IDENTIFICAÇÃO
Meu nome é Luís Antônio Mariano de Oliveira, nasci em 22 de fevereiro de 1958, na Cidade de Garça, no Estado de São Paulo, interior de São Paulo.
FORMAÇÃO
Sou formado em engenharia civil, pós-graduado em logística empresarial e em engenharia de petróleo e gás.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu entrei na Petrobras em 1987, no quadro de operação. Fizemos um curso de quatro meses, depois de uma bateria de testes, aí ingressamos no quadro da Petrobras. Já aqui no Tebar [Terminal Marítimo Almirante Barroso], uma turma específica para o Tebar. Eu vim de Garça com dez anos de idade, bem novo, para São Sebastião. Quando entrei na Petrobras eu não morava mais aqui, eu estava em São José dos Campos, trabalhava lá. Depois também tive uma passagem por São Paulo e de São Paulo é que eu vim para cá, em 1987. [Entrei para trabalhar] na área de operação. Dentro da companhia eu sou operador. Eu já conhecia o Tebar. Eu vim pra cá em 1969, já conhecia bem. Mas na ocasião não tinha motivação pra trabalhar na Petrobras. Meu negócio sempre foi avião. E eu acabei indo para São José, inclusive trabalhei na Embraer [Empresa Brasileira de Aeronáutica] em São José dos Campos. [Fiquei] muitos anos lá e depois é que eu resolvi estudar, fui para São Paulo e acabei vindo pra cá. Então eu já conhecia a Petrobras. Tenho vários parentes que trabalhavam aqui dentro. Mas a motivação mesmo, para trabalhar na Petrobras só veio em 1987. Abriu um concurso público, específico para São Sebastião. Na época houve muitas aposentadorias, então pegaram várias pessoas. Foram 40 pessoas e eu entrei nesse número aí. Eu sempre fui da área técnica. Também sou formado inicialmente em técnico de mecânica. Me formei em técnico de mecânica em São José, mas trabalhava na Embraer na área econômica, porque eu também estudei economia. Acabei tentando mudar. Eu sempre gostei da área técnica. Saí já formado em técnico de mecânica, pra...
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Meu nome é Luís Antônio Mariano de Oliveira, nasci em 22 de fevereiro de 1958, na Cidade de Garça, no Estado de São Paulo, interior de São Paulo.
FORMAÇÃO
Sou formado em engenharia civil, pós-graduado em logística empresarial e em engenharia de petróleo e gás.
INGRESSO NA PETROBRAS
Eu entrei na Petrobras em 1987, no quadro de operação. Fizemos um curso de quatro meses, depois de uma bateria de testes, aí ingressamos no quadro da Petrobras. Já aqui no Tebar [Terminal Marítimo Almirante Barroso], uma turma específica para o Tebar. Eu vim de Garça com dez anos de idade, bem novo, para São Sebastião. Quando entrei na Petrobras eu não morava mais aqui, eu estava em São José dos Campos, trabalhava lá. Depois também tive uma passagem por São Paulo e de São Paulo é que eu vim para cá, em 1987. [Entrei para trabalhar] na área de operação. Dentro da companhia eu sou operador. Eu já conhecia o Tebar. Eu vim pra cá em 1969, já conhecia bem. Mas na ocasião não tinha motivação pra trabalhar na Petrobras. Meu negócio sempre foi avião. E eu acabei indo para São José, inclusive trabalhei na Embraer [Empresa Brasileira de Aeronáutica] em São José dos Campos. [Fiquei] muitos anos lá e depois é que eu resolvi estudar, fui para São Paulo e acabei vindo pra cá. Então eu já conhecia a Petrobras. Tenho vários parentes que trabalhavam aqui dentro. Mas a motivação mesmo, para trabalhar na Petrobras só veio em 1987. Abriu um concurso público, específico para São Sebastião. Na época houve muitas aposentadorias, então pegaram várias pessoas. Foram 40 pessoas e eu entrei nesse número aí. Eu sempre fui da área técnica. Também sou formado inicialmente em técnico de mecânica. Me formei em técnico de mecânica em São José, mas trabalhava na Embraer na área econômica, porque eu também estudei economia. Acabei tentando mudar. Eu sempre gostei da área técnica. Saí já formado em técnico de mecânica, pra estudar computação, inicialmente em São Paulo. Depois que eu resolvi ir para a Embraer e Petrobras. A engenharia só surgiu depois, quando eu já estava na Petrobras. Eu estudei engenharia dentro da Petrobras, já trabalhando em turno. A história resumida é mais ou menos isso.
