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Por: Raquel Sabá Pires Barbosa, 11 de julho de 2019

Lutar é resistir

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Lutar é resistir

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Meu nome guarani é Ara Mirim, mas não sou do povo Guarani, eu sou Xukuru-Kariri. Eu nasci em São Paulo, mas minha mãe é lá do nordeste, do povo XuKuru-Kariri. Ela nasceu em 1939, e veio para cá muito pequena, chegou com cinco anos de idade. Minha mãe foi expulsa das terras de onde vivia, do povo Xukuru, havia muita briga com os grileiros, os famosos “donos de terra”, não é? Que não são donos de nada... O meu avô, pai dela, foi assassinado por um desses grileiros, então eles tiveram que partir, vir embora para cá, praticamente expulsos da terra. E desde então, ela viveu aqui em São Paulo, e eu nasci aqui, e conforme foi passando os anos, ouvindo as histórias de minha avó, ouvindo ela contar para as amigas o que ela tinha passado por lá, de que povo ela era, eu fui me descobrindo, quem eu era e que eu pertencia a um povo. Convivi com a minha avó até os 11 anos de idade. Ela fazia farinha de mandioca, fazia fubá... Eu cresci com muita mandioca, batata-doce, frutas, muito peixe - que ela gostava muito. Eu me recordo bastante dela fazendo uma bebida com a mandioca, com milho também; eu comia muito mingau... Como ela tinha plantação de milho, ela usava bastante esse recurso. Eu cresci assim, com esse tipo de alimentação, que não é diferente do povo Guarani e nem de outras populações indígenas... Hoje, os alimentos variam muito de um povo para o outro, mas a maioria se alimenta dessas mesmas coisas, o milho, a batata doce, mandioca, as frutas que crescem na mata, banana, muita laranja. Quando eu ficava doente, ela usava um remédio tradicional, do mato mesmo, e eu vivi sempre assim. Ela usava panela de barro que ela mesma fabricava. Eu mesma, conheci carne só depois, quase adulta. Eu nunca deixei de saber quem eu era, meu modo de vida nunca se perdeu. Mas foi com o povo Guarani que eu me reencontrei. Hoje, eu tenho um nome de batismo, Ara, e sou muito considerada pelo povo Guarani, para onde eu for, o povo Guarani...

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