P/1 _ Boa tarde. Para começar eu queria que você dizesse o seu nome completo, data e local de nascimento. R _ Luiz Cleber Alves Moreira. Nasci em onze de abril de 1958 no Rio de Janeiro, bairro de Madureira. P/1 - Sempre viveu nesse bairro? R _ Eu cresci nesse bairro, Madureira até os meus vinte e dois anos. P/1 _ E com quem você vivia na sua infância? Seus pais. Avôs. R _ Com meus pais. P/1 _ Como é o nome do seu pai? R _ Alvino Alves Moreira. P/1 _ E o nome da sua mãe? R _ Floripes Lopes da Costa. P/1 _ Que atividade eles desenvolviam? O que eles faziam? R _ Meus pais? Feirantes. Minha mãe trabalhava na feira e o meu pai também. Depois o meu pai saiu e foi trabalhar como motorista de taxi. E mamãe continuou na feira. E trabalhava também como cabeleireira e manicure. P/1 _ Você de criança sempre teve contato com essa vida de feira? R _ Sempre. Minhas férias eram na feira. Sábado e domingo feira também. Para ajudar. Nós trabalhávamos com lousas. Panelas. Alumínios. Eu não tinha férias. Era sempre feira, feira, feira. Hoje até a gente evita falar em feira. P/1 _ Como era o dia a dia na feira? R _ Um agito total. Porque tinha que acordar às quatro da manhã e sair com bolsas e tudo. E chegar lá e desmontar aquilo tudo. Pecinha por pecinha. E eu como garoto trabalhava com uns bichos de vidro que tinha. Muito bonitos. Compridos e com a parte de canecas, xícaras, copos. Aquelas coisas mais leves. Então tinha que desembrulhar tudo. Papel de maçã e expor. Então quando terminava a feira guardar tudo aquilo. Embalar pecinha por peça. Mas era legal. Era bom. P/1 _ Que lembranças que você tem da sua casa de infância? Como ela era? R _ A lembrança que eu tenho é boa. É uma casa para os padrões da gente era legal. Era alugada. Então a gente nunca podia ficar só na mesma casa. Às vezes mudava e nós só paramos de pagar aluguel quando eu já estava trabalhando. Foi a minha primeira indenização. Que...
Continuar leituraP/1 _ Boa tarde. Para começar eu queria que você dizesse o seu nome completo, data e local de nascimento. R _ Luiz Cleber Alves Moreira. Nasci em onze de abril de 1958 no Rio de Janeiro, bairro de Madureira. P/1 - Sempre viveu nesse bairro? R _ Eu cresci nesse bairro, Madureira até os meus vinte e dois anos. P/1 _ E com quem você vivia na sua infância? Seus pais. Avôs. R _ Com meus pais. P/1 _ Como é o nome do seu pai? R _ Alvino Alves Moreira. P/1 _ E o nome da sua mãe? R _ Floripes Lopes da Costa. P/1 _ Que atividade eles desenvolviam? O que eles faziam? R _ Meus pais? Feirantes. Minha mãe trabalhava na feira e o meu pai também. Depois o meu pai saiu e foi trabalhar como motorista de taxi. E mamãe continuou na feira. E trabalhava também como cabeleireira e manicure. P/1 _ Você de criança sempre teve contato com essa vida de feira? R _ Sempre. Minhas férias eram na feira. Sábado e domingo feira também. Para ajudar. Nós trabalhávamos com lousas. Panelas. Alumínios. Eu não tinha férias. Era sempre feira, feira, feira. Hoje até a gente evita falar em feira. P/1 _ Como era o dia a dia na feira? R _ Um agito total. Porque tinha que acordar às quatro da manhã e sair com bolsas e tudo. E chegar lá e desmontar aquilo tudo. Pecinha por pecinha. E eu como garoto trabalhava com uns bichos de vidro que tinha. Muito bonitos. Compridos e com a parte de canecas, xícaras, copos. Aquelas coisas mais leves. Então tinha que desembrulhar tudo. Papel de maçã e expor. Então quando terminava a feira guardar tudo aquilo. Embalar pecinha por peça. Mas era legal. Era bom. P/1 _ Que lembranças que você tem da sua casa de infância? Como ela era? R _ A lembrança que eu tenho é boa. É uma casa para os padrões da gente era legal. Era alugada. Então a gente nunca podia ficar só na mesma casa. Às vezes mudava e nós só paramos de pagar aluguel quando eu já estava trabalhando. Foi a minha primeira indenização. Que eu ia para o exercito. Aí me dispensaram. Eu já tinha dois anos, quase três numa firma como office boy. Depois eu passei para auxiliar de escritório. O que eles fizeram. Tive a indenização. Aí os meus pais. Meu pai também tinha ajuntado uma pequena importância. Aí nós conseguimos adquirir uma casa. Aí foi onde nós fomos para uma casa própria. P/1 _ Isso sempre em Madureira? R _ Em Madureira. P/1 _ Como era o bairro de Madureira. Que lembranças que você tem? R _ Nós também chegamos morar dois anos