Nome do Projeto: Memória Petrobras
Depoimento de Maria Edna Vieira
Entrevistado por Márcia de Paiva e Deise Arosa
Betim/MG
Betim, 25/8/2004
Realização Museu da Pessoa
Código do depoente PETRO_CB473
Transcrito por: Maria Luiza Pereira
P/1 – Boa tarde, Edna.
R – Boa Tarde
P/1 – Boa tarde.
P/1 – Eu vou pedir pra você começar essa entrevista dizendo seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Maria Edna Vieira, Betim, Minas Gerais, eu nasci em dezesseis de janeiro de 1959.
P/1 – Eu queria que você contasse pra gente, como se deu o seu ingresso na Petrobras, o que você fazia antes, quando você entrou.
R – Bom, a minha entrada na Petrobras foi assim... era um sonho de consumo que eu tinha. Quando eu vim do interior ainda, logo que eu me entendi por gente eu passava aqui pela Petrobras e sonhava em trabalhar na Petrobras. Então, eu trabalhei a minha inteira em função disso. Até que surgiu a oportunidade de um concurso. Então eu fiz o concurso, passei em primeiro lugar e ingressei em 1987. Daí prá cá foi outra luta de conseguir também, alcançar outros degraus aqui dentro. Aí, prestei concurso novamente e passei também em primeiro lugar. Entrei com cargo depois fiz pra programador, que é o cargo atual que eu estou.
P/1 – Vamos por partes. Você entrou primeiro em que área? Conta por onde você foi passando.
R – Tá. Eu entrei na área de informática como digitadora e o próximo concurso que eu fiz, foi para a mesma área, para programadora e é onde eu estou até hoje.
P/1 – Onde você está hoje.
P/1 – Você tem, assim, uma história desses anos todos que você gostaria de contar. Alguma coisa que você achou importante na história da Regap ou engraçada. Uma coisa que tenha te marcado.
R – O que me marcou na Petrobras, foi justamente essa empresa maravilhosa que a gente trabalha e que dá oportunidade pra todos, como deu pra mim. Então, tudo que eu fiz aqui dentro foi uma questão de...
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Nome do Projeto: Memória Petrobras
Depoimento de Maria Edna Vieira
Entrevistado por Márcia de Paiva e Deise Arosa
Betim/MG
Betim, 25/8/2004
Realização Museu da Pessoa
Código do depoente PETRO_CB473
Transcrito por: Maria Luiza Pereira
P/1 – Boa tarde, Edna.
R – Boa Tarde
P/1 – Boa tarde.
P/1 – Eu vou pedir pra você começar essa entrevista dizendo seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Maria Edna Vieira, Betim, Minas Gerais, eu nasci em dezesseis de janeiro de 1959.
P/1 – Eu queria que você contasse pra gente, como se deu o seu ingresso na Petrobras, o que você fazia antes, quando você entrou.
R – Bom, a minha entrada na Petrobras foi assim... era um sonho de consumo que eu tinha. Quando eu vim do interior ainda, logo que eu me entendi por gente eu passava aqui pela Petrobras e sonhava em trabalhar na Petrobras. Então, eu trabalhei a minha inteira em função disso. Até que surgiu a oportunidade de um concurso. Então eu fiz o concurso, passei em primeiro lugar e ingressei em 1987. Daí prá cá foi outra luta de conseguir também, alcançar outros degraus aqui dentro. Aí, prestei concurso novamente e passei também em primeiro lugar. Entrei com cargo depois fiz pra programador, que é o cargo atual que eu estou.
P/1 – Vamos por partes. Você entrou primeiro em que área? Conta por onde você foi passando.
R – Tá. Eu entrei na área de informática como digitadora e o próximo concurso que eu fiz, foi para a mesma área, para programadora e é onde eu estou até hoje.
P/1 – Onde você está hoje.
P/1 – Você tem, assim, uma história desses anos todos que você gostaria de contar. Alguma coisa que você achou importante na história da Regap ou engraçada. Uma coisa que tenha te marcado.
