Meu nome é Maria José de Oliveira, nasci em Rio Largo, Alagoas, no dia 18 de julho de 1937.
O meu ingresso na Petrobras ocorreu depois de um concurso que fiz para auxiliar de escritório, mas como tinha sido admitida no antigo IAPETEC - Instituto de Aposentadorias e Transportes de Cargas -, os meus documentos, carteira de identidade, foram para o Rio para fazer a minha inscrição, para pegar todos os dados. Eu tinha feito somente o concurso, as primeiras provas, mas não tinha levado a carteira de identidade. E o rapaz da portaria era esposo da minha professora de português do ginásio, então ele me deixou entrar sem os documentos. Mas se passasse na segunda prova, eu só continuaria se tivesse os documentos em mãos. Quando eu passei na segunda etapa, não pude continuar porque não tinha levado os documentos. Depois de uns dois anos, mandaram chamar todas as mulheres que perderam ou desistiram do primeiro concurso para auxiliar de escritório e eu fui incluída no meio. Passei em sétimo lugar e fui trabalhar como operadora de máquinas convencionais, que atualmente é a função de digitadora. Isso foi Maceió, onde trabalhei de 1967 até janeiro de 1970, quando foi mudada a sede da Petrobras para Aracaju. Todo mundo veio transferido, a maioria. Então, meu setor veio totalmente e ficou todo mundo aqui.
Eu vim trabalhar em Aracaju na mesma função. Veio, digamos assim, o setor todo. Só não veio quem não quis, somente duas não puderam vir. Eu trabalhei aqui de 1970 até 1985, na sede. Em 1985, fui transferida para o TeCarmo – Terminal de Carmopólis – porque eu era a mais antiga digitadora. Das três primeiras colocadas – um fato histórico –, uma foi demitida, outra foi transferida para Salvador e a outra foi para o setor de contabilidade. Eu fiquei aqui juntamente com uma só. As outras duas ficaram em Maceió. Foram cinco e só restaram duas. Depois, houve concurso e chegaram mais outras pessoas.
Hoje é tudo ótimo, mas, quando...
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Meu nome é Maria José de Oliveira, nasci em Rio Largo, Alagoas, no dia 18 de julho de 1937.
O meu ingresso na Petrobras ocorreu depois de um concurso que fiz para auxiliar de escritório, mas como tinha sido admitida no antigo IAPETEC - Instituto de Aposentadorias e Transportes de Cargas -, os meus documentos, carteira de identidade, foram para o Rio para fazer a minha inscrição, para pegar todos os dados. Eu tinha feito somente o concurso, as primeiras provas, mas não tinha levado a carteira de identidade. E o rapaz da portaria era esposo da minha professora de português do ginásio, então ele me deixou entrar sem os documentos. Mas se passasse na segunda prova, eu só continuaria se tivesse os documentos em mãos. Quando eu passei na segunda etapa, não pude continuar porque não tinha levado os documentos. Depois de uns dois anos, mandaram chamar todas as mulheres que perderam ou desistiram do primeiro concurso para auxiliar de escritório e eu fui incluída no meio. Passei em sétimo lugar e fui trabalhar como operadora de máquinas convencionais, que atualmente é a função de digitadora. Isso foi Maceió, onde trabalhei de 1967 até janeiro de 1970, quando foi mudada a sede da Petrobras para Aracaju. Todo mundo veio transferido, a maioria. Então, meu setor veio totalmente e ficou todo mundo aqui.
Eu vim trabalhar em Aracaju na mesma função. Veio, digamos assim, o setor todo. Só não veio quem não quis, somente duas não puderam vir. Eu trabalhei aqui de 1970 até 1985, na sede. Em 1985, fui transferida para o TeCarmo – Terminal de Carmopólis – porque eu era a mais antiga digitadora. Das três primeiras colocadas – um fato histórico –, uma foi demitida, outra foi transferida para Salvador e a outra foi para o setor de contabilidade. Eu fiquei aqui juntamente com uma só. As outras duas ficaram em Maceió. Foram cinco e só restaram duas. Depois, houve concurso e chegaram mais outras pessoas.
Hoje é tudo ótimo, mas, quando comecei, eu não sabia nem o que a gente ia fazer. Eu fiz o concurso e, quando fui chamada, passei três meses para aprender. Eram aquelas máquinas antigas, convencionais, que faziam - não sei se vocês lembram - a loteria, arrancavam aquele pedacinho. Trabalhei naquelas máquinas, com umas mesas duras, horrível. Eu sei que comecei a trabalhar em dezembro e aconteceu um lance. Porque as duas foram se casar em dezembro e eu ainda não sabia o serviço. Tive que começar a trabalhar, quer dizer, antes dos três meses, e já comecei a errar um bocado, fiz um bocado de besteira. Comecei fazendo um serviço de ficha da DISUP - Divisão de Suprimento –, de material, e na hora eu me atrapalhava. Isso deu um problema para as meninas conferir. Pronto, aí foi o primeiro desmantelo que aconteceu na minha vida.