fora de Madureira. Com aluguel também. Porque meu pai havia comprado. Assim. Uma dona havia oferecido uma casa e ele comprou em Duque de Caxias. No interior. Duque de Caxias e nós mudamos para lá. A gente ficou feliz porque era uma casa própria. Então ela pegou o dinheiro do papai. Só que houve um problema. Nós moramos que não chegou nem há três meses. Porque logo veio a enchente. Dia dez de janeiro. Lembro disso assim. Nós estávamos radiantes com a casa. Tinha um pé de cajá. Tinha uma micro piscina. Era assim tipo um tanque. Criança adorava. Então o que aconteceu. Veio uma chuva daquelas torrenciais e alagou a casa. Quando eu acordei de madrugada com minha irmã. _ Mãe. Mãe. Está tudo molhado aqui. Então foi aquela loucura. Tivemos que sair do local de barco. Então acabou o sonho ali. Perdemos o dinheiro porque a senhora não devolveu. Aí foi onde nós moramos dois anos de aluguel lá em Duque de Caxias. Quer dizer que eu tive uma parte da minha infância. Dois anos em Duque de Caxias. Nesse período eu concluí a minha quinta serie e comecei a sexta serie. E moramos lá. Nesse período eu tive a oportunidade de conhecer o Tenório Cavalcanti. Entendeu? Porque eu estudava num colégio que tinha o nome da esposa dele. Na comunidade que ele fundou. Vila São José, no Pantanal. Em Duque de Caxias. Então nesse período eu me destacava na escola e sempre fui um bom aluno. Então nós tínhamos direito a fazer uma visita ao sitio dele. Então ele recebia aqueles alunos que eram os mais espertos na escola. Então nós passávamos uma tarde com ele. Conhecia todo o sitio e tinha um contato para ele passar um pouquinho de alguma coisa para nós. Então eu tenho esse orgulho de tê-lo conhecido. O homem da capa preta. Entendeu. P/1 _ Da escola que lembranças você tem. Você sempre estudou na mesma escola? R _ Não. Aí tem esse porem. No período de Madureira, estudava em Madureira. Quando eu fui para Caxias, fui para esse colégio. Que era Escola Maria Tenório. O nome da esposa do Tenório Cavalcanti. Lá eu estudei dois anos. Formei a quinta serie. Terminei. Depois nós mudamos e fomos para outro bairro. Mais um aluguel. Nesse outro bairro eu fui para outra escola. Só que essa escola meu pai conseguiu pagar. Era particular e eu fiquei um ano. Aí foi onde eu me envolvi com o esporte. Que eu tinha paixão por esporte. Aí começou o futsal, handebol. E dali eu desenvolvi as atividades como assim líder no grupo estudantil da escola. Na parte de esporte e nós íamos para outros municípios jogar. Tinha os Jogos da Primavera. Conheci. Ou seja, conheci a terra de Garrincha, Pau grande, através do esporte. Nos pegaram e fomos lá para participar de jogos. Então foi uma fase boa da minha vida em Duque de Caxias. Depois nós retornamos a Madureira. P/1 _ Então você estava falando do seu envolvimento com o esporte. R _ Aí voltamos a Madureira e eu fui estudar a noite porque eu já comecei a trabalhar. Fui trabalhar num escritório de uma firma no centro da cidade, próximo a Saúde. Gamboa. E era uma fábrica de bolsas. Entrei para trabalhar como Office boy. Num período de três meses já estava trabalhando como auxiliar de escritório. E nessa firma fiquei até a minha idade do quartel. P/1 _ Aí você teve que ingressar no serviço militar? R _ Isso. Mas como eu já tinha uma faixa de dois salários na época. Eu consegui ser arrimo de família para poder não servir e ajudar meus familiares. Porque daí precisava da ajuda para a gente conseguir comprar a casinha. Para construir de novo o sonho da casa própria. P/1 _ E você terminou o colégio. R _ Aí eu fui e fiquei estudando a noite. Pagava meu estudo e fazia. Tinha prova para concorrer à bolsa dentro da própria escola particular. E eu consegui, graças a Deus. Então eu pagava tipo quarenta por cento. Sessenta era a bolsa. Então já me ajudava. Estudava a noite e durante o dia eu trabalhava. E o esporte era na escola mesmo. Aí era o vôlei também. Handebol a gente misturava. Só que a noite ficava um pouquinho mais escasso. P/1 – Aí você terminou o colegial e ficou trabalhando nessa mesma empresa? R _ Eu terminei o colegial. Fiz segundo grau na parte contábil. Aí já mudei de serviço e tive outras funções. Mas sempre dentro do ramo da contabilidade. Formei-me técnico. E tenho CRC tudo registrado. Só dei baixa temporária porque com o passar dos anos eu mudei de profissão. P/1 _ E porque a opção