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Por: Museu da Pessoa,

Memórias de Santa Tereza

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IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Eloisa Pires Ferreira. Nasci em 14 de abril de 1943. Eu sou uma gravadora, uma artista plástica, e vim morar em Santa Tereza aos sete anos. FAMILIA Meus pais são do Rio. Meu pai era advogado, João Antônio Pires Ferreira. Foi um grande jurista, foi um comunista, abriu muitos sindicatos. Na primeira guerra ele atuou muito, mas me parece que na segunda guerra ele ficou muito ruim, não por tortura física, mas tortura mental, e ele se afastou. Foi ficando uma pessoa muito sofrida. Ele nunca negou assistência jurídica pra nenhum daqui, para as pessoas presas no tempo da ditadura. Eu me lembro que ele me pedia pra me vestir pra ir com ele nas delegacias porque ele soltava essas pessoas. Ele usava o saber dele pra essas causas. Meu pai foi um intelectual só que da esquerda, e estruturou a Associação de Moradores do Morro dos Prazeres. Meu pai orientou juridicamente aqueles jovens que estavam formando a Associação.Quando ele morreu, eu arrumando as coisas dele achei manuscrito dos estatutos. Eu dei aqui pra Associação, batido na maquina dele, que devia ser a copia, Meu pai freqüentava esse bar que deve ser o do seu Joaquim, aqui na entrada do Morro, na Gomes Lopes. Minha mãe era Henriqueta Pires Ferreira, e na casa da dona Maria Lira junto com a mãe da Maria Lucia, dona Iracema elas costuravam e ensinavam o pessoal. Minha mãe ensinava costura e bordado meio careta, nós questionávamos um pouco embora ela fosse meio criativa. Elas costuravam, e ensinavam o pessoal daqui a costurar. Eles eram muito mais velhos. Hoje minha mãe devia estar com 90 e tantos anos. A cultura era outra, nós fazíamos arte com eles. Meu irmão que se chama Edgar Pires Ferreira, ele fazia sociologia na PUC em torno dos anos 60, CASA A minha casa ficava entre os Dois Irmãos e o Xororó, na Almirante Alexandrino, 1017 e que atualmente é 1315. E ali eles entravam dentro do terreno da minha casa pra pegar água, minha mãe colocou...

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Projeto Fundação Banco do Brasil

Realização Instituto Museu da Pessoa

Entrevista de Heloísa Pires Ferreira

Entrevistado por Paula Ribeiro

Rio de Janeiro, 07 de Julho de 2002

Código: MP_HV001

Transcrito por: Elisabete Barguth

Revisado por Jordana de Oliveira Pradal

P/1 – Boa tarde Heloisa, gostaria de começar o depoimento pedindo que você me forneça seu nome completo, local e data de nascimento.

R – 14 de Abril de 1943. Heloisa Pires Ferreira. Eu sou uma gravadora e artista plástica. Vim morar em Santa Teresa aos sete anos. Meus pais são do Rio. Nós moramos aqui bem perto do Morro dos Prazeres. Meu pai sendo um advogado, tendo aberto muitos sindicatos, né, estruturado. Ele estruturou o primeiro sindicato, ou melhor, a “Associação de Moradores do Morro dos Prazeres” .Meu irmão, que se chama Edgar Pires Ferreira, fazia sociologia na PUC-RJ [Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro] em torno dos anos 1960, não posso dizer precisamente. A água que eles usavam era buscada na minha casa.

P/1 – Que era onde Heloisa? Sua casa era onde?

R – Eu vou dizer ou lá em cima ou no Xororó. A minha casa ficava entre o Morro Dois Irmãos e o Xororó, na Rua Almirante Alexandrino, 1017. Atualmente é 1315. Eu não devia nem dizer o número, mas era 1017 na ocasião.E ali eles entravam dentro do terreno da minha casa pra pegar água. Minha mãe colocava uma bica dentro de casa pra eles irem com uma latinha, um por um, trazer água pra cá. Porque as pessoas não tinham como. Edgar, meu irmão conseguiu um dinheiro nem sei como. Ele que poderia explicar isso. Veio num domingo e, na marra, abriram uns balões. Ele pôs todo mundo pra trabalhar. O pessoal daqui pode dar esse depoimento. Eles construíram a caixa d'água, que foi uma coisa muito importante. De 1959 a 1985, fazíamos eu, junto com o Rogério Luz, Maria Lúcia Luz e o Doutor Marcini, o que vocês hoje fazem aqui. Fazíamos arte aos domingos, na Escola Municipal Julia...

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