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Por: Marcia Fatima de Gouveia, 8 de julho de 2019

Na militância política o encontro com meu Eu

Esta história contém:

Nasci em uma família pobre na periferia da Casa Verde. Meus pais vieram da Ilha da Madeira na década de 50. Meu pai era mestre sapateiro e minha mãe bordadeira. Ela conta que não tinham banheiro, que só usou sapato na hora da viagem, e que só foi para escola porque um tio a levou, pois sua mãe com 8 filhos havia lhe dado para ser criada por ele e assim pode companhar suas primas e completar os primeiros 4 anos de estudo. Já meu pai aprendeu a ler e escrever através de seu padrinho, fiscal do leite que o levava para ajudá-lo no trabalho. Apesar disso é dele a primeira lembrança que tenho do meu contato com a escrita. Minha mãe sempre ocupada com três crianças e tendo que bordar para complementar a renda não tinha tempo nem paciência. Então quando ele chegava do seu serviço de ajudante de limpeza na Brahma cuidava da horta, dos animais e pequenos consertos e se sentava com os filhos. Lembro que o único papel em casa era o de embrulhar o pão e havia um pedaço de lápis. Nos ensinava as letras e a desenhá-las. Eram letras ornamentadas.

Eu era uma criança introspectiva e solitária. Minha principal ocupação era passar horas seguindo as formigas e ficava desenhando quando tinha papel. Fui bem nos primeiros anos de escola entre os anos 60 e início dos 70. Já era curiosa. Lembro de cantarmos o hino nacional com a mão no peito, do quadro do presidente Médici, da rigidez das professorinhas ainda impecavelmente vestidas. Em especial, Dona Ondina, que apesar de toda a rigidez da postura sabia como ninguém estimular seus mais de 40 alunos. Não tenho lembrança de que algum deles já não soubesse ler e escrever no terceiro ano, diferente do que vi no meu estágio em escola pública. Já no ginásio e segundo grau, antigo colegial, conheci a decadência do ensino público. Entrada na adolescência, família conturbada e nada afetiva, e ensino fraco, professores e escola desinteressados, descompromissados com o ensino. Até hoje fico...

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