por técnico em contabilidade? R _ Porque sempre tive fascínio por matemática. Porque eu acho que a ciência exata é tudo. Você chega a uma lógica. Não fica nada abstrato. É concreto. Então eu gostava de matemática e gosto até hoje. Só que depois por opção eu senti que eu tinha a arte nas veias. Aí eu já passei parta a parte da arte, que é a beleza. P/1 _ Quando você teve essa percepção? R _ Chegou aos vinte e dois anos. Depois dos vinte e um a minha vida já começou a. Não é que eu enjoei da contabilidade. É que era uma coisa rotineira. Eu ficava dentro de um escritório e aquilo ali para mim era rotina. Anos. Então eu não podia continuar aquilo. Não estava satisfazendo interiormente. A minha personalidade não estava aceitando aquilo. Então eu não queria me rebelar assim totalmente. Então vou partir para outra. E afinidade foi à beleza. Porque como eu te falei. Mamãe era também cabeleireira, manicure. Então eu comecei a fazer curso de cabeleireiro no SENAC a noite, no Rio de Janeiro, no centro. Saía do escritório de contabilidade e ia para o SENAC. Fazia o curso das seis e meia às dez e meia da noite. E daí depois voltava para casa em Madureira. Aí me formei cabeleireiro, maquilador e dali eu alavanquei. Não tinha sábado nem domingo. Nem feriado. Trabalhava ainda com a contabilidade durante a semana até eu me desgarrar e me firmar na profissão de cabeleireiro. Aí quando chegava sábado, domingo e feriado. Cabelo. Até que depois eu tive que parar com a contabilidade mesmo. Aí eu falei: _ Agora é o momento. Aí fiquei autônomo e trabalhando com cabelo. Como trabalho até hoje. P/1 _ E como foi essa descoberta de trabalhar como cabeleireiro? R _ Foi ótimo. O pessoal achou: _ Você vai deixar a contabilidade. Diziam muitas coisas, mas eu não me importei com isso. Olha. O que importa para mim é a arte. Quando eu fui fazer o segundo grau eu fui fazer um teste vocacional. E esse teste vocacional. Ele me direcionou tanto para a área burocrática quanto para a área da arte. Entendeu. Aí falava em instrumentos pontiagudos. Eu não tinha noção que poderia ser uma tesoura. Falava na arte das cores. Dos pinceis. Vêm aí as pinturas tanto na parte de maquilagem quanto de cabelo. E depois com os anos veio à arte em tecido também. Pintura em tecido. Isso aí já foi no America. P/1 _ E você tinha aquele contexto da contabilidade. Você passava o dia numa certa expectativa. E _ De poder ir para o curso. E quando chegava a noite já era o Cleber cabeleireiro. Aluno. Então. Eu até falava com um colega. Ia à firma: _ Olha. Eu estou fazendo um curso de cabeleireiro. Vai lá ao SENAC para servir de modelo para mim. _ Não. Você vai acabar com o meu cabelo. _ Não. Tem professor. Mas eu me saí bem. E dessa profissão. Aconteceu assim. Eu fui participar de concurso na área da beleza. Porque o que eu sempre primei na minha vida é o desafio. Acho que o ser humano. Ele é sempre capaz de fazer mais alguma coisa. Nós não podemos ficar na mesmice e achar que nós não somos capazes, Porque essa autoconfiança eu trago desde pequeno. Então eu falei assim. Determinei para uma profissão da beleza. Então eu quero ser um bom profissional. Eu quero participar de tudo que eu puder. Então veio o desafio dos concursos. Então seria a hora de colocar em prova que eu tinha talento mesmo. Porque eu ia ser avaliado não por clientes, mas por jurados. Então eu consegui ser campeão entre trinta alunos de quinze unidades do SENAC no Rio de Janeiro. Eu fui campeão com maquilagem artística. Eu fiz um trabalho. Eu fiz um pôr do sol na face da menina. E eu consegui o primeiro lugar entre trinta concorrentes. Isso aí para mim foi o máximo. Depois eu fui também à área de caracterização. Maquilagem de caracterização também conseguiu prêmios. Consegui com maquilagem social. Quer dizer que nas três categorias eu fui premiado. E na parte de penteados. Com cortes e escova, tintura. Aí ali já completou minha satisfação. Depois eu não pude mais concorrer, porque aí já fica hors concours. Aí participei como jurado. Aí já foram desfiles e aí eu me realizei profissionalmente e tenho maior carinho por essa profissão. P/1 _ Você consegue se desvencilhar da contabilidade? R _ Da contabilidade. Aí eu parei com a contabilidade, mas eu faço a minha contabilidade. Porque não pode parar de um todo. É pequenininha, mas é satisfatório também. P/1 - Em que momento