Há uns quinze anos atrás, visitando uma igreja Adventista em Santo André, participei da conversa de um grupo de pastores e um deles ao tomar conhecimento de meu sobrenome disse ter conhecido, na Igreja Adventista de Santo Amaro uma pessoa que talvez fosse minha parente, de nome Ercília (de fato era minha prima e ocorreu com ela um fato que nunca tivemos uma explicação: jovem, ainda, com duas filhas lindas, suicidou-se, contrariando os princípios que recebera na religião que professava); depois revolvendo a memória me disse, existia, também, muitos anos antes, um senhor, que sempre carregava uma bíblia enorme, que tendo sobrenome Klein era mais conhecido como Pedro Cipó. Era o meu avô paterno.
Pedro Klein deve ter vindo da Alemanha ainda criança, junto a uma leva de imigrantes, cujo grupo foi instalado a muitos quilômetros adiante de Santo Amaro em um lugar que passaria a ser denominado "Colônia". Em um lugarejo próximo, Cipó veio a conhecer uma jovem de descendência índia de nome Vicência Alves tendo com ela consorciado-se dando origem ao tronco de minha família.
Tiveram vários filhos dos quais me lembro de Joaquina, que deveria ser a mais velha, Maria, que faleceu quando eu era ainda menino, Amâncio, Jacob, que era meu pai, José, que não cheguei a conhecer, e Paulo, que deveria ser o mais jovem.
Não cheguei a conhecer meu avô, mas pelas histórias que ouvi, era um devotado crente em Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo incutido nos filhos os princípios bíblicos exarados da Palavra de Deus. Ele deve ter convertido-se em tenra idade e nunca abandonou a sua fé, sendo chamado para a glória do Filho de Deus.
Ainda bem próximo de seu falecimento, já com uma idade avançada, ainda carregava o sotaque alemão, fruto de sua convivência com os ancestrais cuja cultura haveria de ser deturpada pela miscigenação havida no contato com as civilizações locais, entre os quais o principal foi com minha avó Vicência que de origem indígena...
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Há uns quinze anos atrás, visitando uma igreja Adventista em Santo André, participei da conversa de um grupo de pastores e um deles ao tomar conhecimento de meu sobrenome disse ter conhecido, na Igreja Adventista de Santo Amaro uma pessoa que talvez fosse minha parente, de nome Ercília (de fato era minha prima e ocorreu com ela um fato que nunca tivemos uma explicação: jovem, ainda, com duas filhas lindas, suicidou-se, contrariando os princípios que recebera na religião que professava); depois revolvendo a memória me disse, existia, também, muitos anos antes, um senhor, que sempre carregava uma bíblia enorme, que tendo sobrenome Klein era mais conhecido como Pedro Cipó. Era o meu avô paterno.
Pedro Klein deve ter vindo da Alemanha ainda criança, junto a uma leva de imigrantes, cujo grupo foi instalado a muitos quilômetros adiante de Santo Amaro em um lugar que passaria a ser denominado "Colônia". Em um lugarejo próximo, Cipó veio a conhecer uma jovem de descendência índia de nome Vicência Alves tendo com ela consorciado-se dando origem ao tronco de minha família.
Tiveram vários filhos dos quais me lembro de Joaquina, que deveria ser a mais velha, Maria, que faleceu quando eu era ainda menino, Amâncio, Jacob, que era meu pai, José, que não cheguei a conhecer, e Paulo, que deveria ser o mais jovem.
Não cheguei a conhecer meu avô, mas pelas histórias que ouvi, era um devotado crente em Nosso Senhor Jesus Cristo, tendo incutido nos filhos os princípios bíblicos exarados da Palavra de Deus. Ele deve ter convertido-se em tenra idade e nunca abandonou a sua fé, sendo chamado para a glória do Filho de Deus.
Ainda bem próximo de seu falecimento, já com uma idade avançada, ainda carregava o sotaque alemão, fruto de sua convivência com os ancestrais cuja cultura haveria de ser deturpada pela miscigenação havida no contato com as civilizações locais, entre os quais o principal foi com minha avó Vicência que de origem indígena deveria pertencer a classe dos "feiticeiros", pois tinha como ofício a cura por benzeção. A sua eficiência era conhecida em todo o bairro de Santo Amaro, sendo chamada em todos os lares para usar de sua arte de curar por meio da benzeção, curando de todas as enfermidades (eu mesmo tive oportunidade de tomar conhecimento de pessoas que a respeitavam por julgarem dever a ela as suas vidas).
Ela era uma mulher muito simples sem traquejo social, vivendo arredia, residindo sozinha; quando nós residíamos na Rua São Benedito ela residia em uma pequena casa próximo à nossa depois transferindo-se para outra na Rua Barão do Rio Branco, vizinho ao seu filho Amâncio. Nessa casa costumávamos sempre visitá-la, ocasião em que ela concentrando-se, colocava a sua mão em nossa cabeça, benzendo-nos para que fôssemos resguardados de todo o mal. A sua imagem sempre esteve bem viva em minha lembrança e até cheguei a falar dela em uma de minhas poesias . . . Ali ela viria a falecer já bem avançada em anos.
(José Wladimir Klein enviou seu depoimento para o Museu da Pessoa em 06 de julho de 1998 pela página na internet, atualizada em 29 de janeiro de 1999.)
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