IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Míriam Scavone Giron, tenho 46 anos. Nasci em São Paulo no dia 17 de novembro de 1962. Hoje eu trabalho no Instituto Avon, coordeno a comunicação no Instituto Avon, todas as campanhas, todas as ações do Instituto em termos de comunicação tem a minha coordenação e particularmente também estou coordenando a campanha “Fale sem Medo” que lancei esse ano. E a gente está entrando no segundo ano agora fora da campanha, então nós estamos com esses dois focos diretos. TRAJETÓRIA AVON Eu entrei na Avon prestando serviço em 2003 se não me engano. Prestando serviço quase como uma consultora. E hoje sou funcionária da Avon desde o ano passado. Eu acho que todas as pessoas da minha geração são muito parecidas, talvez essa história inicial com a Avon. Você se lembra sempre da penteadeira da mãe, um perfume, um vidro que te chama a atenção, especialmente eu que sou mulher, uma menina já vendo o batom, o perfume. Já vendo algumas coisas que elas sabem que vai fazer parte do futuro dela, aquela vontade de mexer naquele vidro. Eu me lembro de alguns vidros de perfume, de um batom. Eu me lembro de uma revendedora, quando eu era menina a revendedora era muito típica, era aquela que tocava campanhinha, era o “Avon Chama”, ela ia lá deixava o folheto e o folheto era um delírio e a gente olhava nossa Cada coisa, cada batom que existe. E depois era roubar o batom da mãe, passava estragava o batom. A minha relação inicial era de idealizar, alguma coisa muito longe de mim, de uma mulher que eu ia ser. E ao mesmo tempo vendo minha mãe usar aquilo. Eu me lembro que tinha um batom que era dourado por fora e eu tinha uma loucura por aquele batom e estava escrito “Avon” nele e enfim era um sonho de um dia eu ter aquelas coisas na minha penteadeira. O tempo foi passando, eu acabei até me distanciando da Avon num certo ponto, a gente vai indo, usando várias marcas e várias...
Continuar leituraIDENTIFICAÇÃO Meu nome é Míriam Scavone Giron, tenho 46 anos. Nasci em São Paulo no dia 17 de novembro de 1962. Hoje eu trabalho no Instituto Avon, coordeno a comunicação no Instituto Avon, todas as campanhas, todas as ações do Instituto em termos de comunicação tem a minha coordenação e particularmente também estou coordenando a campanha “Fale sem Medo” que lancei esse ano. E a gente está entrando no segundo ano agora fora da campanha, então nós estamos com esses dois focos diretos. TRAJETÓRIA AVON Eu entrei na Avon prestando serviço em 2003 se não me engano. Prestando serviço quase como uma consultora. E hoje sou funcionária da Avon desde o ano passado. Eu acho que todas as pessoas da minha geração são muito parecidas, talvez essa história inicial com a Avon. Você se lembra sempre da penteadeira da mãe, um perfume, um vidro que te chama a atenção, especialmente eu que sou mulher, uma menina já vendo o batom, o perfume. Já vendo algumas coisas que elas sabem que vai fazer parte do futuro dela, aquela vontade de mexer naquele vidro. Eu me lembro de alguns vidros de perfume, de um batom. Eu me lembro de uma revendedora, quando eu era menina a revendedora era muito típica, era aquela que tocava campanhinha, era o “Avon Chama”, ela ia lá deixava o folheto e o folheto era um delírio e a gente olhava nossa Cada coisa, cada batom que existe. E depois era roubar o batom da mãe, passava estragava o batom. A minha relação inicial era de idealizar, alguma coisa muito longe de mim, de uma mulher que eu ia ser. E ao mesmo tempo vendo minha mãe usar aquilo. Eu me lembro que tinha um batom que era dourado por fora e eu tinha uma loucura por aquele batom e estava escrito “Avon” nele e enfim era um sonho de um dia eu ter aquelas coisas na minha penteadeira. O tempo foi passando, eu acabei até me distanciando da Avon num certo ponto, a gente vai indo, usando várias marcas e várias coisas na vida, mas a Avon sempre permeando. Acho que não tem ninguém no Brasil que não tenha a Avon permeando todas as décadas, todas as passagens, você vendo um produto que se desenvolve, sempre via folhetos. E hoje a minha relação é totalmente diferente. Eu acabei me tornando jornalista e eu não era realmente uma pessoa muito vaidosa, eu tinha um batom lá que eu usava, mas acabei trabalhando com revista feminina, sou jornalista e trabalhava na Editora Abril e ao trabalhar com a revista feminina voltou muito forte essa relação com a Avon. Eu lembro que lá na Abril nós fazíamos a Casa da Beleza que era um