Nome do Projeto: Memória Petrobras
Depoimento de: Marcelo Fleming
Entrevistado por: Ana Lage
Local da gravação: Cubatão / SP
Data: 23/09/2004
Realização Museu da Pessoa
Entrevista nº: PETRO_CB667
Transcrito por Andréa de Paiva
P/1 – Bom dia, Senhor Marcelo! Eu gostaria, começando, que o Senhor dissesse para a gente qual o seu nome completo, local e data de seu nascimento.
R - Meu nome completo é Marcelo Gonçalo Fleming Costa. O local de nascimento, eu nasci em Curitiba, Paraná, em 10 de janeiro de 1956.
P/1 - Agora, conta para a gente, quando e como o Senhor entrou na Petrobras.
R - Eu trabalhava numa empresa em Santos e num dia da semana eu li o jornal e vi um edital de concurso, né, para auxiliar de segurança. E eu fui lá me inscrever, assim achando: “Puxa, eu vou concorrer com tanta gente, mas eu vou tentar”. Aí, eu fiz a inscrição, fiz o concurso, passei e fui chamado para fazer os testes, e hoje eu estou aqui.
P/1 - Quando foi isso?
R - Isso foi em maio de 1985.
P/1 - E, durante todo esse tempo que o Senhor está aqui, o Senhor lembra de alguma história que tenha marcado, que tenha alguma lembrança especial, uma história que o Senhor queira contar para a gente?
R - Eu tenho várias, né, que me marcaram muito. Dentre elas, um incêndio de grande porte que nós tivemos aqui, que foi no meu horário. Como eu trabalho na área de segurança, eu fui o primeiro a chegar até lá, no local do incêndio. E esse incêndio chamou muito a atenção pela proporção dele ser muito grande.
P/1 - Quando foi esse incêndio?
R - Foi em julho de 1989.
P/1 - E o que foi que aconteceu?
R - Nós chegamos lá, eu nunca tinha visto um fogo tão grande em todo o tempo que eu já tava aqui na refinaria. E a duração do incêndio também, foi mais de cinco horas de fogo. Isso aí me marcou muito aqui dentro.
P/1 - Foi grave?
R - Não teve vítimas. Foi só danos materiais. Mas foi um incêndio de...
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Nome do Projeto: Memória Petrobras
Depoimento de: Marcelo Fleming
Entrevistado por: Ana Lage
Local da gravação: Cubatão / SP
Data: 23/09/2004
Realização Museu da Pessoa
Entrevista nº: PETRO_CB667
Transcrito por Andréa de Paiva
P/1 – Bom dia, Senhor Marcelo! Eu gostaria, começando, que o Senhor dissesse para a gente qual o seu nome completo, local e data de seu nascimento.
R - Meu nome completo é Marcelo Gonçalo Fleming Costa. O local de nascimento, eu nasci em Curitiba, Paraná, em 10 de janeiro de 1956.
P/1 - Agora, conta para a gente, quando e como o Senhor entrou na Petrobras.
R - Eu trabalhava numa empresa em Santos e num dia da semana eu li o jornal e vi um edital de concurso, né, para auxiliar de segurança. E eu fui lá me inscrever, assim achando: “Puxa, eu vou concorrer com tanta gente, mas eu vou tentar”. Aí, eu fiz a inscrição, fiz o concurso, passei e fui chamado para fazer os testes, e hoje eu estou aqui.
P/1 - Quando foi isso?
R - Isso foi em maio de 1985.
P/1 - E, durante todo esse tempo que o Senhor está aqui, o Senhor lembra de alguma história que tenha marcado, que tenha alguma lembrança especial, uma história que o Senhor queira contar para a gente?
R - Eu tenho várias, né, que me marcaram muito. Dentre elas, um incêndio de grande porte que nós tivemos aqui, que foi no meu horário. Como eu trabalho na área de segurança, eu fui o primeiro a chegar até lá, no local do incêndio. E esse incêndio chamou muito a atenção pela proporção dele ser muito grande.