TEBAR / DÉCADA DE 1980
Em 1987 o Tebar estava passando por uma mudança muito grande, porque ele já estava – na época [tinha um] superintendente – na iminência de passar por uma reestruturação. Junto a isso, já tinha um contingente antigo [de funcionários], a maioria com mais de 20 anos [de casa] – já que ele foi inaugurado em 1969 – e estavam iniciando as aposentadorias. Então, muito rapidamente haveria uma troca muito grande de pessoas. Foi por conta desse concurso que nós acabamos entrando e essa mudança que era esperada realmente ocorreu em 1992. Quer dizer, foi um planejamento de médio prazo, as pessoas já enxergavam essas mudanças. Mas na época em que eu entrei, era uma unidade independente, muito diferente do que é hoje. Tinha gestão própria, embora fizesse parte da Petrobras. Era uma unidade de negócio independente, diferente do que é hoje. O Tebar como um todo era uma unidade de negócios independente, tinha um superintendente, tinha o seu [setor] financeiro, tinha o seu corpo técnico, separado, e sua engenharia. Era totalmente diferente da estrutura atual.
TEBAR / REESTRUTURAÇÃO DE 1992
A Petrobras passou a atuar mais de forma centralizada para algumas atividades, foi quando ela criou DTCS, o antigo DTCS, Dutos e Terminais do Centro Oeste de São Paulo. Aí então o que aconteceu? Ela mudou a sede de Superintendência de São Sebastião para São Caetano. Essa mudança foi um pouco radical e dolorosa para as pessoas que trabalhavam aqui, porque passaram a ser subordinadas a uma hierarquia um pouco maior, mas com uma diminuição muito grande de recursos, no sentido de liberações, de facilidades, que antes se resolvia internamente. Passou a ter uma sede, antes não tinha, era aqui. Isso criou uma dificuldade muito grande. Eu diria até que isso se mantém até hoje: essa dificuldade que se tem, de ter um corpo gerencial de alto nível, descentralizado do Terminal. É um problema sério pra gente. Com a criação da Transpetro, extinguiu-se o DTCS. Muitas atividades dessa antiga superintendência passaram para a sede. Nessa ocasião é que foram criados os terminais aquaviários. Os terminais terrestres, quer dizer, do ponto de vista de estrutura organizacional, ela acabou que ampliando mais ainda. Eu diria até que os problemas também se ampliaram junto, porque se antes já era complicado a coisa parece que complicou ainda mais um pouco com essa centralização.
TRABALHO / MODERNIZAÇÃO
A operação dentro da Petrobras é a alma do negócio. A operação, vamos dizer assim, é o faturamento da Petrobras, é onde entra o dinheiro efetivamente. Nossa atividade aqui é basicamente de operações de navio; tem operações de dutos também, embora seja com uma outra estrutura, mais a operação das bombas [que] ficam no local. A função desse Terminal, além de garantir o abastecimento de quatro refinarias, também é agregar valor aos produtos que são da Petrobras. Então, a Transpetro, como Operadora Logística, agrega valor ao produto da Petrobras, que é o petróleo que vai para a refinaria. Ela tem também esse papel – embora não seja a atividade fim da Transpetro, agregar valor. Não tem essa obrigação, mas a gente também faz isso por conta da própria estrutura, porque a Transpetro é a operadora logística exclusiva da Petrobras. A operação, de 1987 para cá, o que a gente percebeu é que foi um aumento muito grande na parte de automação. Em 1987 praticamente tudo era feito manualmente, só que isso tinha um preço, porque se tinha num grupo de operações, em torno de 20 a 23 operadores. Hoje o grupo que trabalha comigo tem 16 operadores. A maioria deles tem 15 operadores. Eu diria que esse número, mesmo com a automação, é um pouco pequeno. A gente tem tentado aumentar um pouco esse grupo. Mesmo com a automação surgiu essa demanda de trabalho, surgiram novas atividades, por exemplo. As pessoas têm que ser muito mais especializadas hoje em informática, do que eram em 1987. Esse crescimento de automação trouxe também essa demanda. As pessoas têm que ser mais técnicas. Os operadores hoje, diferente de 1987, têm obrigatoriamente que ter formação técnica na área de exatas, para poder facilitar essa formação, que teria que se fazer nesse curso. Diferente de 1987, diferente também da década de 1970, que o cara com o primeiro grau entrava na companhia.
Na Operação quando eu entrei, a medição do tanque era feita manualmente. Pegava-se ume trena, ia lá e media o tanque mesmo. Era assim que era feito. Hoje já não é mais assim, já tem um equipamento que faz essa função. A amostragem desse tanque também era manual: tinha que subir no tanque e fazer a amostragem. Pegava-se lá o óleo dentro do litro e trazia. Hoje eu continuo colhendo no litro, só que eu faço isso do lado de fora do tanque, faço no costado do tanque. A partida de bomba, toda ela era feita no campo, ia-se lá no campo, fazia todo o alinhamento manualmente, e depois ligava a bomba. Hoje esse procedimento é feito de forma eletrônica. É lógico que ele foi construído em cima dessa experiência de campo que a gente tinha. Mas hoje se faz automaticamente. Liga-se através do computador, inclusive um sistema nosso é ligado do Rio de Janeiro. Eles é que ligam a nossa bomba aqui. De lá pra cá, quer dizer, em 22 anos mudou demais essa tecnologia dentro da operação. Um dos oleodutos que a gente tem, abastece a duas Refinarias, uma delas é a maior do Brasil, é a Replan e a Revap em São José dos Campos. É o oleoduto do Vale do Paraíba.
