Na fugiu da senzala. Tudo começou quando eu tinha 5anos e aprendi a ler. De uma família de 14 filhos fui abençoada e ali começou a minha história. Fui professora aos 7 anos já ensinava as crianças do meu bairro escrevendo nas tábuas da cerca de casa e com carvão ao invés de giz. Negra, pobre, moradora de um bairro tipo periferia carregava o sonho de ser professora. Cresci, trabalhei em casa de família como babá enquanto minhas irmãs e irmãos trabalhavam na roça lavouras de batata, feijão, milho e outras atividades agrárias. Continuei trabalhando e estudando. Me formei no magistério, me casei, fiz faculdade com um pouco de sacrifício, tive 3 filhas. Fiz concurso público e trabalhei na Escola Estadual Cristiano Machado por 32 anos. Como comecei a trabalhar dando aulas aos 17 anos me aposentei com 50 anos. Sou líder comunitária, trabalhei como secretária de cultura, sou contadora de histórias, educadora alfabetizadora, dou aulas de redação particular. Cantora amadora na igreja católica e na vida, onde me chamar eu atuo. Na consciência negra faço palestras e sempre digo que foi através da educação que fugi da senzala e tenho uma vida digna. Hoje tenho 8 netos que já estão formando na faculdade e trabalhando. Assim é um pouco da minha história que logo será publicada em um livro que está na reta final para publicação em 2024.