P/1 - Quando foi esse incêndio?
R - Foi em julho de 1989.
P/1 - E o que foi que aconteceu?
R - Nós chegamos lá, eu nunca tinha visto um fogo tão grande em todo o tempo que eu já tava aqui na refinaria. E a duração do incêndio também, foi mais de cinco horas de fogo. Isso aí me marcou muito aqui dentro.
P/1 - Foi grave?
R - Não teve vítimas. Foi só danos materiais. Mas foi um incêndio de grande proporção.
P/1 - Tem mais alguma outra história que o Senhor queira contar pra gente?
R - A outra que me marcou, no lado positivo, foi quando eu dava curso pras empreiteiras, integração. E eu falava muito sobre petróleo, gostava de falar. Aí depois disso aí eu falava sobre segurança dentro de uma refinaria. Isso aí me marcou muito também.
P/1 - Aqui nessa refinaria?
R - Aqui dentro da refinaria. Todo mundo aqui passa por uma integração, né? A gente explica aonde eles tão entrando, o risco que tem e como conviver com esse risco com segurança. Isso aí me marcou muito também.
P/1 - Não tem mais nenhuma história que o Senhor queira contar?
R - É, teve umas outras, mas foi tragédia, né? Quando nós perdemos colegas de serviço aqui, trabalhando.
P/1 - O Senhor quer contar?
R - Não sei...
P/1 - Se o Senhor quiser, fique à vontade.
R - Isso foi no rio. Uma vez nós fomos pegar um animal no rio e a nossa equipe envolvida, acabamos perdendo dois amigos, porque o barco foi engolido pela comporta, foi muito forte. E nós não conseguimos pegar eles e eles foram triturados pela comporta e morreram. Isso aí também me marcou muito aqui dentro.
P/1 - O Senhor é filiado ao Sindicato?
R - Não, não sou filiado ao Sindicato.
P/1 - Nunca foi?
R - Fui.
P/1 - E por que deixou de ser?
R - Eu deixei porque eu não concordei com certas coisas que o Sindicato tava fazendo. E agora tô prestes a voltar. Tá havendo umas certas mudanças, então eu vou voltar.
P/1 - E durante todo esse tempo tava sindicalizado, quais foram as maiores conquistas do Sindicato que o Senhor acha?
R - As conquistas foram todos os movimentos que a gente fazia, mas sempre tinha um resultado sempre positivo. Então são várias conquistas, né?
P/1 - Cita uma que o Senhor acha importante.
R - Ah! Foi num... Como a gente fala? Nós estamos agora no nosso dissídio. Aquelas brigas que a empresa mandava uma proposta, a gente se mobilizava e aí depois a gente conseguia sempre mais alguma coisa. Então isso aí que era a vitória. Essa pouquinha coisa que a gente conseguia sempre a mais.
P/1 - Mais nenhuma?
R - Não, assim que eu lembre, não. Foi um retorno também do pessoal, a mobilização do pessoal que foi demitido na greve de 1995. Achei bacana isso também. Tinha vários colegas aí.
P/1 - E agora, pra finalizar, Senhor Marcelo, conta pra gente o que o Senhor achou ter participado dessa entrevista e de ter contribuído pro Projeto? O que o Senhor acha?
R - Eu acho importante porque parece que, com o tempo, a gente vai sentindo a valorização que a Empresa tá dando pra gente. Eu achava que a gente era simples funcionários, esquecidos, a gente era um número aqui dentro. E quando a gente é lembrado, é chamado pra participar, a gente se sente importante. É isso que eu acho bacana.
P/1 - O Senhor gostou então?
R - Gostei. Claro.
P/1 - Então tá bom, Senhor Marcelo. Muito obrigada pela sua participação.
R - Tá ok. Obrigado.
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