TEBAR / CARACTERÍSTICAS
O Tebar opera, não exclusivamente, mas prioritariamente, com petróleo. Ele também tem uma atividade de derivados, [pois] aqui a gente opera gasolina, diesel e nafta. Ele tem uma tancagem que é a maior tancagem da América Latina. Ele é o maior Terminal da América Latina. O que o diferencia também é o volume de óleo: a gente movimenta mensalmente em torno de 4, próximo de 5 milhões de metros cúbicos. É um volume estupidamente alto. É o maior também que tem na Petrobras e na América Latina. É diferente do Temadre [Terminal Aquaviário de Madre Deus]. O Temadre não tem tancagem de petróleo, mas tem uma coisa que a gente não tem: um parque de gás. Ele também opera com gás e nós não operamos, não temos nenhuma operação de gás. Mas eu diria que em termos de importância eles são muitos semelhantes. Eu diria até que todo o terminal tem a sua importância, evidente, mesmo que seja o menorzinho, mesmo aquele que dá prejuízo lá. De alguma forma ele tem a existência dele garantida pela motivação de mercado. Alguma coisa ele tem que justificar. Mas de grande importância, de grandiosidade, eu diria que o Temadre e Tebar, são muito parecidos. Nós já tivemos a possibilidade [de operar com gás aqui], por volta de 1990, eram as cavernas de gás, de GLP [gás liquefeito de petróleo], mas não ocorreu. Até por estudos de demanda, não justificou o empreendimento, ele era inviável na avaliação econômica, então acabou não acontecendo. Agora, quando retornou essa polêmica do gás natural, da Bolívia, que fecha a válvula e abre a válvula, fica aquele negócio que aconteceu lá, começou-se até a pensar novamente na possibilidade de ter o gás natural liquefeito aqui no Tebar. Isso já está acontecendo no Rio de Janeiro, já existe esse gás natural liquefeito, que é o GNL, que já está sendo re-gaseificado, mas existe a possibilidade de se, de repente não houver o gás que estão esperando aí na Bacia de Santos, de repente pode até haver a possibilidade de entrar gás aqui. Está muito próximo ao TGN [Transportadora Gás del Norte] aí de Caraguatatuba. Ela vai operar prioritariamente com gás e a gente não sabe, de repente vai saber, de repente uma hora vai por uma esfera aqui dentro aqui e a gente recebe gás aqui.
TEBAR / REFINARIAS / OLEODUTOS
Tem um oleoduto que é o Osbat [Oleoduto São Sebastião/Cubatão], o oleoduto de Cubatão. São três oleodutos: tem dois de petróleo e um para derivado. Um de petróleo que é o Osbat, que atende a RPBC [Refinaria Presidente Bernardes], em Cubatão, e Recap, Refinaria de Capuava. E tem o Osvat [Oleoduto São Sebastião/Vale do Paraíba], que é o maior, que atende a Replan [Refinaria do Planalto Paulista] e a Revap.
HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS
Sobre o oleoduto de Cubatão, se fosse ao pé da letra seria “Oscu”, mas aí ficaria um negócio meio esquisito, então por isso que puseram o “bat”. A história é essa mesma (risos), não é brincadeira não. Inicialmente chamou Oscu, mas ficou um negócio muito ruim de se falar, então aí usaram o “bat”.
TEBAR / REFINARIAS / OLEODUTOS
[Há também] o Osplan, Oleodutos do Planalto. Esse oleoduto vai até Guararema e de Guararema ele interliga na malha de São Paulo, para qualquer ponto, e vai até a Replan e a Revap. Ele se desmembra ali e vai também até Guarulhos e até São Caetano; aí interliga na malha toda. É possível até interligar um oleoduto do Rio, o Osrio, por exemplo. Dá para fazer isso. E ele é diferente do petróleo, é um oleoduto que tanto manda produto como recebe produto, só que não opera petróleo. Mas se for preciso por algum tipo de guerra, ele até opera petróleo, a gente até consegue, com algumas modificações, operar petróleo. Deus me livre se a logística estiver ouvindo eu falar isso, porque eles vão inventar isso, [colocar] petróleo aqui e é mais difícil, porque como é um oleoduto basicamente de derivados, colocar petróleo nele é um problema sério porque ele suja, vai sujar todo o petróleo, toda a malha.
