Olá meu nome é Sheila, tenho 33 anos, sou casada e tenho dois filhos, a Sara com 12 anos e o Caio com 10 anos. A história que vou lhes contar é da trajetória da minha vida escolar até chegar aos dias atuais. Tudo começou quando eu tinha de quatro pra cinco anos. Todos os dias ficava na porta da fábrica de costuras da minha mãe, olhando os alunos descerem a rua com seus lindos uniformes vermelhos com destino ao que antigamente chamávamos de pré-escola. Lágrimas corriam dos meus olhos quando pedia a minha mãe para me levar lá e ela me dizia que eu ainda não tinha idade. sempre gostei muito de escrever por isso vivia com lápis e papel nas mãos. O ano se passou e com cinco pra seis anos chegou a hora tão sonhada...ir para o "pré", minha mãe caprichou no uniforme e no penteado do cabelo...ah como eu estava feliz!!! Passado um ano quando já estava com seis anos, ainda teria que cursar mais um ano de "pré", só que eu já era muito grande fisicamente e emocionalmente bastante madura, foi ai que eu disse a minha mãe que não queria mais ir ao "pré", queria ir à "escolona". Minha mãe me dando atenção foi conversar com o diretor da escola, na época ele se chamava sr. Serra, um senhor muito rígido e correto ao qual tínhamos um enorme respeito. Quando minha mãe falou com ele a meu respeito ele permitiu que eu fosse matriculada, porém os dois fizeram um combinado, se eu conseguisse acompanhar a sala, a minha turma, poderia ficar, do contrário teria que voltar ao pré. Para a alegria de todos nós consegui dar conta do recado e deslanchei... Ainda não tinha sete anos completos e já estava no primeiro ano do ensino fundamental , tinha uma professora que se chamava Lucimara, bastante rígida porém muito amorosa. Com ela aprendi as primeiras letras, a formar palavras, a resolver as primeiras contas e a ter as primeiras noções de responsabilidade na escola. Crescendo um pouco mais e sempre dedicada como minha mãe me ensinou a...
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Olá meu nome é Sheila, tenho 33 anos, sou casada e tenho dois filhos, a Sara com 12 anos e o Caio com 10 anos. A história que vou lhes contar é da trajetória da minha vida escolar até chegar aos dias atuais. Tudo começou quando eu tinha de quatro pra cinco anos. Todos os dias ficava na porta da fábrica de costuras da minha mãe, olhando os alunos descerem a rua com seus lindos uniformes vermelhos com destino ao que antigamente chamávamos de pré-escola. Lágrimas corriam dos meus olhos quando pedia a minha mãe para me levar lá e ela me dizia que eu ainda não tinha idade. sempre gostei muito de escrever por isso vivia com lápis e papel nas mãos. O ano se passou e com cinco pra seis anos chegou a hora tão sonhada...ir para o "pré", minha mãe caprichou no uniforme e no penteado do cabelo...ah como eu estava feliz!!! Passado um ano quando já estava com seis anos, ainda teria que cursar mais um ano de "pré", só que eu já era muito grande fisicamente e emocionalmente bastante madura, foi ai que eu disse a minha mãe que não queria mais ir ao "pré", queria ir à "escolona". Minha mãe me dando atenção foi conversar com o diretor da escola, na época ele se chamava sr. Serra, um senhor muito rígido e correto ao qual tínhamos um enorme respeito. Quando minha mãe falou com ele a meu respeito ele permitiu que eu fosse matriculada, porém os dois fizeram um combinado, se eu conseguisse acompanhar a sala, a minha turma, poderia ficar, do contrário teria que voltar ao pré. Para a alegria de todos nós consegui dar conta do recado e deslanchei... Ainda não tinha sete anos completos e já estava no primeiro ano do ensino fundamental , tinha uma professora que se chamava Lucimara, bastante rígida porém muito amorosa. Com ela aprendi as primeiras letras, a formar palavras, a resolver as primeiras contas e a ter as primeiras noções de responsabilidade na escola. Crescendo um pouco mais e sempre dedicada como minha mãe me ensinou a ser, fui avançando série a série sempre com muito sucesso, e assim foram o segundo, o terceiro e o quarto anos, até chegar no quinto onde minha vida mudou completamente. Até então tinha como foco maior somente uma professora, ai aconteceu que com um pouco mais de idade e responsabilidade passei a ter se não me engano cinco professores diferentes, um para cada matéria e todos com a mesma importância da única professora de antes. Me habituei rapidinho e estudar