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História
Por: Museu da Pessoa, 18 de outubro de 2018

Menino do Rap, fruto da comunidade

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Menino do Rap, fruto da comunidade

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Meu nome é Wilson Tito Soares Junior, eu sempre fui sozinho, não tive meu pai nem minha mãe por que eles se separaram por motivos pessoais deles. Eu fui criado pela minha avó e meu avô, nasci prematuro de seis para sete meses e quase morri. Meus avós são meus pais de criação mas sempre tive a presença dos meus pais biológicos. Na minha infância em sempre brincava sozinho até eu entrar na creche Frei Chico, Centro Social São José, e lá eu comecei a fazer várias amizades. Nós brincávamos, ganhávamos ovo de páscoa, no dia das crianças tinha um almoço especial que era na AABB e na época do Natal nós também ganhávamos a sacola no natal com vários presentes; era muita alegria pra mim.

Se hoje eu sou o que eu sou um pouco é por causa da Creche do Frei Chico. Eu brincava na rua, de polícia e ladrão, esconde-esconde, jogava bola e reuniam vários moleques. As vezes a gente atravessava a cidade para jogar bola, nós íamos batendo bola na rua, brincando e petecando. Nosso sonho era ser jogador de futebol para dar uma vida melhor pra nossa família, mas comigo infelizmente não acabou acontecendo, eu tomei outros rumos. Eu lembro que eu joguei no São Caetano que era aqui em Santa Cruz, eu tinha uns 08 ou 09 anos, e o lance que me marcou foi que eu peguei a bola na entrada da área e sai driblando todo mundo e ao invés de eu ter chutado pro gol eu passei a bola pra um moleque mas ele estava impedido, ele fez o gol, mas não valeu. Daí eu fique bravo, né.

Na adolescência minha cabeça estava meio fora de si, eu pensei várias vezes em entrar pro mundão por causa de várias “fitas”que acontece, né. Tem aquela fase em que você esta se descobrindo, você não sabe o que quer da vida e eu recebi propostas de entrar pro mundão. Só que como eu pensava muito no meu avô e na minha avó e meu pai também me falava pra não mexer com essas coisas, meus avós são tudo pra mim. Muitos ainda me julgam pelo meu estilo, acham que uso...

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Santa Cruz do Rio Pardo - Todo lugar tem uma história para contar

Depoente: Wilson Tito Soares Júnior

Entrevistador: Stefânia Maria Lorenzetti

18/10/18

Santa Cruz do Rio Pardo - HV 08

P/1 - Juninho, conta para mim um pouco da sua história. Sua infância, quem foi você lá na sua infância, como era, o que você fazia.

R - Eu sempre fui sozinho. Não tive meu pai nem minha mãe porque se separaram por motivos pessoais. Fui criado desde uns tempos de vida pela minha avó e pelo meu avô. Eu nasci prematuro de seis para sete meses, quase morri. Tive que receber vários cuidados especiais, tomar remédios especiais para não acabar morto. Então meu vô e minha vó praticamente são meus pais de criação, mas sempre tive a presença do meu pai e da minha mãe. E minha infância, como eu disse, fui sempre sozinho. No começo eu brincava sozinho, até entrar na creche. Participei da creche do Frei Chico, Centro Social São José, e lá comecei a fazer várias amizades. Lá nós brincávamos, na época da páscoa ganhávamos ovo de páscoa. No dia das crianças tínhamos um almoço especial que era lá na BB, onde tinha frango, tinha brincadeiras. E tínhamos os nossos padrinhos da Itália, que sempre ajudavam o Centro Social. Também tinha a época do natal, que nós ganhávamos sacola de natal com vários presentes. Então foi uma fase muito importante para mim o Centro Social. Se hoje eu sou o que eu sou também tem um pouco do Centro Social em mim, porque ali é um lugar que ajuda várias pessoas, - recebem doações, essas coisas - e ajudava muitas crianças.

P/1 - Quando você ganhava, por exemplo, ovo de páscoa, ou quando tinha esses almoços do dia das crianças, como era para você?

R - Era uma alegria. A gente que é humilde nem sempre tem o que nós queremos, porque os pais não têm condição de dá o que a gente precisa. Toda criança quer ter sempre o melhor brinquedo, tudo que é melhor, mas nem sempre os pais podem dar por falta de dinheiro e a...

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