TEBAR / SÃO SEBASTIÃO
O Tebar, em relação a São Sebastião – a Petrobras em si – começou aqui na década de 1964 ou 1965, na época militar, que era muito impositiva. Não tinha muito esta questão do meio ambiente, se vai degradar ou se não vai. A coisa era para acontecer, era uma necessidade nacional, então acontecia mesmo. Mas, de certa forma, ela acabou mudando a cara de São Sebastião. Eu diria que São Sebastião não seria nem um décimo do que é hoje se não tivesse havido a Petrobras aqui. Além de ela gerar emprego e uma série de coisas, ela também movimentou muito mais a economia do local, deixou de ter aquele perfil turístico que tinha na década de 1960, para ter um perfil mais industrial e com isso trouxe também um desenvolvimento melhor para o porto. Em contrapartida, o lado ruim é que praticamente a Petrobras ficou dentro da cidade. A gente olha hoje a Petrobras e ela abraça a cidade, ou a cidade entra nela. De repente, por uma falha de planejamento na época, o que foi até bom, porque se eles tivessem pensado corretamente teriam tomado quase que a cidade inteira por conta do Terminal. Mas salvou ainda alguma coisa, que são as casas ainda dentro do Terminal. Isso ainda traz alguns problemas, mas traz também um monte de vantagens, porque a economia de São Sebastião não seria nem um décimo do que é hoje, se ficasse naquela coisa de só depender de turismo.
PETROBRAS / MEIO AMBIENTE
A Petrobras vinha, na verdade, acompanhando a tendência do mundo. Na época tivemos vários eventos muito piores do que existiam no Brasil; navios derramando óleo, principalmente na Europa. No norte da Espanha tiveram vários eventos, pegou quase que a costa toda da França. Era uma coisa que as pessoas aceitavam com naturalidade. Tivemos aqui também grandes eventos nessa ocasião, na década de 1960, mas diferente do que é hoje. As pessoas hoje estão intolerantes com isso. Não querem isso e nem eu também quero. Eu praticamente nasci aqui e ver a praia repleta de óleo, não dá O que mudou de lá para cá? As pessoas mudaram, não foi a empresa que mudou. Eu diria que se as pessoas não mudarem, a empresa vai ficar do mesmo jeito. Mas como a exigência aumentou, a empresa também [aumentou o padrão] para manter o compromisso que ela tem com a sociedade. Acho que é o compromisso maior dela, com o país: manter aquilo que a sociedade quer, senão, não justifica a existência. Como qualquer empresa, se a sociedade não quer, a empresa não existe.
PETROBRAS / CERTIFICAÇÕES
Ela teve que mudar, e nessa mudança, teve que partir para as certificações. Hoje ela é certificada aqui pela ISO [International Organization for Standardization] 9000, ISO 14001, OHSAS [Occupational Health and Safety Assessment Series] 18001, que é uma certificação mais voltada para a pessoa em si, para a saúde, para o conforto das pessoas. A Petrobras começou a buscar uma certificação social também, uma outra certificação. Mas isso vem porque a sociedade pede isso e ela tinha que dar esta resposta às pessoas, porque as pessoas não querem mais essa coisa de degradar o meio ambiente, por questões óbvias hoje, o mundo é assim. As certificações são novas, porque são regras – ou internacionais ou propriamente nacionais – que estabelecem aquilo que você tem que fazer para garantir alguma preservação. São regras que a empresa tem que seguir, tem que se adequar fisicamente àquilo que está escrito e aquilo que ela está aceitando fazer. Ela adéqua as suas instalações, as suas pessoas aos requisitos daquela norma. Feito isso, vem um auditor e simplesmente confere: “Olha, está escrito que você tem que ter isso. Você tem isso?” “Tenho, está aqui”. Todo o resíduo que eu gero é de minha responsabilidade, tanto a guarda como a destinação desse resíduo. E mais ainda, eu tenho que dispor desse resíduo de uma forma controlada e segura para o meio ambiente. Pronto, está escrito isso lá. O que eu tenho que fazer? Eu tenho que ter internamente um pátio de resíduo, bem montado, com todas as seguranças garantindo que isso não vai vazar para o meio ambiente, que isso não vai pegar fogo, que isso vai estar catalogado, porque qualquer pessoa que for lá, identifica: “Olha isso é óleo, isso é pedra, isso é alumínio”. Para fazer as destinações. Isso está escrito na norma e é o que eles vêm cobrar aqui, as destinações desse resíduo. Tem resíduo oleoso, o que eu faço com isso? Enterro? Não, não é assim. Você tem que atender a uma legislação. Você tem que descartar. Então se manda para uma sementeira queimar. A própria lei define como você tem que descartar aquilo. Evidente que tudo isso tem custo. Então quando você se propõe a se certificar, você sabe que você vai ter este custo, mas você pode ter um prêmio também por isso e as pessoas te olharão de uma outra forma.
