Senhor Júlio teve uma infância simples no sítio em que viveu desde criança. Suas brincadeiras da época era caçar com estilingue, laçar os bois e montar em porcos.
Naquela época era difícil ir à escola, então Julio e seus irmãos estudaram em casa por um ano. Desde muito pequeno, ajudava os pais com o trabalho na roça. Gostava do que fazia e trabalhou no plantio até se aposentar.
Sobre a sua adolescência Julio contou que não sonhava alto, porém, hoje sente-se realizado com a vida que construiu. Casou-se com direito a festança, teve oito filhos e treze netos.
Julio adora contar histórias do passado, como uma sucuri que viu dentro de um rio, mas pensou que era um toco de árvore. Outra vez, viu um pedaço de tábua na beira de uma cerca e pensou que era um caixão. Por este motivo seu pai sempre lhe dizia que o medo é que faz as pessoas verem coisas que não existem.
Mas a mais surpreendente de suas histórias foi que numa noite bem escura ele voltava sozinho para casa montado em seu burrinho, quando percebeu que o animal andava muito devagar com o peso, e sentiu que havia mais alguém montado atrás dele. Seu Julio não teve coragem de olhar, mas acha que era o Saci-Pererê.
Hoje, Julio gosta de passear e participar de uma festa tradicional e religiosa chamada folia de reis, onde arrecadam alimentos e depois oferecem em um almoço para a comunidade.