encontro e sempre um stand da Avon e a gente sabia que os melhores batons estavam lá e mais baratos. A gente já combinava, vai adquirir o batom da Avon, porque o custo benefício é excelente e o batom é maravilhoso. E eu fiquei com aquela idéia de Avon, batom Avon era o que mais a gente imaginava. Mas o meu relacionamento com a Avon foi crescendo, porque deixou de ser só o produto e passou a ser até um relacionamento de idéias como jornalista de uma revista feminina, eu tinha que conversar muito com a Avon. Qualquer matéria que falava de mulher de uma forma mais abrangente a gente tinha que falar com a Avon. E eu fui conhecendo o outro lado da Avon, que era esse lado institucional de reconhecer quem é a pessoa que mexe com a comunicação aqui, eu cheguei a entrevistar a Eneida Bini que foi a presidente da Avon, participei de alguns eventos. Eu comecei a ver como é que a Avon, ela era muito mais do que aquele batom, tinha uma ação social, tinha uma preocupação com a mulher muito grande, era referência em termos de mulher. Falava de trabalho de mulher, de berçário, era Avon, então a Avon passou a se tornar uma empresa onde eu gostaria de trabalhar, mas era um sonho longínquo, porque afinal de contas eu era jornalista e o que eu poderia fazer na Avon como jornalista? Então era uma empresa que eu tinha muita admiração, admiração pelo batom em primeiro lugar e admiração por toda essa forma de ser da empresa. Meu relacionamento com a Avon foi crescendo, foi crescendo, eu passei a escrever cada vez mais sobre mulher, eu passei a falar cada vez mais sobre temas muito abrangentes em relação à mulher, a falar sobre o câncer de mama, a falar sobre questões como a violência doméstica, a fazer muitas matérias relacionadas a temas que interessam a população feminina de uma maneira mais forte. E isso me colocava cada vez mais próxima da Avon e foi ficando, foi ficando até que eu saí da Editora Abril onde eu trabalhava e não sabia muito bem o que eu ia fazer, se ia continuar em redação, se ia prestar consultoria, se ia ficar com esse foco e por uma graça do destino eu acabei voltando a me relacionar com a Avon. E ao conversar com as pessoas aqui, eu vi como é que eu poderia contribuir com o meu conhecimento sobre a mulher, com meu conhecimento sobre essas causas como é que eu poderia contribuir. E acredito que eu tenha desde então contribuído, fiquei alguns anos como consultora nos veículos internos, na comunicação de vendas no Instituto que eu entrei aqui no Instituto e acabei me tornando funcionária no Instituto e justamente com o meu know how em termos dessas causas todas e em termos do universo feminino e a Avon acabou enxergando a forma como eu poderia contribuir. E a Avon também contribuiu também porque tenho aprendido nesses anos, o que eu não aprendi em muitos anos de redação. Porque esse relacionamento com a mulher tão próximo, entender o que é uma revendedora, entender as necessidades da mulher na ponta foi um aprendizado que eu não tenho como descrever aqui. Hoje eu costumo dizer o seguinte: que antes eu falava sobre a violência doméstica, por exemplo, em matérias hoje eu atuo para que isso diminua no Brasil. Eu atuo, eu tenho todo o apoio da empresa, eu tenho todo apoio dos funcionários, das revendedoras e a gente atua, a gente faz alguma coisa. E é uma empresa privada, é uma coisa incrível. Não é uma ONG, é uma empresa privada que está fazendo isso. Eu fico muito gratificada, para mim fechou o ciclo sobre a Avon. Porque ela não é só batom, ela não é só aquela beleza que eu via quando eu era menina, ela tem um conteúdo e eu posso contribuir como cidadã para que esse conteúdo se fortaleça. O PRIMEIRO DIA DE TRABALHO Eu lembro a primeira vez que eu vim à Avon, eu vim entrevistar a Eneida Bini que era presidente e foi emocionante. Eu nem conhecia a fábrica nada, eu conhecia até a concorrente, já conhecia e era bem impressionante a outra fábrica e quando eu cheguei na Avon, eu senti na Avon menos glamour, ela não era glamurosa naquela época, mas eu senti uma coisa humana que eu não sentia em outros lugares que eu tinha entrevistado e isso fez toda a diferença. Eu lembro que eu falei com a Cida Medeiros, com algumas pessoas que já trabalhavam aqui e eu percebia que era gente e isso ficou muito claro e ao falar com a presidente eu percebi a mesma coisa. Então isso foi muito forte para mim e mexeu muito comigo, eu falei: “Nossa Bacana essa empresa.” Mas ela não tinha o glamour que eu esperava, eu