você consegue dar esse passo de deixar a contabilidade profissional e poder se dedicar integralmente. R _ Integralmente ao cabelo foi no ano de 1986. Foi quando teve aquela transição do governo. Que entra Sarney. Morre Tancredo e entra Sarney. Naquela transição houve uma transição na minha vida também, Eu passei a assumir a profissão de cabeleireiro e maquilador e eu passei a morar só. Adquiri o meu apartamento. Com aquilo que eu te falei. Trabalhando a semana toda, sábados, domingos e feriados. Ainda cursando a noite. Aí dali eu consegui alugar. Fiquei em uma casa um ano alugado. Minha mãe ficou instalada com o apartamento dela. Tudo direitinho. Com meus irmãos e eu parti para a profissão de cabeleireiro. Trabalhei um ano em um salão no Meyer, no Rio de Janeiro. E nessa época eu já estava morando na Baixada Fluminense. Porque o meu pai já tinha falecido. P/1 _ Que experiência marcante ou uma lembrança da experiência de trabalhar em salão. R _ Experiência? Foi. Como eu vou falar para você. O primeiro contato com o cliente dentro de um salão. Que era a minha casa e não a casa do cliente. Então eu falei: _ Meu Deus. Como vai ser? Não. Vai ser tudo de bom. Porque já estava convivendo com outros profissionais. Então eu ali era mais um e tinha que mostrar o meu trabalho. Aí deu certo. Deu certo porque eu fiquei um ano nesse salão e formei clientela. Só que onde eu morava já estava atuando também as segundas feiras. Que era folga do salão e de domingo. Aí já começou também a aparecer clientela. Aí eu não estava dando conta. Eu comecei a ficar. Eu pedi demissão desse salão e fiquei somente onde eu moro. Nessa localidade e até hoje eu atuo nessa localidade como cabeleireiro e maquilador. P/1 _ No seu próprio salão. R _ No meu próprio salão. P/1 _ Trabalha sozinho? R _ Sozinho. P/1 _ Que mudanças trazem poder trabalhar sozinho. Trabalhar as perspectivas? R _ Olha. Traz assim. À vezes o contato com outros profissionais te dá sem respaldo. Você até desenvolve mais o seu talento. Mas às vezes você encontra um pouquinho de dificuldade porque a pessoa não quer fazer com o outro colega que está ali. Quer contigo. _ Não eu vim para fazer contigo. Então eu trabalho agendado. Então eu consigo conciliar. Sempre foi assim. Por causa desse salão. Trabalhava agendado. Então lá onde eu moro e tenho o salão eu passei a implantar também esse sistema. Agendado. Porque aí você consegue conciliar e dar atenção devida ao seu cliente. Então são vinte e um anos nessa localidade. Vinte e um anos como cabeleireiro nesse bairro. E nesse município. P/1 _ Tem algum caso divertido que você tem uma lembrança? R _ Tem. Tem casos assim de pessoas que chegou ao salão com o cabelo verde. _ Tenho que ir para um casamento e a minha filha foi passar um produto no meu cabelo e eu estou verde. Virou Hulk. Caso de cliente que fez assim. Por exemplo, homem. Masculino. Que fez reflexo comigo, mas que no reflexo praticamente branco. Grisalho. Coloquei e ele saiu maravilhoso com o cabelo grisalho. Quando ele volta uma semana depois com cabelo rosa. Virou Pantera cor de rosa. Ai: _ Poxa Cleber. Não sei o que você arrumou no meu cabelo. Estou com o cabelo rosa. _ Não. Eu não arrumei nada porque você saiu daqui grisalho. Se você voltou rosa. Alguma coisa você está fazendo contra. Aí eu falei assim: _ Vamos fazer uma consulta aqui. Qual a cor do seu xampu? Cor do seu creme hidratante de cabelo? Qual a cor do seu creme de massagem? _ Ah. Rosa. _ Então o que você quer? _ Uê. Mas por quê? _ O seu cabelo foi aberto em pigmentos. Nós abrimos a cutícula e seu cabelo foi clareado forçadamente. Então o seu cabelo é igual colocar água sanitária numa roupa. Clareia e depois se você quiser você vai ter que tingi-la. Então tudo que você usou no seu cabelo foi corante rosa. Então seu cabelo absorveu, porque ele está totalmente desprotegido. _ Ah. Eu não sabia. Eu falei: _ E o que eu posso fazer. O que eu vou fazer agora é uma nova tonalização. Um processo aqui. Aí retirei o rosa e falei para ele: _ Todos os produtos branquinhos. Até um amarelinho. Pode. E assim foi. Entendeu. Foram as soluções que acontece no dia a dia. Casamentos. Que eu fui preparar uma noiva em casa. Então maquilei e penteei. Então a família toda foi. Só fiquei eu e o fotografo. O pai dela e o motorista. Para levá-la para a igreja. O que aconteceu? Na hora que ela colocou