Meu primeiro amor foi aos 11 anos de idade, qdo recebi uma cartinha de um menino de calças curtas, gago e de botas. Estudávamos na escola Pernambuco no Rio de Janeiro. O meu primeiro beijo foi na mão e não quis lava-la o dia todo. Um dia, minha mãe avisou que estávamos de mudança. Então, foi a primeira vez que nos separamos. Durante anos eu passava pelo prédio onde ele morava e tinha esperança de vê-lo na janela. Aos dezoito anos, na piscina de um clube reencontrei um colega da mesma escola e ele me contou que o Alexandre sempre falava e procurava por mim. Na ocasião, ele me informou o número do telefone do Alex e eu liguei. Uma voz linda (não era mais gago) atendeu e depois que me identifiquei uma emoção muito mágica tomou conta de nós. Marcamos um encontro e foi no dia do meu aniversário que ele foi na porta da faculdade me buscar. Meu coração quase saltou pela boca e eu tinha esperança que ele me abraçasse e me beijasse e retornasse a nossa história de onde parou. Porém, depois do abraço, ele tirou da carteira uma foto 3x4 e apresentou a namorada. Fiquei frustada, mas feliz, pois manteria contato com ele. Nos falamos algumas vezes por telefone e dois anos depois ele enviou o convite do seu casamento. Eu não fui. No mesmo ano eu também casei e tinha esperança que ele chegasse na igreja e aparecesse quando o padre perguntasse se alguém tinha algo que impedisse. Ele não compareceu e eu casei. Um ano depois eu mudava para o Maranhão e perdia novamente o contato com ele. Alguns anos depois, minha mãe recebeu no meu antigo endereço do RJ um cartão de Natal do Alex e pude desse jeito recuperar o contato com dele. A partir de então, trocamos cartões de Natal e carta, uma vez por ano, onde contávamos sobre nossa vida profissional e familiar. Em 1989, quando estive de férias no Rio, marcamos de reunir nossas famílias, porém ele pediu que tivéssemos um encontro a sós, pq estava passando por crise no casamento. Fui encontrá-lo...
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Meu primeiro amor foi aos 11 anos de idade, qdo recebi uma cartinha de um menino de calças curtas, gago e de botas. Estudávamos na escola Pernambuco no Rio de Janeiro. O meu primeiro beijo foi na mão e não quis lava-la o dia todo. Um dia, minha mãe avisou que estávamos de mudança. Então, foi a primeira vez que nos separamos. Durante anos eu passava pelo prédio onde ele morava e tinha esperança de vê-lo na janela. Aos dezoito anos, na piscina de um clube reencontrei um colega da mesma escola e ele me contou que o Alexandre sempre falava e procurava por mim. Na ocasião, ele me informou o número do telefone do Alex e eu liguei. Uma voz linda (não era mais gago) atendeu e depois que me identifiquei uma emoção muito mágica tomou conta de nós. Marcamos um encontro e foi no dia do meu aniversário que ele foi na porta da faculdade me buscar. Meu coração quase saltou pela boca e eu tinha esperança que ele me abraçasse e me beijasse e retornasse a nossa história de onde parou. Porém, depois do abraço, ele tirou da carteira uma foto 3x4 e apresentou a namorada. Fiquei frustada, mas feliz, pois manteria contato com ele. Nos falamos algumas vezes por telefone e dois anos depois ele enviou o convite do seu casamento. Eu não fui. No mesmo ano eu também casei e tinha esperança que ele chegasse na igreja e aparecesse quando o padre perguntasse se alguém tinha algo que impedisse. Ele não compareceu e eu casei. Um ano depois eu mudava para o Maranhão e perdia novamente o contato com ele. Alguns anos depois, minha mãe recebeu no meu antigo endereço do RJ um cartão de Natal do Alex e pude desse jeito recuperar o contato com dele. A partir de então, trocamos cartões de Natal e carta, uma vez por ano, onde contávamos sobre nossa vida profissional e familiar. Em 1989, quando estive de férias no Rio, marcamos de reunir nossas famílias, porém ele pediu que tivéssemos um encontro a sós, pq estava passando por crise no casamento. Fui encontrá-lo para um almoço em Ipanema. Na entrada do restaurante, fiquei procurando pelo rosto jovem familiar, mas surgiu um homem lindo, forte, alto com o mais doce sorriso. Ao contrário dele, eu e meu marido estávamos vivendo uma fase boa no casamento. O que eu não contava era que meu coração se derretia enquanto ele falava. Contei que no último encontro, ainda solteiros, tinha esperança de ficarmos juntos, mas a foto da namorada tinha tirado isso de mim. Ele ficou emocionado e lamentou nossas vidas terem tomado rumos diferentes. Quando nos despedimos, ele insistiu que eu voltasse e que ficassemos a sós. Eu não voltei, pois sabia que não resistiria.