R – O que me marcou na Petrobras, foi justamente essa empresa maravilhosa que a gente trabalha e que dá oportunidade pra todos, como deu pra mim. Então, tudo que eu fiz aqui dentro foi uma questão de oportunidade. Estudei muito aqui, estudava com os próprios manuais dela pensando no próximo concurso que ia ter. Então, foi uma oportunidade que eu acho que poucas pessoas tem que eu tive, de tá aqui e prestar o concurso pra ela.
Agora, um caso engraçado, foi logo quando eu entrei, um mês que eu estava trabalhando, tinha muito teatro, tinha muitas festas né, na época inicial aqui e um monte de fio como tá aqui agora e pulou uma lagartixa na minha perna. E outra pessoa que trabalhava aqui, com o mesmo nome mais conhecida, todo mundo gritou o nome Edna e ela achou que era ela, que estava falando com ela. Então, quando nós saímos pra almoçar, ela me parou e falou: “Olha, você cuida do seu nome porque o meu, eu trabalho aqui a muito tempo, preservo o meu nome e você fez um maior escândalo aí por causa de uma barata.”, ela achou que era um barata. Aí, eu expliquei: “Não. Era uma lagartixa.” E isso, assim, marcou bastante sabe, porque isso se espalhou na refinaria inteira que a Edna era muito escandalosa e tal. Mas, não era a Edna que ele estavam pensando era eu. E essa menina ficou chateada um bom tempo comigo. Quando eu casei e tive filho, ela fez questão de fazer a festa do nascimento do meu filho em desculpa daquilo que ela fez comigo naquela época. Eu achei que marcou bastante, acho que as pessoas aqui são muito amigas, é como se fosse uma família mesmo. Na Regap né, não sei como é nos outros orgãos. Isso me marcou bastante.
P/1 – Você sentiu como uma responsabilidade o seu papel aqui dentro.
R – Sinto, como uma responsabilidade muito grande. Acho que cada pessoa aqui tem uma história, uma responsabilidade. Mas, a minha, eu acho ela muito importante porque eu mexo com a refinaria inteira, eu mexo com todas as pessoas. Cada pessoa aqui dentro me conhece, eu não conhece todas as pessoas porque falo por telefone.
P/1 – Conta um pouco disso, do seu trabalho.
R – Bom, eu, como trabalho na área de informática, uma das coisas que eu peguei assim, que mexeu com todo mundo, foi correio. Correio, e-mail, internet. Esse trabalho começou na minha mão, todas as pessoas passaram por mim pra receber e-mail, tinha histórias engraçadas. Por exemplo, eu ia dar curso de correio, de e-mail para o pessoal, principalmente as pessoas que trabalhavam no sindicato, que estavam envolvidas no sindicato achavam que era uma forma da gente pegar tudo que eles estavam fazendo, vigiando e tal e a minha missão era dar o curso e falar: “Não, é uma ferramenta de trabalho para facilitar a vida de todos nós aqui dentro. Com isso, eu acabei tendo envolvimento com todo mundo e ainda continuo, porque essa fase de correio, de e-mail hoje já é uma coisa comum pra todo mundo. Mas, em 1993 mais ou menos, era uma novidade dentro da refinaria. Então, eu saía pra ver quais os recursos que tinha de melhor pra implantar, fazia encontros de automação de escritório com toda Petrobras no país inteiro e eu tinha um conhecimento muito grande, um envolvimento muito grande com as pessoas dos outros órgãos também. A gente tem várias fotos dos outros orgãos, das pessoas que se encontravam. Depois, passou essa fase. Hoje eu tenho um outro trabalho que envolve todas pessoas da refinaria também, que é acesso de segurança. Todo mundo que passa pela refinaria, visitante, trabalhador de outra unidade, trabalhador terceirizado, todos passam por mim pra mim fazer a checagem se ele pode, se ele não tem nada que contra-indica ele vim. Então, eu faço uma vistoria para depois liberar o acesso dele e o pessoal construir o crachá e liberar o entrada deles. E, após isso, eu faço a vistoria dos acessos. Quando acessos que teve, qual a movimentação da pessoa aqui, com relação a hora extra. Toda essa movimentação eu gero informação que vai para a Diretoria, que vai para o nosso _____, que o é o ponto eletrônico, pra área de pagamento.