a vestimenta toda. As anáguas eram de tule e começou a sair do vestido. Começou a despencar. Ela começou a tremer e ficar nervosa. Querer chorar. Eu falei: _ Calma. O que eu tive que fazer. O fotografo que era da família. Inclusive esposo de uma cliente minha. Segurando o vestido. Ela segurando e eu com a tesoura debaixo do vestido da noiva cortando. Aconteceu isso. E uma noiva evangélica. Olha o constrangimento. Aí eu falei: _ Não estou vendo. Fica tranqüila. Você tem que ir para igreja. Em cima da hora do casamento. Então foi uma das situações engraçadas que acontece na profissão. P/1_ E você têm o seu salão instalado agora. Eu não perguntei a região? R _ No mesmo bairro que eu moro. Eu moro num apartamento. Que eu construí um cômodo. Que eu moro no térreo e funciona o meu salão ali. Esses anos todos com esse esquema que eu falei. Com agenda. Com horário marcado. P/1 _ Esse bairro. O que ele tem? Como é o bairro? R _ O bairro é assim. Quando eu fui morar lá ele só tinha somente cinco anos de fundação. Ele é um conjunto de apartamentos. Foi destinado a pessoas da farda e dos Correios. Então pela Caixa Econômica. Mas tinha pessoas que não cumpriam com o contrato. Então a Caixa começou a abrir negociação para as pessoas readquirir a divida e assumir esse apartamento. Foi o que aconteceu comigo. Onde eu tive a oportunidade de sair do aluguel. Guardar um dinheirinho. Como eu sempre fui muito econômico. Aí eu consegui investir e pagar. Fiz todos os acordos da Caixa e adquiri o imóvel. Então eu paguei durante quase dezessete anos. Aí me tornei o proprietário. Tem escritura e tudo direitinho. Aí por isso que ficou tudo ali centralizado. Então por isso que eu digo que eu vi o America nascer lá em Edison Passos. Lá no Cosmorama. Porque onde é o estádio do America era campos de várzea. Eram campos de várzea até vir a estrutura para construir o America. Foi na época em que eles venderam o campo lá em Campos Sales. Venderam o estádio para um shopping. Que é o Shopping Iguatemi. Então eles vieram construir. Porque aquela área já pertencia ao America. Aí eles vieram construir o estádio que se chama Giulite Coutinho. Então eu vi toda a estrutura de construção. Participei de tudo ali. Tenho recortes de jornal. Matérias sobre isso. Até depois eu vim a fazer parte do America. P/1 _ E a sua participação no America deu de que forma? R _ A participação no America deu assim. Como eu sempre gostei de esporte. Eu tive que parar com o vôlei porque eu dei um jeitinho no dedo e como cabeleireiro não podia ficar forçando mais os dedos. Então aconteceu esse acidente de me machucar e fiquei com imobilização e não pude trabalhar em pleno final de ano. Aquilo foi uma catástrofe para mim. Aí eu parei. Então convidada por uma cliente amiga eu passei a jogar peteca. Quer dizer que eu não parei com o esporte. Passamos a jogar peteca. E tem a Vila Olímpica próxima. Na nossa região. Que é o município Nilópolis. Então eu passei a jogar peteca lá e me envolver. Até que ela me chamou para eu fazer ginástica no America. E eu fui fazer ginástica no America. Lá eu conheci a professora Rita que era a coreografa. E passei a me interessar também pela dança. Ela me envolveu com a dança. Aí começou ginástica com dança. E tinha também as oficinas de artesanato. Foi onde eu passei também a pintar tecido. Pintar panos de prato. Entendeu e desenvolvi outro talento. Pintar em tecidos. P/1 _ Todas essas atividades eram oferecidas dentro do próprio America? R _ No America através dessa Associação que eram pessoas voluntarias como nós somos. Todas as minhas atividades no America eram voluntariado. Nós lá somos voluntários. Aí depois veio o Ponto de Cultura. Mas eu sempre continuei como um voluntário. Eu nunca tive ressarcimento de nada em relação à cultura. P/1 _ Essa Associação. Como ela é composta? O que é de fato essa Associação? R _ A Associação foi assim. Pessoas da comunidade que tinha algum talento. Desenvolvia alguma atividade que poderia ensinar. Então começou com artesanato. Aí veio pessoa para ensinar ginástica. E essa professora já implantou a dança. Aí já veio. Já entra o Segundo Tempo que é a parte de esporte que tem o tênis de mesa. Lá nós temos uma biblioteca para consultas. Então nós passamos a ter todas. Como eu vou explicar para você. Passamos a ter todas as oportunidades de desenvolver ali a arte. P/1 _ Sempre de forma colaborativa. R _ De forma colaborativa. Aí quando se tornou o Ponto de Cultura. Foi construído um palco. Nós temos um palco Oscarito. Tem a biblioteca com acervo com mais de dois mil e quinhentos livros que as crianças fazem consultas. Nós primamos por isso. Consulta mesmo visual ou oral. Para tirar um pouquinho aquela coisa da informática. Então a criança vai lá e consulta. Aí cede o livro para leitura em casa e depois retorna para a biblioteca. E temos a sala de ginástica e dança. Temos a do artesanato, que é Mary Belfort Duarte. Homenagem a uma grande e ilustre pessoa do America, que também foi esposa do Belfort Duarte. Então nós temos tudo especificado. Mas o voluntariado sempre esteve presente como está até hoje. Nós não recebemos verbas na parte de cultura, mas continuamos mantendo as nossas atividades. P/1 _ E o Acesso ao Ponto de Cultura. Como foi esse processo? R _ Quando eles botaram que poderiam concorrer a Ponto de Cultura e entra aquele processo burocrático todinho. Aí veio através do Professor sociólogo Marcelo Burgos e a Mary veio como assessora de imprensa. Que ela tem esse programa na radio. Então tudo foi encaminhando. Aí eles nos aprovaram como Ponto. Aí nós continuamos. P/1 _ E a vinda do Ponto de certa forma estrutura? R _ Dá mais credibilidade. Porque até então se falava Associação de Amigos e nem sempre as pessoas tem aquela disponibilidade de tempo. Porque todos têm a vida igual a mim. Eu tenho que trabalhar como cabeleireiro porque é o meu sustento. Mas eu tenho a maior satisfação em sair e vestir a camisa do America e representá-lo. Porque foi ali que eu desenvolvi a minha arte da ginástica e da dança e o contato com a terceira idade. Aí eu faço assistência de coreografia com a professora Rita Andrade na parte da dança. P/1 _ Que tipo de dança que você começou a ter contato? R _ Olha só. No inicio. Eu sou uma pessoa tímida por incrível que pareça. Eu sou comunicativo, mas sou tímido. Então quando eu entrei. Entrei para a ginástica o único do sexo masculino. Aí eu fiquei assim. Mas para mim está tudo ótimo porque eu sou sempre adequado ao ambiente. E aonde eu chego é amizade pura. Sabe. Sou uma pessoa do bem mesmo. Então para mim está tudo tranqüilo. Aí eu já tinha contato com terceira idade. Com amigos numa comunidade próxima. Então para mim foi super fácil adaptação. Aí começamos com a ginástica. Aí ela foi: _ Cleber. Passa a dançar conosco as segundas feiras. Nós temos aqui um grupinho de dança. _ Mas qual o tipo de dança? _ É dança livre. É para movimentação do corpo. Então você vai dançar aeróbica. Você vai dançar jazz. Você vai dançar samba. Você vai dançar tudo. Eu falei: _ Eu? Ela falou: _ É. Eu falei: _ Não me imagino não. Dança de salão é tudo. Mas vamos lá. Aí eu passei a ir e comecei. E eu tenho uma facilidade para o afro porque eu tenho a religião. Sou espírita. Sou umbandista. Então desde quinze anos que eu freqüento. Aí na parte afro eu tive mais desenvoltura. E ela montou uma coreografia que nós fazíamos uma apresentação afro com a musica da Margareth Menezes Dandalunda. Então eu ali vim no carro chefe. Na frente movimentando e foi dez. Apresentamo-nos na Feira da Providencia. No SESC Nova Iguaçu. Na Rio Sampa que é uma casa de shows em Nova Iguaçu. No Festival de Dança da Baixada Fluminense. E aí foi crescendo e eu perdi aquela inibição. E aí surgiu a oportunidade de fazer uma performance do cantor Nei Matogrosso com a cantora Elza Soares. Então eu peguei. Solicitei uma senhora da terceira idade e nós fizemos. Ela fazia a Elza e eu o Ney. Só que dois branquelos. O Ney tudo bem, mas ela tinha que virar afro. Então eu na maquilagem a caracterizava de afro descendente e ela fazia a Elza maravilhosamente bem. Ali nasceu Cleber Moreira e Laura Cardoso. Só que passou assim tipo um ano e pouco e ela veio a partir. Deu um infarto fulminante e aí a Elza ali acabou e o Ney malandro. Que eu me caracterizava de Ney malandro acabou. Ficamos naquele vazio. A Mary incentivando: _ Você não pode parar. A professora Rita também. Então eu fui dançar. Integrar uma ala coreografada da Escola de Samba Porto da Pedra. De São Gonçalo. Então eu vim atrás da Comissão de Frente com a responsabilidade grande. Nós. Professora Rita. Eu e mais alguns alunos. Então nos nós interessamos ali. Surgiu dentro do barracão da Porto da Pedra, na Cidade