esperava um glamour que realmente não teve. E eu voltei com aquela imagem de uma Avon mais dura em termos de estrutura, em termos do que ela exibia de imagem, mas dentro uma coisa muito humana, pessoas trabalhando e eu sou uma pessoa que veio de origem classe média baixa, eu convivi com todos os tipos de pessoas, nasci na Zona Leste e sempre vivi lá e para mim esse mundo do glamour das redações, sempre desconfiei muito dele, sabia que existiam pessoas de vários tipos no Brasil que não era só aquela coisa de lá. E na Avon eu senti isso que aqui tinha gente de várias partes da cidade, gente mais pobre, gente mais rica, gente branca, preta, amarela e de todas as cores, mulheres, homens, eu senti esse gosto pela diversidade que realmente não tinha na redação, porque era um foco realmente mais glamuroso. Isso quando eu conheci a Avon, eu passei a respeitá-la muito depois disso e agora quando eu vim trabalhar, eu confesso que levei um pouco de susto, porque a Avon é um universo dela. Ela tem a linguagem dela, o jeito de agir dela e você num primeiro momento fala: “Gente, eu não vou entender isso aqui nunca. Eu não vou entender o que eles falam, eu não vou entender esses códigos.” É muito código. Eu tive aquele susto inicial. Eu voltei um pouquinho: “Será que vai dar? Mesmo com tudo que eu sei, eu sei que lá eles têm o jeito deles.” Mas é pura impressão, eu percebi um dia que poderia perguntar o que significavam aquelas coisas e ao conhecer eu comecei a ver outra coisa que eu tinha muito que aprender aqui dentro. A Avon é muito longe da minha casa, eu moro na Lapa e a Avon fica aqui em Interlagos, isso também era outro contraste. Então eu tinha que aparar algumas coisas para me sentir bem na Avon, apesar de toda a admiração, a questão da distância e a questão dos códigos, mas foi tranqüilo os dois. Hoje eu aprendi até a estudar no carro quando eu venho, fazer o curso de inglês numa boa, não tem nenhum problema e os códigos eu adorei, porque eu passei a entender outra área e eu sou uma pessoa que gosta muito de estudar, eu gosto muito de conhecer, se eu chegasse na Avon e já soubesse tudo provavelmente ia cansar da Avon. E ao não saber isso foi um desafio, eu vi que: “Puxa, eu tenho uma área toda que eu preciso ainda dominar.” E foi excelente, foi muito bom. DIA-A-DIA NO TRABALHO Eu costumo dizer que o Instituto Avon é o resumo de tudo que se faz aqui dentro. Porque o Instituto Avon tem uma causa, um foco, ele trabalha como uma ONG. Aliás, é uma ONG, porque é uma OSCIP [Organização da Sociedade Civil de Interesse Público] tem uma causa, tem que trabalhar por ela e tem que fazer tudo que é possível por essas causas para que realmente transformem o cenário aí fora. Ao mesmo tempo a gente tem toda uma responsabilidade de fazer com que esse trabalho seja conhecido, seja respeitado, inspire outros trabalhos, envolva a comunidade da Avon. Eu tenho que cuidar de todas as comunicações, planejar a comunicação para que as pessoas realmente se envolvam, para que aconteçam todos esses objetivos. Então ela tem um pé na causa e um pé no institucional. A gente fica entre as duas coisas, eu produzo todas as peças de comunicação do Instituto, todas as peças voltadas para a disseminação de informação. Ao mesmo tempo a gente tem todo um trabalho para levar essa comunicação para as revendedoras e isso passa por toda a cadeia de venda que vai do gerente regional até a revendedora na ponta, passando por gerentes de vendas, passando por gerente de setor. Tem toda essa comunicação em cascata. Os funcionários têm que receber informação, a sociedade precisa receber informação, a gente trabalha também toda a assessoria de imprensa voltada para isso. E todo o envolvimento, desde um evento como o Dia do Beijo pela Vida, você tem desde o folhetim para ser distribuído até a mídia que vai sair sobre isso. Eu coordeno tudo isso, a campanha Fale sem Medo também é a mesma coisa, na campanha Fale sem Medo chega a ser mais forte, porque a gente desenvolve o próprio produto. A gente vendeu a Pulseira da Atitude que foi uma pulseira que arrecadou dinheiro para a causa da violência contra a mulher, a violência doméstica. E esse produto foi desenvolvido aqui, sobre a nossa coordenação, mas toda a Avon trabalhando, mas o Instituto que coordena, é um trabalho forte. É um trabalho de muita responsabilidade. DESAFIOS A gente tem sempre o grande desafio de fazer chegar todas essas mensagens à revendedora e ao consumidor, isso