Jaqueline Soares da Silva, nascida em 20 de agosto de 1976, no município de Sena Madureira, a quarta filha de nove filhos da dona Maria de Nazaré Soares de Lima e do seu Hilário Gomes da Silva, descobriu seu próprio caminho ainda jovem. Saída das vendas nas feiras locais nas quais ia comercializar cebola para ajudar a família, começaria pouco depois dali seu próprio caminho. Já naquela época, ela se sentia sufocada com a vida no pacato município de Sena Madureira, sem grandes acontecimentos, com uma família pouco instruída e com filhos demais para dar conta, por mais unida que a família fosse aos 13 anos de idade com a juventude pela frente e expectativas nas alturas ela se vê fugindo de casa e pegando a estrada, onde, com a ajuda de carona, ela chega à capital Rio Branco.
Sonhadora e nova demais, a garota que almejava se tornar talvez uma possível engenheira continuaria a trabalhar com a mesma garra de antes, mas agora com um objetivo de ser independente. Com a fuga de casa e sem conhecer ninguém além de um tio, ela se vê hospedada na casa de seu Márcio, irmão próximo de sua mãe. O trabalho foi sua verdadeira motivação para continuar, sem medo, sem correntes e com o que seria um mundo de possibilidades. Entretanto, ela se depara com uma realidade mais humilde e, para ter seu sustento, ela vira babá na casa de uma senhora chamada Ana Suya, trabalho esse no qual permaneceu por cerca de um ano até que dona Ana se mudou para outro estado, e foi então, a partir daí que Jaqueline Soares da Silva se viu trabalhando sem carteira assinada em casas de família.
Quando mais velha, aos vinte e um anos, deu à luz a primeira filha - Emilly Soares dos Santos- nome dado em homenagem a uma menina órfã de um filme de época que havia visto quando moça e do qual gostou muito.
Emilly foi o fruto de uma relacionamento que não perdurou muito tempo. com uma menina e sem qualquer outro provedor que não ela mesma, a agora mãe solteira,...
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Jaqueline Soares da Silva, nascida em 20 de agosto de 1976, no município de Sena Madureira, a quarta filha de nove filhos da dona Maria de Nazaré Soares de Lima e do seu Hilário Gomes da Silva, descobriu seu próprio caminho ainda jovem. Saída das vendas nas feiras locais nas quais ia comercializar cebola para ajudar a família, começaria pouco depois dali seu próprio caminho. Já naquela época, ela se sentia sufocada com a vida no pacato município de Sena Madureira, sem grandes acontecimentos, com uma família pouco instruída e com filhos demais para dar conta, por mais unida que a família fosse aos 13 anos de idade com a juventude pela frente e expectativas nas alturas ela se vê fugindo de casa e pegando a estrada, onde, com a ajuda de carona, ela chega à capital Rio Branco.
Sonhadora e nova demais, a garota que almejava se tornar talvez uma possível engenheira continuaria a trabalhar com a mesma garra de antes, mas agora com um objetivo de ser independente. Com a fuga de casa e sem conhecer ninguém além de um tio, ela se vê hospedada na casa de seu Márcio, irmão próximo de sua mãe. O trabalho foi sua verdadeira motivação para continuar, sem medo, sem correntes e com o que seria um mundo de possibilidades. Entretanto, ela se depara com uma realidade mais humilde e, para ter seu sustento, ela vira babá na casa de uma senhora chamada Ana Suya, trabalho esse no qual permaneceu por cerca de um ano até que dona Ana se mudou para outro estado, e foi então, a partir daí que Jaqueline Soares da Silva se viu trabalhando sem carteira assinada em casas de família.
Quando mais velha, aos vinte e um anos, deu à luz a primeira filha - Emilly Soares dos Santos- nome dado em homenagem a uma menina órfã de um filme de época que havia visto quando moça e do qual gostou muito.