P/1- E é uma movimentação muito intensa?
R – É uma movimentação enorme.
P/1 – Como é que é? Dá uma noção pra gente.
R – Bom, nós temos todo acesso. Todo mundo que entra na refinaria e sai, em qualquer ponto que ele passa, ele registra. Tem uma porta, por exemplo, tem lugares que são restritos. Então, eu tenho uma porta lá com a matrícula do cara, ele pode ou não passar. Se ele passou, eu tenho o registro dele, gero o relatório com as informações pra gerência. Como toda movimentação aqui dentro é feito dessa forma. No final do dia eu falo que eu trabalho com 24 horas de atraso, porque hoje eu estou gerando a informação de ontem. Essa informação de ontem, ela vai para o nosso controle de ponto e que vai gerar o pagamento de todo mundo. Tem casos assim, por exemplo, o cara não registrou o ponto, esqueceu, veio falta pra ele. A primeira coisa que ele faz é ligar: “Eu tenho certeza que eu estava aqui e tal.” Eu falei: “Não registrou, dançou.” Não tem como. Aí você vai...
P/! – Não tem jeito?
R – Não tem jeito. Aí ele vai ter que ver como gerente dele, acreditar na situação dele. Normalmente tem como resolver, mas o ponto ele dá uma imagem exata da movimentação da pessoa. Porque, se ele almoçou, se ele foi numa casa de controle, se ele acessou alguma portaria, então é um rastreamento completo que eu faço.
P/1 – Uma Empresa assim, tão grande, como a Petrobras e como a Refinaria você tem um acesso a um número relativamente alto de pessoas. Isso costuma ser assim com outros funcionários ou é especificamente com o seu? O que você acha? Existe uma integração assim, por exemplo, daqui da própria Regap, com os funcionários, eles se conhecem?
R – Sim. Todo trabalho nosso envolve todos os órgãos. Acaba que todas as atividades acaba indo pra outro órgão, outro órgão vindo pra cá, então há uma interação muito grande dos funcionários da Petrobras. Isso eu falo porque aconteceu comigo e eu vejo com todos os colegas. A gente não fica restrito só no nosso mundinho Regap, a gente tem uma integração com outro órgaos. Acho que essa é a grande oportunidade que ela dá pra gente.
P/1 – Você viaja muito?
R – Eu já viajei mais. Hoje tá menos porque a tecnologia da qual eu faço parte ajuda muito isso: vídeo-conferência, tela-conferência, isso facilitou muito. Acaba que a gente só viaja mesmo para aquilo que é extremamente necessário. É uma tendência mundial da gente.
P/1 – Edna, destaca assim pra gente dentro desses 50 anos da história da Petrobras uma história ou algum ponto marcante da Empresa pra você. O que que você acha...
R – É, o próprio crescimento, a oportunidade que foi dado pra várias pessoas a nível mundial mesmo. Com relação a tecnologia dela de buscar petróleo, de refinar. Eu acho que é uma tecnologia que ela tem, que é só dela, é só nossa, do Brasil.
P/1 – Você é sócia do sindicato?
R – Sou.
P/1 – Exerceu alguma cargo nesse período?
R – Não, cargo não.
P/1 – Não?
R – Mas, eu sou militante participativa.
P/1 – Fala um pouco da sua participação. O que que você acha importante dessa atuação do Sindicato?
R – Bom, eu acho porque é importante que ele acompanhe toda a trajetória dos funcionários, a gente tem um apoio muito grande na parte deles. Qualquer coisa. Nós temos exemplos de funcionários que foram demitidos por qualquer razão e o sindicato estava ali apoiando, apoiando a família. Eu acho que é uma outra família que a gente tem que a gente pode contar com ela a qualquer momento.