é um grande desafio. Por mais que a gente faça, sempre falta alguma coisa e sempre pode fazer mais. Eu acho bacana quando eu penso que aí fora tem mais de um milhão de revendedoras, eu penso: “Eu nunca escrevi para uma revista com esse número de leitores.” A gente tinha um milhão na Veja até, porque eu trabalhei na Veja também, mas eu me lembro que chegou um milhão há pouco tempo e é um público de certa faixa. Aqui a gente tem um milhão de revendedoras de todas as faixas, de todos os perfis, é um grande desafio de comunicação, como é que você faz uma comunicação que todo mundo consiga ler, entender e ser impactada por ela. Com pessoas tão diferentes, esse é um grande desafio. Outro grande desafio que a gente tem são as causas. A gente precisa realmente colaborar, contribuir para que esse cenário mude, as mulheres de hoje são as nossas grandes causas no Instituto. Para que as mulheres não morram tanto por câncer de mama como morriam, para diminuir esse índice e para que a violência doméstica contra a mulher realmente seja dizimada, acabe. Precisa impactar a sociedade, porque também se a gente ficar falando, fizer folder e não acontecer nada, também não está adiantando, então nós temos essas duas grandes metas. E tem um grande desafio também que é fazer as revendedoras, os funcionários e todo esse organismo Avon compreender como a nossa ação é importante tanto para a sociedade quanto para o próprio negócio. Como é que é importante uma empresa hoje estar envolvida em causas como essa e fazer um trabalho bem feito e responsável, eficiente para que a própria sociedade consumidora veja essa empresa com outros olhos. Eu acho que a Avon mudou muito, eu comentei com você aquela questão do glamour, hoje a Avon tem aquele glamour que eu lembro que eu imaginava que ela tinha quando eu era menina e que com o decorrer do tempo eu achei que ela não tinha tanto glamour, que ela era boa, mas ela era para pessoas que não ligavam tanto para glamour. Hoje ela tem glamour e o glamour eu quero dizer, hoje a pessoa que usa um batom Avon, que usa um perfume Avon, ela usa com aquele orgulho de estar usando uma coisa boa e de ser uma pessoa também que está marcando presença com aquele produto. Porque a Avon se preocupou em mostrar isso pra ela, fazer ela perceber isso. Hoje essa mulher sabe o que é ter tecnologia, sabe que a gente busca os grandes nomes para produzir perfume, que cada batom é pensado para tratamento, o que há de avanço. Ela não tem mais aquela imagem de um produto que só cumpre uma tarefa na bolsa. É um produto que ela tem orgulho de usar e ao mesmo tempo você tem uma empresa socialmente responsável, e isso a gente sabe que faz toda a diferença. Um desafio que eu tenho é que todas as pessoas que trabalham na Avon entendam isso e usem isso para o bem, tenham orgulho e façam disso uma meta também dentro da sua atuação na Avon. TRABALHAR NA AVON Como mulher é o máximo, as pessoas até perguntam: “Por que gostam tanto de trabalhar na Avon?” Tem benefícios, tem um monte de coisas bacanas, mas tem uma coisa que mexe com a gente que é mulher. Primeiro porque você sabe que é uma empresa que respeita muito mais, não estou dizendo que é mais do que todas, mas que não está na vala comum do relacionamento com a mulher como profissional. Ao se relacionar com a mulher, ao entender melhor as fases da mulher, ao entender que a mulher é uma pessoa que é diferente do homem, ela gera vida, ela precisa cuidar dessa vida, tem toda uma função na sociedade que muitas empresas não compreendem. Você sabe que está numa empresa onde a compreensão sobre ser mulher é diferente de outras empresas. Podem existir outras empresas que também têm esse tipo de postura? Podem sim, mas só que aqui a gente tem certeza, porque a gente sabe que o foco primeiro aqui é a mulher, porque os produtos a maioria são voltados para mulher. O negócio é feito principalmente por mulher, por mais que tenham revendedores homens hoje, a imensa maioria são mulheres. Você sabe que esse jeito de ser da mulher, vai estar impregnado aqui, não tem jeito. Uma pessoa ou outra pode não entender, mas a empresa vai entender. Isso é uma coisa que vem desde lá da sede, você vê toda essa compreensão da mulher e eu posso dizer isso de carteirinha, porque como eu te disse eu sou jornalista, trabalho intimamente com esse assunto mulher e você vê as nuances de uma empresa que só fala isso e daqui realmente é, a Avon realmente tem uma postura diferente em relação