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Personagem: Dr. Robson
Por: Dr. Robson, 6 de setembro de 2025

Minha infância que diga.

Esta história contém:

Minha infância que diga.

Minha Infância Que o Diga

Autor: Robson de Andrade

 

Introdução

Minha infância foi marcada por dor, abandono e resistência. Desde pequeno, enfrentei situações que nenhuma criança deveria vivenciar. Meu pai era extremamente violento. Acreditava em tudo que os vizinhos diziam, sem nos ouvir, e nos agredia fisicamente com vara de goiaba, pedaços de sofá (chulapa) e até com fio de máquina de costura. Eu e meus seis irmãos vivíamos com medo, sem proteção e sem afeto.

 

Ausência de Apoio

Entre os anos de 1984 e 1994, dos meus 8 aos 18 anos, o sofrimento foi constante. Nunca ouvi falar em Conselho Tutelar. Não havia ninguém para denunciar meu pai. Éramos invisíveis aos olhos da sociedade.

Minha mãe participava de um programa do governo que distribuía sopa no posto para famílias em situação de vulnerabilidade. Contudo, com tantas bocas para alimentar, a sopa não durava uma semana. Vivíamos de pão duro, angu e restos de comida descartados pelo antigo mercado Cristal, localizado em Edson Passos, Mesquita - RJ.

 

Desigualdade e Sacrifício

Enquanto eu e meus irmãos passávamos fome, meu pai oferecia conforto e recursos para outra família. Meus irmãos e irmãs por parte de pai — pelo que sei — nunca enfrentaram necessidade. Inclusive, até a neta dele, dessa outra família, tinha tudo: alimentação, roupas, brinquedos e atenção. Já nós, nunca tivemos nada.

Os irmãos e irmãs de meu pai, que também são nossos parentes por parte de pai, jamais se dispuseram a ajudar. Observavam de longe, em silêncio, enquanto minha mãe e nós, seus sobrinhos, enfrentávamos dificuldades extremas, sem qualquer tipo de apoio ou solidariedade familiar. Não faziam absolutamente nada.

Sem alternativas, minha mãe foi obrigada a trabalhar em casas de família, em condições análogas à escravidão. Ela saía de casa ainda de madrugada e voltava tarde da noite. O pouco que ganhava mal dava para comprar comida....

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