TEBAR / PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Dentro da área operacional, o índice de acidentes é muito baixo. As ocorrências de acidente que têm são muito mais na área de pessoas não muito especializadas, que é aquele trabalhador braçal, aquele que é para resolver o negócio. O cara chega: “Olha, isso tem que tirar daqui e tem que resolver isso.” Se você não tem um controle efetivo, não tem uma gestão sobre aquele trabalho, com certeza você vai ter acidente ali. A maioria dos acidentes sempre tem acontecido por conta disso, ou até por conta da própria pessoa, que de uma certa forma é negligente. Se você usar EPI, que é o Equipamento de Proteção Individual, capacete, óculos, aquele negócio... Aquilo, às vezes, é um incômodo, então sempre que o cara “pode”, ele dá um jeitinho de não usar. E quando ocorre algum evento que pode causar um dano físico a ele, se ele está sem o equipamento, vai ter problemas. É como um cara andando de moto sem capacete, se ele cair, provavelmente ele vai morrer, ele vai bater a cabeça. O acidente aqui é a mesma coisa. Dentro dessa gestão, o que a empresa faz? Ela tem que fiscalizar, além de propiciar que o cara tenha esses equipamentos. O último [acidente] marcante que nós tivemos foi em 2003, foi um rompimento de oleoduto, aqui no alto da Serra. Vazou bastante óleo para um córrego que tem numa das praias aqui do Guaecá. Esse foi o último evento que eu lembro aqui. De 2003 para 2004, foi no final do ano. Isso foi o último evento que eu soube, mas tivemos outros. Já teve navio que bateu no dolfin do píer, e também teve um derramamento muito forte de óleo. O navio bateu nesse dolfin, rompeu o costado dele, vazou muito óleo. Isso foi por volta de 2002, eu acho. Foi um navio estrangeiro. Durante a manobra ali, houve uma falha de alguém e ele acabou batendo ali. Esses foram os dois eventos que para mim foram marcantes. Na verdade, acidente pra gente que é da operação, qualquer um marca, mesmo aquele pequeno, porque o nível de cobrança é muito grande. Mas esses dois em especiais foram muito complicados.
TEBAR / FUNCIONÁRIOS
Hoje, na coordenação de operação, subordinados a mim, têm 110 pessoas, todos operadores. Os grupos são formados por turno, em torno de 15 pessoas. Quatro deles tem 15 pessoas, e um tem, são cinco grupos: quatro tem 15 pessoas, e um tem 16 pessoas. Fazendo uma avaliação de tarefa desse pessoal – eu tenho isso lá, para saber qual é o contingente ideal – eu diria que hoje eu precisaria ter em torno de 18 pessoas, por grupo. Esse número deve crescer um pouco, porque estão entrando novas instalações. Tem uma estação de tratamento de efluentes novos que vai entrar e vai precisar do dobro de pessoas que eu tenho hoje. Então isso deve crescer um pouco. Mas hoje, eu diria que 18 pessoas seria um número razoável, até pensando na possibilidade de algum evento de incêndio, alguma coisa, para poder compor uma brigada adequada para esse tratamento. Hoje eu dependo de ajuda externa.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Hoje eu sou coordenador de operações. Quando eu entrei, o que me interessou, o que me atraiu na Petrobras foi a sua logística: essa coisa de planejar, essa coisa de entender como é que funciona um navio, como é que funciona um oleoduto. A operação foi a porta de entrada, e entrando na operação, entrou no coração da logística, está no meio da logística. E eu cheguei em uma época mesmo a ficar quase três anos fora, trabalhando na logística mesmo, trabalhando com programação operacional. Foi na época do DTCS, em 1992, eu fazia a programação do Terminal. Nessa criação desse novo órgão eu fui para a sede, levei a programação para a sede. Eu fiz a transição da programação local para a programação da sede em São Caetano. Aí depois que eu fui para o Rio, na mudança de São Caetano para o Rio de Janeiro. Aí eu voltei para a área. O meu interesse era mais executivo, porque eu tenho um perfil mais executivo. Por isso que às vezes eu me irrito muito com esse negócio de contratação, porque é muito lento. Dentro da operação não dá para esperar. O navio encostou, tem que descarregar, se quebrou alguma coisa tem que ser arrumada. Esse perfil de executor, por isso que eu acabei voltando para a área.
TEBAR / MODERNIZAÇÃO
Praticamente toda a modernização que a gente tem no Terminal é basicamente em função da melhoria que houve na automação. Mas neste momento, de agora até 2012, por aí, nós estamos passando por uma nova transição que continua com automação. Nós vamos ter uma série de empreendimentos, estão renovando os equipamentos que a gente tem atualmente. A gente vai trocar todos os braços que a gente tem no píer. São 19 braços. Vamos instalar mais três bombas novas para carregamento de navio, já prevendo uma provável exportação desse Campo de Tupi. Está sendo feito um revamped daquele oleoduto Osvat que eu falei: estão substituindo todas as bombas e acrescentando mais uma. Começou a obra da nova estação de tratamento de efluentes, que vai migrar de um tratamento químico para um tratamento biológico, que parece ser muito mais eficiente, uma tecnologia nova. Na verdade, o Terminal, da época que eu entrei até hoje, não vi um único ano que ele não passasse por algum tipo de mudança, de melhoria de tecnologia, seja ambiental ou seja com pessoas, seja de equipamentos. A gente sabe que isso vai se prolongar por alguns anos ainda. O Terminal não pode parar.
