. Na queda, porém, algo inesperado aconteceu. Não veio diretamente às minhas mãos como eu esperava e caiu num local indesejado. Uma pedra. Sim, uma enorme pedra que ficava perto da porta do hangar foi a receptora daquele objeto veloz, de madeira australiana, frágil, lindo e que me encheu de terror. O que houve? Será que estragou? À medida que eu me aproximava correndo, comecei a ver detalhes da arteirice que eu cometera. Pedaços de bumerangue. Um, dois, três! As “asas” e o cotovelo, separados pela minha tola curiosidade. O que fazer? Como explicar? Tentar consertar? Mandar alguém fazer isso por mim?
Assim que passou o medo inicial, decidi colar com a melhor cola que eu encontrasse e ficar quieto. Muito medo. Era o que eu sentia. Vergonha de ser descoberto e levar uma descompostura. Achei um tubo de Super Bonder ou o que parecia ser e juntei as partes da melhor forma que consegui e fiquei bem quieto, louco que não descobrissem. Que lição aprendi naquele dia!!! Foi mais uma história das muita que passei à volta do Balão do milionário Steve Fosset em sua tentativa de volta ao mundo em balão estratosférico.
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