Na Páscoa de 1990 ele telefonou e eu informei que havia me separado há apenas dois dias. Ele ainda arrastava a crise no casamento, porém logo a seguir se separou e finalmente fomos viver a nossa história de amor, embora separados pela distância Rio/Ma.
Nossas ligações telefônicas eram feitas depois das 23hs devido serem mais baratas. Tínhamos tanto pra falar, pra trocar, pra viver... Uma noite ficamos 6 horas direto no telefone. Conversávamos, nos tocavamos, nos sentíamos, chorávamos e sorriamos. Dois meses depois, embarquei para o Rio e tivemos um encontro cinematográfico em Copacabana. Nos abraçamos e ficamos sentados num bar, nos olhando, contemplando o nosso amor. Fomos para um hotel e pude estar nos braços do homem que desejei desde menina. Durante aquele ano de 1991, fui várias vezes no Rio e ele veio aqui. Fazíamos planos, mas ele não admitia a possibilidade de viver longe da única filha. Eu também não cogitava voltar para o Rio, pois tinha um emprego e três filhos. As circunstâncias impediram que continuassemos com as viagens, pois ficamos endividados com as passagens aéreas e contas de telefone. Ele foi mais racional e não quis continuar. Eu fiquei arrasada, inconsolável. Ligava e ele não atendia, escrevia uma carta por semana e ele não respondia. Após seis meses ele enviou uma correspondência, dizendo que foi muito difícil, mas necessário o afastamento. Voltamos a nos corresponder só por cartas. Até que uma carta retornou e liguei para irmã dele que avisou que havia mudado para Miami com uma mulher e que não estava autorizada a me passar o contato dele. Aguardei por alguns anos por uma correspondência e ela chegou em 19.... Na época eu tinha um companheiro e contei pra ele sobre a emoção que aquela carta me trouxe. Ele mandou o e-mail e eu comprei um computador para me corresponder com ele. Contávamos o que tinha acontecido na vida de cada um, tanto profissional, familiar e sentimental. Em meados de 1999, meu companheiro me deixou e eu sofri muito. Foi então que Alex me convidou para ir até Miami. Ele estava sozinho e então nossas juras eternas de amor voltaram a fazer parte das nossas conversas. Demorei um pouco para tirar passaporte, conseguir o visto, mas no início de dezembro saí com destino aos EUA. Ele estava diferente e um pouco distante, mas eu alimentava a esperança de estar nos seus braços, para curar a dor da minha separação. Nosso encontro no aeroporto foi mágico, com direito a beijo de novela, porém, qdo chegamos no seu apartamento, um recado na secretaria eletrônica jogou um balde de água fria no castelo de areia que construí. Ele estava namorando uma jovem brasileira, estudante na cidade. Eu estava tão empolgada com a viagem que ele não quis me contar antes. Dormimos juntos durante uma semana sem que nada acontecesse. Passeamos, ouvimos música, cozinhamos, nos emocionamos, mas respeitamos a fidelidade dele com a namorada. Combinamos que de 10 em 10 anos nos encontraríamos, independente de estarmos casados ou não. Voltei para o Brasil e continuei minha vida. Ele casou e eu também. Ele separou e eu também. Aos 50 anos não cumprimos o combinado. Nos vemos pelas redes sociais, trocamos mensagens respeitosas e esperamos por uma oportunidade de reencontro. Os 60 anos chegaram, mas devido a Pandemia não ousamos planejar viajar. Entendo que tantos encontros e desencontros aconteceram para fortalecer o sentimento de amor que temos um pelo outro. Independente da distância, cultivamos a admiração, o respeito e as lembranças que fazem parte da nossa história de amor. Ainda sonho em reencontra-lo.
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