ao ser mulher e a forma como essa mulher pensa. A mulher é um ser diferente do homem, nem melhor e nem pior, apenas diferente. A gente pensa diferente, a gente age com a vida de uma forma diferente e você percebe que a Avon lida muito bem com isso, ela é uma mulher também a Avon. Ela pensa como mulher, pensa na beleza, pensa no bem de todos, pensa numa coisa construída de uma forma solidária com todo mundo junto, tem um jeito de pensar feminino. E isso é muito bom, por mais que você entre numa empresa como mulher, se aquela empresa pensa de um jeito masculino, mas querendo dizer do jeito mais tradicional, você não consegue se posicionar. E aqui na Avon você consegue, existem mil opiniões, cada pessoa pensa de um jeito, isso é normal, mas você vê que no fundo tem isso. E fora que a gente está falando de batom, está falando de beleza, está falando de coisas que para nós são tão caras, mexem tanto com a nossa autoestima. É uma delícia. Está falando de câncer de mama que mexe tanto com a mulher, de violência doméstica, eu fico até arrepiada, porque eu sei o quanto isso é caro para uma mulher, quando eu falo: “Vamos levar informações sobre violência doméstica.” Eu penso em várias mulheres que estão recebendo isso e que vão ter a vida transformada por causa disso. Como homem deve ser muito bom trabalhar aqui, mas como mulher é simplesmente o máximo. PROJETO MEMÓRIA AVON É um projeto que me emociona. Eu conheci o Museu da Pessoa há muitos anos como jornalista, fiz inclusive uma reportagem com personagens de São Paulo e fui buscar histórias humanas e lá encontrei a história de um motorneiro que dirigia bonde, de um homem que era artista na década de 50 em São Paulo. Eu já tinha uma grande admiração pelo Museu da Pessoa e eu sabia o que era e aí vem a Avon e decide contar sua história nessa perspectiva do Museu da Pessoa é inacreditável. Eu achei incrível, é mais um ponto que a Avon faz na minha cabeça. Muita gente na Avon talvez não entenda como isso é forte, a gente decidir contar história pelas pessoas. E não colocando só datas: “Ah, em mil e tanto fizemos isso, fizemos aquilo.” Só linha do tempo, mas as pessoas contarem a sua história, isso é um jeito moderno, isso é um jeito diferente, isso é a ponta da história, de tudo que se pensa de história é contar justamente a história daqueles que estão sempre nos bastidores. E que às vezes podem contar muito mais história do que aqueles que estão até na frente, eu acho que é incrível, eu acho que a Avon está de parabéns por ter feito isso, essa parceria. Eu acho que isso já posiciona, deixa claro esse relacionamento com as pessoas que a Avon tem. Não é balela, não é só para inglês ver, realmente aqui as pessoas são importantes, eu estar falando aqui hoje significa que eu sou alguém, que a minha história importa, saber quem eu sou e o que eu estou fazendo importa. E eu acho que todo mundo sentiu isso. Tudo que foi feito nesses 50 anos baseado nesse trabalho, inclusive a própria festa de final de ano agora que vieram as pessoas que fizeram a história da Avon e eu acho que o nosso presidente o Luís Felipe tem um grande mérito. A gente tem que parabenizá-lo por isso, ele resgatou as pessoas que fizeram essa história. Eu me lembro que ouvi um comentário esse domingo quando teve a festa de uma pessoa, de um ex-funcionário que subiu lá e falou: “Olha eu trabalhei durante 35 anos na Avon, fiquei 12 anos fora e agora eu volto aqui e sou parte. Eu não tenho como descrever isso, eu continuo sendo parte.” Essas pessoas sentiram: “Não, eu não fui dessa empresa e só tive nessa empresa até o momento em que eu pude oferecer a ela o meu trabalho, eu faço parte dessa história.” Eu hoje estou na Avon e o dia que eu sair da Avon, eu vou ter certeza de que eu fiz parte dessa história, está registrado e isso é maravilhoso, porque isso muda a nossa idéia de relacionamento com a empresa. Muda essa idéia do capitalismo selvagem, onde a empresa é só alguém que vai tirar o seu sangue e que depois você não é nada. Eu acho que a Avon mostrou que não é isso, a empresa faz parte da sua história, você faz parte da história da empresa e depois pode ir cada um para um lado sem problemas, mas aquele vínculo, aquele relacionamento, aquela história que vocês construíram, vai ficar para sempre, como quando você casa e separa e teve um filho com alguém, aquele vínculo não vai acabar nunca. É gratificante a gente ver isso.
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