Minha Vida sendo Imigrante nos Estados Unidos.
Escrito por Cristiano Ferreira dos Santos.
Em janeiro de 2001, eu embarquei para os Estados Unidos, onde morei por oito anos e meio. No começo, foi tudo muito difícil. Eu não falava inglês, e a barreira da língua me trouxe muitas decepções, especialmente nas relações com as pessoas. Senti na pele o peso de ser estrangeiro, de ser diferente.
Arrumei trabalho numa empresa americana chamada Mamoty Massory, de montagem de ar-condicionado. E ali conheci gente de todo canto. Tinha muita gente do México, da Guatemala, da Venezuela. Fiz amizade com vários. Tinha um parceiro meu, o Galdencio — ele era de uma tribo indígena do México. Cara bom, gente fina demais. Trabalhei com muitos indígenas mexicanos, gente batalhadora. Também tinha bastante gente negra no meu convívio, e foi uma troca muito rica. A gente se respeitava, cada um com sua cultura, seu jeito.
Tive um acidente de carro enquanto tava lá. Fiquei
bastante tempo sem poder trabalhar. Mas mesmo assim,
nesse tempo parado, conheci mais pessoas, fiz ainda mais amizades. O pessoal me ajudou bastante. Foi aí que percebi como a solidariedade aparece quando a gente menos espera.
Apesar das dificuldades, foi uma fase que me ensinou muito. A convivência com tantas culturas, com pessoas de origens tão diferentes, me fez crescer como pessoa. Hoje eu olho pra trás e vejo que tudo aquilo valeu a pena.