TEBAR / PRÉ-SAL
Geralmente, quando surge um campo novo, ou uma oportunidade de trabalho nova, todo mundo quer abraçar, e ainda mais Tupi, que tem sido feita propaganda dele até pelo próprio Presidente da República. Então, está todo mundo vendo, e querendo por a mão nisso. Hoje nós temos um navio, hoje, isso está acontecendo agora, a gente está aqui, e está acontecendo lá, ao vivo, o primeiro navio com o carregamento do Tupi. O navio está atracado. O que está ocorrendo agora? O primeiro carregamento do Tupi está vindo para o Tebar e está aqui em São Sebastião. Está ali o óleo. Como que é esse Tupi? Qual a expectativa desse Tupi? Para o Tebar, se ele vier para cá, ótimo. Se não vier, ninguém vai chorar, porque o Terminal tem muito petróleo, ele já movimenta muito. Estamos na expectativa. Eu diria que a expectativa maior do Tupi é para os políticos da cidade, pois “o cara” ganha royalltes com isso; essa expectativa política é a maior. Mas ele também é um óleo que tem um perfil interessante, inclusive esse petróleo vai ser processado pela RBPC, ele vai pelo Osbat. Ele é um óleo de grau API [American Petroleum Institute] que é em torno de 29. É um óleo que eu diria que de perfil médio, é um óleo que tem uma densidade muito baixa, tem uma acidez muito baixa. É quase um “filé mignon”, dentro dos petróleos que a gente recebe atualmente. Tem muito pouca água, densidade muito baixa. É um tipo de “picanha” ali, um “filé mignon” dentro do elenco de petróleos que a gente opera. Aquele petróleo [árabe], o seu grau de TID deve ser na faixa de 45, 40 pra cima. Esse está na faixa de 29, já para o grau API, do nível nacional. Já é um grau razoável, diria que melhor até do que Marlin, que é o grande produto que a gente tem aí. É um petróleo que vem trazendo bastante expectativas. Às vezes o pessoal pergunta pra mim:“Qual petróleo é melhor?” Eu digo: “O melhor é aquele que está no teu bolso.” O melhor é o que a gente tem. Então eu diria que tem petróleos que vendem melhor uma coisa do que outra, mas petróleo é petróleo. Eu acho que todo petróleo é bom, depende como você processa.
PRE-SAL / REFINARIAS
As refinarias foram construídas na época em que o Brasil ainda não tinha petróleo. Não se conhecia o petróleo e o perfil era o petróleo leve. Eles tiveram que fazer vários revampeds em refinaria [para o óleo] que é mais pesado, só que mesmo assim ele não processa puro. Ainda hoje nós dependemos de uma importação entre 15 a 20% de petróleo leve pra poder entrar nessa corrente nacional, pra compor o mix, que é processado de forma razoável. Então houve uma modificação. Quer dizer, esse mix, comparado com o Tupi, eu vejo que não tem grandes diferenças, em tese. Eu acredito que teria que haver uma grande mudança, se fosse descoberto um poço aí de grau API acima de 35, 32, daí para cima, pois aí seria um petróleo leve, aí estaríamos com “problema”, para processá-lo. Mas poderia vender no mercado internacional, por um dos melhores preços do mercado.
TEBAR / PRÉ-SAL
Esse navio está iniciando a descarga dele, ele descarrega por tanque nosso, de terra. Vai encher um tanque desse e esse tanque depois vai ser bombeado para a RBPC. A gente coloca a bomba, puxando desse tanque, jogando para esse oleoduto que vai para a RBPC. Muita gente não sabe disso, mas são as bombas do navio que jogam pra cá. Muita gente acha que se tira óleo do navio, mas não é verdade, o navio é que joga pra cá o óleo. Ele vai descarregar pra cá, para o tanque, do tanque, aí sim, ponho bomba e jogo para o oleoduto. Se for direto, esse navio deve operar, esses 55 mil, em torno de 16 ou 17 horas. Aí eu vou levar, para transferir todo esse óleo para lá pra cima, por volta de 45 horas, mais ou menos. [Isso] se for todo o óleo. Se eu receber primeiro e depois mandar. O que ocorre na prática, é que às vezes eu estou recebendo um tanque mas já estou enviando um outro. Então eu envio junto com o recebimento, praticamente. Mas se for numa seqüência, seria isso aí, 45 horas e mais umas 16 horas.