Emilly foi o fruto de uma relacionamento que não perdurou muito tempo. com uma menina e sem qualquer outro provedor que não ela mesma, a agora mãe solteira, levava a filha consigo para todo lugar, até mesmo para o trabalho, até que, ao se ver trabalhando na casa do desembargador Francisco Praça, ela, com ajuda da esposa do desembargador, recebeu auxílio jurídico para colocar o pai da filha na justiça, fazendo com que esse assumisse a menina e lhe pagasse o que era devido. Pouco depois desse período, ela conheceu José Carlos Rodrigues de Lima, seu atual marido. Quando ambos moravam no bairro Airton Sena, conseguiu alugar uma pequena casa na qual morava com a filha. Ele era dono de um pequeno comércio, e ela ainda trabalhava na casa do desembargador com um salário que, na época, a possibilita morar sozinha. O início de seu romance com José Carlos se deu por meio de uma aposta entre dois amigos para saber quem conquistaria o coração da morena trabalhadora.
Nos anos 2000, ela começou finalmente trabalhar de carteira assinada e, um ano antes, em 1999, ela deu à luz ao segundo filho e o primeiro do casal que já estava junto há dois anos - Carlos Henrique Rodrigues da Silva. Apesar de sua vida em si ter melhorado não era, nem de longe, as mil maravilhas que ela um dia sonhara em ter, as dificuldades surgiam e, como ela não havia terminado o ensino fundamental, com dois filhos ao lado, ficava ainda mais difícil. Em 2001, nascia então a terceira filha de Jaqueline e a segunda e última do casal - Evelyn Rodrigues da Silva. Desistindo, então, dos estudos sem conseguir concluí-los, Jaqueline continuou focada no trabalho, agora motivada por três filhos que dependiam da mãe, mulher e trabalhadora e ela que sempre os colocava em primeiro lugar. Não pensou duas vezes antes de colocá-los acima de tudo, até mesmo dela. Foi então que a mulher trabalhadora teve que se decidir pela família, pelos filhos no lugar de seus próprios objetivos. Agora, dona de casa, mãe e esposa, ela já havia há muito deixado suas fantasias de menina de lado e, por alguns longos anos, ela se viu sem trabalho.
Quando a filha mais nova atingiu idade para ser cuidada por outra pessoa, ela finalmente voltou a pôr a mão na massa novamente de carteira assinada. A menina que largou a própria família, que se ressentiu da própria mãe por não procurá-la depois de ter fugido e que foi deixando para trás vários dos seus sonhos tornou-se uma mulher que, por mais difícil que a vida pudesse ter se tornado, se recusava a deixar os filhos vê-la chorar, uma mulher que aguentaria tudo por três pessoas . Cerca de 15 anos depois, com os filhos já adultos e após anos de muito esforço para criar os filhos com o melhor que ela podia oferecer junto com o marido, fosse em educação ou qualidade de vida, ela se vê novamente desempregada por quatro anos sem qualquer previsão de trabalho. Ficando tempo demais sozinha e sem uma única meta, começou a se redescobrir quando suas ambições não seguiam em frente, quando a mulher que ela um dia já fora não existia e que a mulher que ela havia se tornado talvez não fosse o que ela almejasse. Ela precisou ser forte mais uma vez e, após muitas lágrimas e um contínuo processo de redescoberta, ela conseguiu um novo emprego, ela viu sua filha mais velha casada, o filho tentando trilhar seu próprio caminho e a mais nova conquistando seus objetivos aos poucos.
Aos 46 anos, a mulher, mãe e esposa tenta se reencontrar depois de ter dado tudo de si a outros, ela busca novos hobbys, tenta ver o mundo por uma nova perspectiva e, apesar de ainda ter muito pela frente e ainda ter muitas coisas a presenciar e aprender, ela ainda chora por quem foi e por quem é, ela ainda sorri e procura alegria, ela ainda vive. Mas, agora, não apenas para outros, mas também por ela, por quem ela ainda pode ser. Minha Maria, minha mãe, minha guerreira, minha maior inspiração de mulher Não se pode colocar em tão pouco espaço tantos anos de sua vida, em cada linha existe um mundo não escrito, mas espero ter deixado ao menos uma pequena parte da trajetória da mulher mais incrível, a qual eu chamo de mãe.
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