Minha história como leitora é uma de renascimento. Assim como minha mãe me deu à luz, ela também me ensinou a ler e escrever, e é uma das memórias mais fortes de toda a minha infância. De início, ela acreditou que eu pudesse estar decorando as histórias que lia para mim, quando na verdade, eu já havia aprendido veemente o que ela me ensinava. Daí para a frente, me afundei num mundo de conto de fadas, e a magia que havia nos mitos tomaram conta da minha imaginação. Continuei a ler de forma ávida até os 13 anos de idade, sendo mais fissurada pelo gênero de fantasia. Infelizmente, durante o ensino médio, entrei num limbo onde tudo parecia existir apenas na minha mente, e isso me afastou da atividade que mais adorava fazer. Não havia tempo para ler, apenas para estudar e lidar com os problemas da idade. Variando entre estados de euforia e apatia intensa, senti a necessidade de colocar o que sentia no \\\'\\\'papel\\\'\\\' - vulgo bloco de notas - relatando sonhos e delírios absurdos, e as complicações do cotidiano. A escrita funcionou perfeitamente como uma válvula de escape, mas não era como se eu estivesse escrevendo pensando em literatura. Recentemente, percebi o quão desejava reconectar-me àquilo que preencheu meus dias simples de felicidade, redescobri a sensação que é mergulhar numa história e desligar-se do mundo à minha volta. Amo ler e amo a humanidade registrando sua imaginação em formas tão distintas.