P/1 – Mais você chega a ver, assim a família Sindicato e a família Petrobras? Como é que você entende essa relação Sindicato e Petrobras?
R – Em outros tempos, há mais tempo atrás, eu acho que era bem separado. Mas, hoje não, hoje a Petrobras ela faz questão de tá integrada com o Sindicato, trazer eles pra fazer reuniões. Então, hoje eu acho que tá uma relação bastante amigável.
P/1 – Tem alguma outra história que você se lembre, que você gostaira de contar, gostaria de deixar registrada?
R – Não. Acho que não.
P/2 – Eu queria que você falasse um pouquinho Edna, do que que você achou de participar dessa entrevista que faz parte da história da empresa, contando a história da Petrobras, do Projeto Memória Petrobras.
R – Eu achei uma participação importantíssima pra mim. Eu acho que na minha vida, assim, de Petrobras e como pessoa eu acho que é uma oportunidade única.
Acho que são poucas pessoas que tem oportunidade como eu tô tendo, mesmo estando trabalhando dentro da Petrobras. Porque as vezes não chegou a informação prá pessoa, ou a pessoa não pode, ou a pessoa tem vergonha, né? Então, eu acho que é uma oportunidade fantástica.
P/1 – Você soube como da entrevista, do projeto?
R – Na verdade eu fiquei sabendo através de memorando porque eu trabalho com isso. Eu vi lá mas, não dei muita importância. E, tá aqui agora foi uma questão de estar no momento certo, na hora certa, porque senão eu não ia participar. Eu estava trabalhando e fui chamada. Fui chamada até pelo Presidente do Sindicato, Leopoldino. Ele que chegou ali e falou assim: “Vamos lá, vamos lá! O pessoal está participando muito pouco, é um momento importante, é uma oportunidade única da gente estar ali contando umas histórias.” E me incentivou. Aí eu chegou e fui incentivada por vocês e ... não, não posso deixar passar essa oportunidade. E eu queria falar, você me perguntou e eu acabei esquecendo. Eu tive uma oportunidade fantástica na Petrobras, que foi participar no jubileu dela. Como na (ATI ?) somos poucas mulheres, como na Petrobras é poucas mulheres. Agora é que tá aumentando. Era 3% e, se eu não me engano, agora é 12% a participação feminina. E na época da escolha do jubileu, eu fui escolhida pra representar a nossa área. Eu achei isso fantástico. Ter a oportunidade de participar. Eu tive fotos espalhadas assim, tive no livro dela, tem uma historinha minha lá, tem umas fotos. É uma oportunidade mesmo.
P/1 – Já que você tocou nesse assunto, você alguma vez sentiu alguma diferença por ser mulher, trabalhando aqui?
R – Não, de jeito nenhum. Mesmo porque, eu sei me impor né? Então, eu nunca tive restrição nenhuma. Muito pelo contrário. Logo que eu comecei , que aí eu comecei a viajar, era homem, só tinha homem. O Pessoal: “Não, a gente tem que dar um força pra Edna, ela tá nesse cargo e ela não pode ficar nesse cargo. Tem que abrir um concurso pra área dela.” Porque, eu fui assim, um pouco tímida: “Pô, eu sou assim de um cargo tão inferior, participar com o pessoal, o pessoal vai ficar meio com o pé atrás, não vai deixar eu falar nada, eu não vou conseguir falar quase nada.” Aí, quando eu cheguei foi muito pelo contrário. Todo mundo me incentivou: “Não, você tem que participar. Eu acho que é um momento que a gente tem que correr atrás, pedir pra fazer concurso pra área de vocês.” Eu acho que eu sempre fui muito bem recebida.
P/1 – Edna, a gente queria agradecer a sua participação e enfim, terminar essa entrevista. Obrigada você.
R – Muito obrigada. Eu que agradeço vocês e agradeço a Petrobras por estar aqui.
P/1 – Obrigada, Edna.
P/2 – Obrigada, Edna.
(Fim da fita Mpet / CB Regap 004)
(ATI ?)
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