do Samba. Nasceu ali o Ney Solo. Porque na brincadeira peguei uns panos brilhosos. Botei na cabeça e comecei. _ Vamos brincar aí. Vamos zoar e não sei o que. Deixa eu ler a sua mão. Aí ela falou: _ Você está igual cigana. _ Você está demais o Ney. Ney, Ney. _ Você vai fazer o Ney lá no America. _ Não. Eu não vou ter coragem de subir no palco e imitar um cara que eu tenho como ídolo que é o Ney. _ Mas você lembra. Você parece. Aí ficou aquela coisa. _ Vamos surgir o Ney aí. Falei: _ Vamos tentar. Aí eu muito inibido comecei a dar umas treinadas. Comecei a me soltar e fiz à primeira musica que foi “Bandido Corazon”. Na festa lá no America. Que sempre o nosso aniversário do Ponto de Cultura fazemos apresentações no palco. Aí surgiu. Aí ficou legal. Aí veio o desafio porque nós tínhamos que representar o Ponto de Cultura no Circo Voador. Na Lapa. Aí obviamente: _ Cleber. Você vai fazer o Ney no Circo Voador. Falei: _ Gente. Circo Voador? _ É o encontro da cultura. Falei: _ Não. Não vou ter coragem. _ Vai. E sabe quando o empurrão e vai. E as colegas: _ Está ótimo. A professora Rita, a coreografa: _ Cleber está ótimo. Vai sim. Falei: _ Só se você me der uma chance de eu pegar as minhas colegas para fazer comigo. _ Está ótimo. Aí eu peguei as colegas e eu criei “Mulheres de Atena”. Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas. Então elas depois iriam fazer uma musica “Comida” de Marisa Monte. A gente não quer só comida. A gente quer bebida, diversão e arte. Então elas vinham caracterizadas do dia a dia como as mulheres na sociedade. As mães de família. As lavadeiras. Passadeiras. Bordadeiras. Cabeleireiras. Escriturarias. Sabe. Então montou. Eu entrava fazendo “Mulheres de Atenas” e elas faziam fundo. Eu saía de cena e elas entravam com a coreografia delas de “Comida” de Marisa Monte. A fome. Então ficou muito bom. Aí nós nos apresentamos em vários locais com essa performance. Só que depois eu voltava e fazia o Ney com “Não existe pecado ao sul do Equador” e “Homem com H”. Que é o carro chefe do Ney. E dali o Ney Solo começou a surgir. P/1 _ De certa forma uma expansão no seu universo. Trabalha com varias coisas. Passa a fazer várias coisas. R _ Isso. Aí foi onde eu me descobri ali dentro do America. O que eu te falo. Vestir essa camisa foi assim fundamental. Nessa empresa que eu trabalhei. Um dos donos da empresa. Eram dois. Um era americano doente. Era diretor lá da sede do America nos idos de 1974. 1975 quando eu comecei a trabalhar. Então ele me levava para assistir jogo do America. E ele falava: _ Você tem que ser americano. Eu falava: _ Mas Seu Hermano. Time não se muda. Minha família vai descer o pau. Ele: _ Não se preocupa com isso não. Fala lá para eles que você mudou para agradar o seu chefe. Aí brincava. Então falei: _ Tudo bem. Quando eu estou aqui com o senhor sou americano. E nisso jamais eu iria imaginar que depois iria morar próximo a sede do America. No Estádio e ter toda essa integração. Então quer dizer que o America já veio na veia mesmo também. Ali eu me descobri. Essa outra arte do talento. E já tive convite para apresentar em casamentos, feiras, quinze anos. E sempre levo o nome do America com o maior orgulho. Porque ali nasceu Cleber Moreira. P/1 _ A gente já está na fase final da entrevista. E faz uma analise muito legal de como você tem essa questão burocrática. Como tudo isso está presente na sua vida. Como essa abertura para as artes mudou muito na sua vida e tem um valor fundamental. Então a minha pergunta é essa. Qual a projeção de como é poder trabalhar com tudo isso. R _ Vou te passar um pouco. Olha só. Vem que eu tenho. Graças a Deus. Minha mãe ainda está viva. Tem oitenta e um anos. Só que passa já há três anos por problemas de saúde. Então há um ano, quando foi a TEIA de Belo Horizonte. No dia primeiro de novembro, mamãe deu o terceiro AVC e parou de andar. O lado esquerdo praticamente paralisou e eu estava com ela em hospital internada. Eu e minha irmã. E a gente naquela. E minha irmã: _ Mas você tem o compromisso de ir à TEIA. _ Mas como eu vou viajar e deixar a mamãe sozinha contigo. _ Não. Você vai sim. Vai que a gente segura. Ela está melhorando. Aí pegou aquela coisa. E o meu sobrinho: _ Vai tio que eu ajudo minha mãe aqui. De dia, quando eu tiver de folga eu fico e a noite ela fica e a gente reveza. Mas pode ir que você tem um