CRISE ECONÔMICA / 2008
Vou responder com uma visão pessoal, politicamente eu diria que [a crise] afetou, porque a Petrobras é uma empresa economicamente resolvida, porque o negócio do petróleo ele é ainda muito rentável. Tem um slogan interno que eu falo bastante: o petróleo bem ou mal administrado, sempre dá lucro. Então eu diria que por si só essa crise não afetaria, mas politicamente ela afeta, então isso traz reflexos, como os cortes: diminuição disso, diminuição daquilo. Mais do que se levar a ferro e a fogo, avaliando a empresa como um todo, a contabilidade da empresa, eu diria que não tem que fazer nada, não tem efeito nenhum. Mas de uma certa forma houve alguns cortes, atrasaram-se alguns projetos, a alguns deram prioridade. Mas isso porque você tem que demonstrar, de uma certa forma, para a sociedade que você também está dando a sua parcela de contribuição para a crise. Essa é a minha visão pessoal. Mas eu diria que, avaliando a empresa como empresa, com a visão de mercado, ela não teria crise para ela. A gente observa isso, que não teve para as montadoras de automóveis, que são muito mais vulneráveis. Mas se criou essa coisa da crise. Se o americano entrou em crise, todo mundo tem que estar em crise. E trate de entrar mesmo, porque senão sobra pra você. É mais ou menos por aí. Mas eu diria que se fosse levar a ferro e fogo não teve crise, mas politicamente sim. [Houve] alguns cortes, contenção de despesas, várias coisas foram cortadas, mas eu diria, na minha visão, que são coisas que somadas, não pagam uma sobre estadia de um navio aqui. Preocupam-se mesmo com perfumaria: “Oh, temos que cortar isso, diminuir o cafezinho, diminuir aquilo que é para todo mundo ver que a gente está dando a nossa contribuição, mas tem coisa que está acontecendo e que você perde muito mais, que você poderia estar vendo, mas você não vê motivação naquilo. Mas não é porque você gosta de perder dinheiro, é porque aquela “perda de dinheiro”, ela está trazendo um lucro muito maior que aquele, então você não se preocupa com aquilo. Mas de uma certa forma você tem que mostrar para a sociedade: “A crise se instalou no país, e eu também estou fazendo a minha parte aqui”. Então essa que é a minha visão pessoal dessa crise.
HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS
Acho que a própria história, a minha história de entrada na Petrobras... Eu sempre conto essa história, porque eu vim para cá em 1969 e vivi aqui do lado da Petrobras. Tinha parente, tio, primo, um monte de gente trabalhando aqui e a Petrobras, diferente do que é hoje, na época ela praticamente laçava as pessoas para trabalhar dentro da Petrobras. Diferente de hoje, que todo mundo quer fazer um concurso, quer entrar e não consegue, é uma dificuldade. Naquela época não, se você levantasse a mão: “Eu queria conhecer aí.”,“Você quer trabalhar aqui?” Era assim que funcionava a coisa. E eu nunca me interessei por isso, eu nunca quis isso. As pessoas: “Você precisa entrar na Petrobras, tem uma turma que está ganhando bem lá.”, “Rapaz, não é isso que eu quero, é outra coisa que eu quero.” Porque eu não entendia a Petrobras. Você vê: eu tinha um monstro aqui dentro da cidade e não entendia o que era a Petrobras. E eu acho que a maior parte da população ainda não entende o que é a Petrobras. Eu só me interessei pela Petrobras quando eu passei a conhecer. Então é a minha história. Eu vivi uma vida do lado [da Petrobras] e não sabia o que era, e nunca quis nem trabalhar aqui. As pessoas me convidavam e eu dizia: “Meu negócio é ir para São Paulo, para São José, eu não quero viver nesse fim de mundo aqui não. Custo de vida alto? Não quero saber disso daí.” Só depois que eu fui entender a empresa: “Caramba, mas nunca ninguém me falou que era assim.” Aí eu voltei para cá. É uma coisa pessoal, curiosa. Como eu trabalhei em turno, muitos anos, então a gente tem a chamada “zero hora”. Tem que vir de noite, e se você é casado, você tem que entrar meia noite; aí a mulher às 10 horas da noite já dormiu e você vai ficar fazendo o quê em casa? Eu vinha muito cedo para o trabalho. E uma coisa que eu conto e até hoje tem gente que acha que é brincadeira minha, que é mentira, mas não é mentira. Aqui dentro tem muitas corujinhas, nesses diques, que chamam de caburezinho, que era até o apelido que davam aos operadores. É uma corujinha desse tamanhinho assim. Ela me atacava. Por duas vezes ela me abriu um rasgo na careca aqui, porque eu vinha de noite. Como ela tem ninho, então ela subia no poste, aí me esperava passar e vinha e atacava mesmo. As pessoas não acreditavam em mim: “Esse cara está de brincadeira, não é possível, esse negócio não ataca ninguém.” E atacava mesmo, até o dia em que eu cheguei, com a careca, já era careca, com três rasgos aqui, e os caras: “O que é isso?” Eu falei: “É a corujinha lá, que vocês não acreditam em mim (risos), que faz isso.” Aqui tem muito pássaro, ali no píer tem os Vinte Réis. Ele é engraçado, ela bota em qualquer lugar, até em cima do concreto. Às vezes nem ninho faz, ele bota ovo mesmo e fica tentando chocar o ovo ali. E interessante, que para defender o ovo, ele costuma avançar, só que ele te bombardeia com fezes, então ele joga fezes em você (risos). É comum isso acontecer lá. Acho isso engraçado. Quando você conta isso para as pessoas ninguém acredita. É um [pássaro] pequenininho, uma gaivotinha pequena assim. Inclusive tem até uma sociedade aí, protetora deles, que vem sempre no Terminal. Mas a gente conta isso para as pessoas e ninguém acredita. A turma fala: “Esses caras estão de brincadeira, as gaivotas estão fazendo mal para as cabeças desses caras” (risos). Mas é assim.