Quase tudo foi marcante para mim na Petrobras. Alguns momentos trágicos e outros alegres, mas um bocado de coisa. Mas os trágicos eu deixo para trás, não leva ninguém pra frente. Alegre teve tantos, a gente sempre se confraternizava, isso era sempre muito importante. Quando cheguei aqui era o DIRPLAN – Divisão Regional de Planejamento –, eu pertencia à DIRPLAN. A turma toda veio de Maceió e eu fazia parte desse grupo. E todo fim de ano a gente se confraternizava, juntava tudinho e fazia amigo secreto. Essa turma ainda hoje continua fazendo assim, se encontrando. Neste ano já teve, porque houve a transferência de uma colega, Maria Valéria Calheiros, a esposa do Paulo Calheiros, que já foi chefe aqui do setor de pessoal. Eles voltaram para Maceió, então a gente antecipou a confraternização natalina e fez uma festa só de despedida e de confraternização. Foi no dia três, na casa da Inês Garcez, irmã do Garcez, que também foi digitadora.
Sou sindicalizada desde quando entrei na Empresa. Entrei em outubro e em novembro saiu a minha primeira contribuição. Eu me sindicalizei logo, porque o amigo que fez a minha admissão perguntou se eu tinha interesse em participar dos sindicatos que tinha. Porque a minha tia era operária e era assistida pelo sindicato lá da indústria.
Eu participei de muitas coisas do Sindicato. Um fato marcante foi quando eu fui transferida para o Terminal de Carmopólis e houve uma mudança de horário, todo mundo ficou chateado porque adiantou mais meia hora. Adiantou meia hora, em vez de sete horas, sete e meia. Todo mundo ficou revoltado. Como eu já era sindicalista: “É problema pro Sindicato resolver.” Fui para o Sindicato para ver o que eles poderiam fazer para a gente. Aí o Sindicato entrou em campo, fez um abaixo-assinado. O superintendente do TeCarmo gostava muito de mim, mas ficou chateado porque não esperava isso. Mas eu disse que não era só eu que estava pensando nisso, era o grupo todo, todo mundo que trabalhava lá. Era muita dificuldade para a gente sair do Terminal para ir ao médico e para fazer compra, porque ficava muito tarde, não encontrava mais. Mas, como era um tempo de Natal, eu disse: “Não” “Mas por isso não, porque em janeiro volta o horário normal.” Eu disse: “Volta o horário do comércio, mas a gente continua nesse.” Eu sei que houve várias opiniões, o superintendente procurou ouvir cada setor, cada um dava a sua opinião. E eu, assim, me senti vitoriosa, porque voltou o horário normal. O superintendente era o Doutor Renato Nogueira.
Eu me aposentei no dia primeiro de outubro de 1991. A aposentadoria mudou bastante a minha vida. Porque, embora eu esteja aparentando nervosismo, eu sou uma pessoa muito extrovertida, gosto muito de conversar, gosto muito de brincar, de passear, de tudo que é bom. Então eu fiquei como um peixe fora d’água em casa. Os meus filhos iam estudar, eu já era divorciada, fiquei voando dentro de casa, sozinha. Usei e abusei muito de telefone, gastei muito, porque eu me comunicava. Ouvia rádio, fazia parte da Rádio Nacional. Muita coisa boa aconteceu, conheço muita gente no Brasil inteiro. Ainda hoje recebo muitos cartões de boas festas, cartões de aniversário, sempre estão lembrando de mim. Isso também é um fato marcante na minha vida. Participação no Sindicato Eu comecei participar dos eventos, das assembléias, plenárias e congressos. Fiquei participando, sempre atualizando as coisas. Eu fui da Secretaria de Assuntos Estratégicos, porque atuava mais na área para deficientes, negros, depois eu saí, fiquei na área de aposentados. Eu já fui secretária também, coordenadora lá na outra direção. Desde 1992, eu sou do conselho fiscal, depois participei da direção.
O Sindicato é aquele órgão que sempre faz as reivindicações para melhorar a vida dos funcionários e empregados. Isso, às vezes, choca um pouco a Empresa, porque nem tudo são flores. A Empresa se sente chateada com a atuação do Sindicato, porque a gente sempre procura pedir de tudo, ao máximo, para ver se chega ao mínimo. Isso que o Sindicato procura fazer, o que estiver ao alcance, eles solicitam, reivindicam. Mas só entrega aquilo que a Petrobras também pode fazer, não é só o gosto do Sindicato dentro da Empresa. Isso é um conjunto, eles entram em acordo, chegam num mínimo possível ou no máximo.
Achei ótimo participar do projeto. Não sei se a minha contribuição é assim tão grande, porque eu estou muito nervosa. Eu pensei que era uma outra coisa, mais diferente. Chegar aqui e enfrentar essas câmeras todas, dá uma sensação de que eu sou artista. Se eu fosse falar, eu falava o dia todinho, porque tem muito assunto. Mas eu acho que já disse o suficiente. Eu quero somente dar um alô para todos os meus companheiros, os aposentados principalmente, que é com quem eu mais convivo. Muitas pessoas da ativa ainda são meus colegas. Eu fico emocionada. Isso foi um marco que aconteceu na minha vida, coisa boa. Eu achei que, nesse período que passei na Empresa, eu contribuí com o bom andamento da Empresa, ajudei o Brasil a crescer através da Petrobras. Eu me sinto como se fosse uma pequena formiguinha carregando aquela folhinha para ajudar a manutenção da Petrobras. Eu agradeço também a todos os companheiros, todos os petroleiros aposentados, da ativa, votos de muita felicidade, que sejam unidos, como sempre foram na minha turma. Que Deus abençoe a todos. E desejo um feliz e próspero ano novo para todo mundo.
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