compromisso com o America e com o Ponto de Cultura. Quer dizer que a gente bota a família. Bota a profissão. Os clientes. O sustento e bota o emocional. Então eu fui para a TEIA de Belo Horizonte assim com a cabeça na TEIA e no Rio com a minha mãe. Mas eu ligava e perguntava e estava caminhando bem. Ela estava sendo transferida para outro hospital e estava tendo melhoras. Aí eu fiquei tranqüilo e fiquei sete dias em Belo Horizonte. Quando regressei. Ela ainda estava internada. Ficou quinze dias e eu passei a cuidar novamente. Veio para casa e nós já estamos há um ano com ela nessa dificuldade. Mas ela melhorou. Dou banho. Dou comidinha. Ela come com a mãozinha dela, mas a gente tem que preparar tudo. Eu fico com ela de domingo a quarta feira. Às vezes eu não posso ir ao ensaio da dança as segundas feiras porque minha irmã trabalha a noite e eu tenho que tomar conta dela. Então eu estou me revezando sim. Trabalho com os clientes. Com agendamento, como eu te falei. A partir de quarta feira. Dedico-me quando posso ao America e a cuidar da mãe. A peteca quando eu posso ir à noite, para manter a forma. Então eu consigo conciliar. Ainda tem aquelas questões de cliente pedir assim às vezes uma palavra amiga. Porque o cabeleireiro é um psicólogo do cliente. Queira ou não um analista. Sentou para cortar o cabelo. Ele joga a vida dele e os problemas pessoais. Aí eu falo: _ Gente. Eu não tenho problema. |eu único problema é o estado de saúde da mamãe. O restante eu sou só alegria e felicidade. Só realizações. Recentemente eu fui homenageado pela Câmara de Vereadores de Mesquita. Em setembro. Aquele Cidadão Benemérito porque eu participei da inauguração da TEIA. Desculpa. Inauguração da Lona Cultural. Que é a primeira Lona Cultural da baixada, no município de Mesquita. Então a Secretaria de Cultura viu o meu trabalho da performance. Achou assim super dez. Eu acho que eu tenho muito que melhorar, mas eles acham que está dez. Porque eu sempre quero o melhor. Eu nunca vou chegar a querer ficar igual ao Ney Matogrosso porque é o ídolo é um ícone. É uma coisa assim que não tem como chegar a ele. Ninguém nunca chega a míngüem. Mas a gente se espelha nele e procura fazer o melhor dele. Que é para poder manter o nome dele em evidencia. E eu fiquei feliz que quando eu comecei com a performance do Ney ele veio para a mídia. Você pode ver que ele está aí. Em entrevistas. Em televisão, jornal, revistas. Com show dele sempre lotado. Então eu fiquei assim encantado. Porque desde garoto eu tenho essa semelhança com ele. Bem magrinho. O pessoal chegava: _ Você lembra o Ney. Quando a época dos Secos e Molhados. Quer dizer que eu tive essa oportunidade no America de apresentar esse trabalho. A Mary Monteiro me dá a maior força. O Irmão dela, o Jairo Melo com o programa da radio. E isso faz com que você só. O professor Marcelo. Então eles têm orgulho quando eu saio e que levo o nome do America. E isso é gratificante. Mas é o que eu falei. Não vivo dessa arte. Não tem nada a ver. Estou fazendo por amor, coração. Pela arte, mas está ótimo. Está maravilhoso. P/1 _ Para finalizar a entrevista. Como foi dar essa entrevista? R _ Foi gratificante porque quando a Mary veio de São Paulo e teve a passagem pelo Museu da Pessoa. Nós tivemos uma reunião. Ela foi falou assim: Cleber. Eu gostaria que você fosse conhecer o Museu da Pessoa, que é um sonho e quem sabe você fica lá como pessoa no museu. Eu falei: Você está doida. Ficar no museu. E ela: _ Não. É a pessoa em si. A história de vida da pessoa. Então quando a menina conversou com ele, eu não imaginava que ia rolar essa entrevista. Aí o meu amigo falou: _ Não. Vamos. Que ela falou que vai nos entrevistar. Então tudo bem. Aí foi onde aconteceu essa oportunidade. Eu estou super feliz. Eu falo muito. Você desculpa aí que às vezes eu desenrolei muito o assunto. Mas a minha vida é essa. É torcer. Torcer. Torcer. Sangue. Sangue. Sangue. Nos jogos a gente fica louca, mas é tudo ótimo. Lá é tudo assim paz e amor. São pessoas maravilhosas. O grupo de terceira idade, Movimento e Ritmo dez. E foi ótimo conhecê-los. Participando dessa TEIA, que para mim está ótimo. A TEIA está dez. E tudo tranqüilo. Fazer novas amizades e contatos. E me apresentar daqui a pouco. P/1 _ Obrigado. R _ Obrigado a vocês pela oportunidade.
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