pra mim sempre foi uma coisa prazerosa, sempre gostava de aprender coisas novas, diferentes e matemática então...era um desafio incrível todos os dias. Sexta série só continuação daquilo que já havia vivido. Com treze anos e eu já na sétima série comecei a trabalhar durante o dia e necessariamente fui estudar no período da noite. Na época em que tinha essa idade não haviam tantos perigos que me colocassem em risco como existe hoje, foi tranquilo e consegui concluir mais um ano. Oitava série, ano de formatura, continuei estudando a noite pois trabalhava durante o dia , continuei com a mesma garra de sempre e com muita alegria trabalhamos o ano todo para então realizar a tão sonhada formatura.Fizemos cantina, vendas de pizzas, tarde do sorvete e do pastel e ainda pagávamos mensalidade todos os meses. A cerimônia da colação de grau foi incrível, apesar dos choros por estar me despedindo de uma etapa em minha vida, estava feliz por tê-la concluída com tanto êxito. E pra fechar com chave de ouro, viajamos para Camboriú-Santa Catarina onde permanecemos cinco dias com tudo pago, hotel, refeições, etc, na época conseguimos arrecadar R$ 4.000,00, hoje não tem muito valor, mas na época deu pra pagar a viagem completa de trinta alunos. A viagem foi magnífica e ficará guardada pra sempre na minha memória. No ano seguinte, para a nossa alegria, estávamos todos juntos novamente no primeiro ano do ensino médio, só que com um agravante, em nossa antiga escola ainda não havia ensino médio. Houve então a necessidade de irmos estudar em uma cidade vizinha, a nove quilômetros de distância da nossa, chamada Elias Fausto. Foi um ano bom, porém difícil, eu trabalhava e como saia do serviço as 18:00 horas corria pra casa e só dava tempo de fazer uma coisa ou tomava banho ou jantava. Como minha vida era muito corrida os dias se passaram muito rápido e quando me dei conta já havia se passado mais um ano. Para nossa alegria o ensino médio foi implantado em nossa antiga escola no ano seguinte e então conseguimos cursar o segundo ano do ensino médio lá. Mais um ano comum, muitos desafios e muitas conquistas. Terceiro ano do ensino médio, nosso último ano da escola juntos e detalhe...ano de formatura novamente. Aprendemos muitos, nos divertimos e aproveitamos muito. Nesse ano foi decidido que não iríamos viajar e que só teríamos nossa colação de grau. Foi tudo muito lindo e marcante e terminamos mais uma etapa em nossas vidas. Até então não tinha vontade de cursar nenhuma faculdade e não tinha escolhido qual profissão queria exercer. Então tive diversos trabalhos, trabalhei de balconista, vendedora, supermercado, etc. No último ano do ensino médio conheci o que na época era meu namorado hoje meu marido, namoramos três anos, nos casamos e tivemos dois lindos filhos e por doze anos cuidei deles e trabalhei de auxiliar de produção, autônoma, etc. Em Julho de 2015 prestei concurso público porque o trabalho em que eu estava era bastante sofrido, empurrava carrinho vendendo os produtos de uma marca bastante famosa chamada Yakult. Fizesse sol ou chuva lá estava eu trabalhando. se vendesse tinha meu dinheiro do contrário não tinha, não tinha segurança, caso ficasse doente ou sofresse algum acidente não tinha respaldo algum pois não tinha registro em carteira, nem férias, nem décimo terceiro ou seja nada... Fiquei muito feliz quando soube que havia passado no concurso pra inspetora de alunos em trigésimo oitavo lugar. Em menos de um ano depois fui chamada para trabalhar, em Maio de 2016 ocupei meu cargo e já se passou quase um ano do acontecido. Quando ainda era solteira e ouvia pessoas dizendo que queriam ser professoras eu dizia que eram loucas e que aquilo era profissão para malucos. Ao começar a trabalhar na escola em meio as crianças, tomei gosto pela coisa, me apaixonei pelas crianças e pelo trabalho com elas. A partir daí resolvi fazer o curso de pedagogia na faculdade Max Planck. Estou no meu primeiro semestre e confesso que nos primeiros dias senti vontade de sair correndo afinal faziam 17 anos que não entrava numa sala de aula, no começo foi bem complicado. Passados alguns dias as coisas foram se encaixando e hoje to gostando muito. Espero que ao concluir o curso eu me torne uma professora muito aplicada e que eu possa realmente fazer a diferença na vida das crianças. E acho que é isso...
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