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Por: , 17 de abril de 2014

Marlene quer ver as mulheres assumirem o rumo das próprias vidas

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Marlene quer ver as mulheres assumirem o rumo das próprias vidas

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Meu nome é Marlene Maciel Barbuio, nasci em Borda da Mata, Estado de Minas Gerais, no dia seis de novembro de 1952. Eu descreveria [meu pai] como um herói pra mim, uma pessoa que batalhou muito. Teve uma vida muito difícil, então tenho ele como um herói. Ele conduzia o gado, ia buscar em outras cidades. Enquanto ele ia buscar os gados, a minha mãe é que tomava conta de tudo. Somos em 20 irmãos, dez faleceram, alguns já com 12, 15 anos e dez sobreviveram. Então, desses dez que faleceram, eu conheci apenas dois, mas os outros dez, convivemos muito tempo. A gente trabalhava muito, ajudava muito a minha mãe. Ela deu muito pras mulheres, elas tomam iniciativa, se tiver que tomar uma decisão rápida, elas tomam... Eu gostava de tirar leite, não que ela exigia, é que a gente gostava mesmo, gostava de andar a cavalo, separava bezerro. Mas isso foi muito pouco tempo, porque com dez anos, eu já vim embora... Gosto até hoje, sou apaixonada pelas coisas da natureza. Subir em árvore, brincar de pique, andar descalça, nadar no rio, essas coisas, eu adorava.

Quando eu era criança, devia ter uns nove anos, fui andar a cavalo, e a minha irmã tinha muita vontade de andar, mas ela tinha medo, e o que a gente fazia? Ela tinha que subir em cima da arvore para montar no cavalo, só que ela tinha muito medo, então quando não conseguia, às vezes, ela jogava pedra, espantava o cavalo, que era pra gente correr, ela ficava com raiva. E numa dessas travessuras, o meu pai viu. Ele tava vindo pra casa, morava longe, e do fundo do sitio, ele viu a gente. Eu tinha saído pra dar água pro cavalo, só que primeiro, fui andar... Ele chegou junto comigo e eu me espantei, porque ele era muito bravo, e fui descer do cavalo, machucou o meu joelho. Dei água pro cavalo, fiquei quietinha, fui pôr remédio, pus sal, amarrei um pano e fui cortar com o tesourão dele, de cortar a crina de cavalo, fui cortar e cortei as pontas dos dedos, eu não esqueço...

A minha irmã mais...

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Plano Anual de Atividades 2013 – PRONAC 128.976 - Whirlpool

Depoimento de Marlene Maciel Barbuio

Entrevistada por Márcia Trezza

Rio Claro, 17 de abril de 2014

WHLP_HV011_Marlene Maciel Barbuio

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Marlene, fala o seu nome inteiro, por favor.

R – Marlene Maciel Barbuio.

P/1 – Onde você nasceu?

R – Borda da Mata, Estado de Minas Gerais.

P/1 – Quando?

R – Em 1952.

P/1 – Que dia e mês?

R – Seis de novembro de 1952.

P/1 – E seus pais, qual o nome deles?

R – Meu pai é José Maciel, com o apelido de Zé Moreno, e a minha mãe é Amélia Coutinho Maciel, também com o apelido de Melica.

P/1 – Eles são vivos?

R – O meu pai faleceu o ano passado, com 99 anos. Minha mãe está acamada, tá pra fazer 91 anos agora em maio.

P/1 – Que lembranças assim, se você pudesse descrever, agora, em poucas palavras, o seu pai, como é que você o descreveria?

R – Eu descreveria ele como um herói pra mim, uma pessoa que batalhou muito. Ele trabalhou muito com animais, teve uma vida muito difícil, então tenho ele como m herói.

P/1 – Que tipo de trabalho ele fazia com os animais?

R – Ele comprava boiada, saía pra buscar boiada, esse tipo de trabalho, assim, bem precário mesmo.

P/1 – Ele conduzia o gado?

R – Conduzia, ele conduzia o gado, ele ia buscar em outras cidades. Enquanto ele ia buscar os gados, a minha mãe ficava tomando conta dos filhos, que não eram poucos, e também matava os animais, pra gente sobreviver, que seria a nossa alimentação, né? Ela que tomava conta de tudo.

P/1 – Quantos irmãos vocês são?

R – Nós somos em 20 irmãos, dez faleceram, alguns já com 12, 15 anos e dez sobreviveram. Então, desses dez que faleceram, eu conheci apenas dois, mas os outros dez, a gente conviveu muito tempo. Eu só perdi uma irmã faz três anos. A gente teve uma infância, uma adolescência mesmo, depois adulto, uma vida muito boa entre eles.

P/1...

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