Dona Dalva Alves Vieira, descendente de nordestinos que migraram para o Acre no período da ascensão da borracha nasceu em 10 de Abril de 1941 na colocação São Luiz em Tarauacá onde passou boa parte da sua infância casou-se aos 12 anos de idade com o Seringueiro Francisco das Chagas Vieira, com quem teve 12 filhos, entre eles dois abortos e um filho que faleceu aos 2 meses de vida. Dalva levou uma infância humilde trabalhando ainda criança no roçado, onde ajudava sua mãe e irmãos na plantação e cultivo de arroz, feijão, mandioca e tabaco, com 8 anos de idade ela trabalhava cozinhando para os peões, (homens que trabalhavam nas terras de seu pai) eles também produziam farinha e derivados que utilizavam tanto para alimentação como para troca em outros tipos de produtos. O Maior mantenedor de Dona Dalva era seu pai pois sua mãe morreu quando ela ainda era criança, por complicações em um pós parto. Casou-se muito jovem por necessidade pois a vida no roçado era difícil e uma alternativa de se ver amparada era casando-se, aos 12 anos de idade Francisco das Chagas Vieira dono de Seringal a tomou em casamento, porem com essa não poderia se legitimar o casamento, a alternativa à época foi alterar sua certidão de nascimento para uma maior idade para dar legalidade ao casamento. Dalva se mudou antes mesmo de legalizarem o casamento, foi morar com o Sogro no seringal que pertencia a família de seu futuro esposo, seu sogro era dono de Barracão (local onde eram comercializados alimentos e produtos em troca de borracha prática denominada pelos seringueiros como escambo) onde abastecia toda região com as trocas de mercadorias, passaram-se alguns anos e o casal já tinha 9 filhos, quando o Sogro de Dona Dalva faleceu deixando algumas dividas feitas ao longo do tempo no seringal, logo os credores fizeram jus dos bens deixados para quitar as dívidas, então levaram as mercadorias, uma parte da criação de gado que havia, restando ainda alguns dos...
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Dona Dalva Alves Vieira, descendente de nordestinos que migraram para o Acre no período da ascensão da borracha nasceu em 10 de Abril de 1941 na colocação São Luiz em Tarauacá onde passou boa parte da sua infância casou-se aos 12 anos de idade com o Seringueiro Francisco das Chagas Vieira, com quem teve 12 filhos, entre eles dois abortos e um filho que faleceu aos 2 meses de vida. Dalva levou uma infância humilde trabalhando ainda criança no roçado, onde ajudava sua mãe e irmãos na plantação e cultivo de arroz, feijão, mandioca e tabaco, com 8 anos de idade ela trabalhava cozinhando para os peões, (homens que trabalhavam nas terras de seu pai) eles também produziam farinha e derivados que utilizavam tanto para alimentação como para troca em outros tipos de produtos. O Maior mantenedor de Dona Dalva era seu pai pois sua mãe morreu quando ela ainda era criança, por complicações em um pós parto. Casou-se muito jovem por necessidade pois a vida no roçado era difícil e uma alternativa de se ver amparada era casando-se, aos 12 anos de idade Francisco das Chagas Vieira dono de Seringal a tomou em casamento, porem com essa não poderia se legitimar o casamento, a alternativa à época foi alterar sua certidão de nascimento para uma maior idade para dar legalidade ao casamento. Dalva se mudou antes mesmo de legalizarem o casamento, foi morar com o Sogro no seringal que pertencia a família de seu futuro esposo, seu sogro era dono de Barracão (local onde eram comercializados alimentos e produtos em troca de borracha prática denominada pelos seringueiros como escambo) onde abastecia toda região com as trocas de mercadorias, passaram-se alguns anos e o casal já tinha 9 filhos, quando o Sogro de Dona Dalva faleceu deixando algumas dividas feitas ao longo do tempo no seringal, logo os credores fizeram jus dos bens deixados para quitar as dívidas, então levaram as mercadorias, uma parte da criação de gado que havia, restando ainda alguns dos animais, que foram vendidos para que coma economia fizessem a mudança para a cidade de Tarauacá, Dona Dalva e mais cinco famílias viajaram em um batelão (embarcação comum utilizada em Rios), onde quase sofreram um naufrágio, a única fonte de renda que as cinco famílias a qual Dona Dalva pertencia foi um batelão que ficou em posse de seu Cunhado que usava para transportar e vender alimentos atravessando o Rio e levando as mercadorias para as comunidades, na cidade seus modos devida mudaram, não tinham como plantar então passaram por muitas privações, moravam cinco famílias na mesma casa passando algumas vezes fome, apenas na época que o cunhado de Dona Dalva passava pela cidade com mercadorias é que tinham algum tipo de ajuda e dava para se alimentar melhor. Conforme o tempo passava a e os filhos cresciam começaram a trabalhar para ajudar no sustento da família, Antônio Alves vieira e Francisco Alves Vieira eram os filhos que mais contribuíam na renda familiar, com um tempo aos poucos eles migraram para rio branco onde Dona Dalva trabalhava em casa de família para criar os filhos juntamente com seu esposo que não tinha profissão pois era seringueiro, os filhos já estavam crescidos e Francisco Alves Vieira e João Alves Vieira se tornaram militares a essa altura Dalva já estava morando no bairro que até hoje reside, Tucumã pois seu filho mais velho foi contemplado em um sorteio da COAB. Alguns anos depois ela perde o esposo para um câncer de próstata, mas antes de morrer Francisco a deixou amparada com a sua aposentadoria que conquistou com muitos anos como seringueiro "Soldado da Borracha" Dalva hoje tem 81 anos e ainda nos dias de hoje mora com alguns filhos e netos no mesmo local. Dona Dalva é um exemplo de mulher que nunca se deixou abater pelos problemas que a vida lhe impôs, enfrentou todos os possíveis desafios que a vida lhe trouxe, batalhou como uma leoa para criar uma geração de filhos e ainda cuida de netos e bisnetos, sempre esteve com um sorriso no rosto mesmo diante de dificuldades que pareciam lhe submergir, sacrificou seu bem estar, suas vontades, e ate seus sonhos para dar continuidade a uma geração, ela é um exemplo de mulher Brasileira, esposa, mãe que sempre esteve presente. Dalva é mais uma Maria entre milhares.
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