Um dos primeiros entes queridos que experienciei a morte dele foi meu pai. Ele sentira-se mal nos últimos dias de 2015, me pediu para levá-lo ao médico nos dias 30 e 31 de dezembro com forte dor abdominal e em todas as duas vezes meu pai recebeu alta médica depois de receber alguns analgésicos e uns pedidos de exame.
Depois de um mês de janeiro com idas e vindas ao médico acompanhado pela minha mãe e eu ter ido viajar com meu namorado à epoca para o Peru - onde tive contato com a cultura inclusive da morte - que ele mesmo me disse para ir pois eu cogitei não ir. Voltei, e ele estava cada vez pior. Realizou um ultrassom nos meados de fevereiro em que o pessoal do hospital já sugeriu internação para investigação. Dali pra frente, ele só piorou e, um mês depois de ser internado, em uma conversa com ele, eu disse que se estivesse tudo muito pesado era pra ele ficar tranquilo porque os dois filhos já estavam criados, ele ja havia conhecido o neto e que ficaríamos bem com a partida dele.
Foi quando o medo da morte ficou no caminho. Meu maior medo era que alguém próximo se fosse e, com sua partida, percebi que a morte, apesar de ser uma separação - dolorida - traz uma série de ensinamentos.
Medo? Não mais. Somente pena de quem fica. A saudade dilacera o peito às vezes.