IMAGEM PETROBRAS
Eu sempre fui um cara que não foi muito de trocar de empresas, aliás, é uma das características da minha vida. Comecei a trabalhar com 14 anos e nunca fiquei desempregado. Falam: “Você é um cara de sorte.” Realmente eu tive sorte, trabalhei em boas empresas. A maioria delas, empresas que todo mundo gostaria de entrar. Eu trabalhei na Sabesp, na Embraer, na época que era estatal, depois trabalhei na Petrobras, e a turma fala: “Como é que tu consegue isso?” Não sei, isso aconteceu na vida e a coisa foi acontecendo e eu sempre me dediquei muito às empresas. Quer dizer, eu nunca trabalhei menos que dois anos em empresa nenhuma, porque eu sempre parti do [seguinte] princípio: se eu não conseguir entender a empresa, ou enxergar como é que funciona a empresa, eu não vou ter desempenho, então não adianta eu entrar, assim você vai ficar pulando de galho em galho, e não vai conseguir realizar absolutamente nada. Eu pelo menos penso assim. Então, quando eu entrei na Petrobras, eu já me identifiquei com o troço, eu buscava isso. Eu quero entender essa parte de logística, como é que funciona isso e na época ninguém falava em logística. Logística era restrito a uma empresa de ônibus, a uma empresa de transporte. Quando eu entrei na Petrobras, eu já tinha outros 16 anos fora. Então em tese, se fizer a continha, você vai falar: “Esse cara já se aposentou e não sabe.” Mas é mais ou menos por aí mesmo. Tem ocasiões que você fala que é petroleiro, falam que você é marajá, você é isso, você é aquilo. Tem muita gente aqui fora que acha que um cara aqui, quem ganha pouco, ganha 25 mil. É o conceito das pessoas. Isso não é verdade, 25 mil eu diria, que talvez o Diretor esteja ganhando. Mas no conceito das pessoas é isso. Então, essa coisa da visão externa, tem hora que preocupa, porque alguns acham que você é marajá. Outros já te olham com olhares de orgulho, e a gente está vendo no blog da Petrobras, que tem várias pessoas defendendo a Petrobras, em função de alguns ataques. Então você vê que tem pessoas que não tem nada a ver com o sistema e tem essa visão. Mas mesmo assim, o petroleiro, isso na visão das pessoas, sempre foi marajá, “Esses caras só se dão bem. Estão fazendo greve para quê? Os caras ganham 20 mil por mês.” Eu queria mesmo ganhar 20 mil por mês (risos).
A Petrobras é uma empresa que cumpre a lei, primeira coisa, e eu acho que isso é importante, principalmente para quem é trabalhador. Ela não tenta dar nó no trabalhador. Ela te paga o Fundo de Garantia. Por que eu estou citando isso? Por que a gente encontra aqui centenas de empresas, dentro da Petrobras, que não fazem isso, pessoas que pagam 300 reais, e pagam por fora para não ter que pagar tributo, e a Petrobras não faz isso. Então eu diria que a empresa, como uma empresa para um trabalhador ela é excelente. Se ela continuar dessa forma, ela vai ser uma grande empresa por muito tempo. Só pelo fato de agir dessa forma. Já caiu a ficha para a Petrobras que o maior patrimônio que ela tem não é o petróleo, são as pessoas que trabalham lá dentro, porque é difícil você ver isso em uma outra empresa. E olha que eu trabalhei na Embraer, trabalhei em empresas boas, que nem sempre tinham essa visão não. Mesmo sendo estatais, ainda tinha uns probleminhas lá para serem afinados. Agora na Petrobras, desde que eu entrei em 1987, há 22 anos, não lembro de algum dia que tivesse atrasado o pagamento aqui. E consultando pessoas mais antigas, eles não lembram, de 1978, de 1976 para cá. Para você ver como é que é o comportamento da Petrobras nessa questão social, sobre como tratar o empregado. Então eu pediria que continuasse assim. Se continuar assim já está muito bom.
MEMÓRIA PETROBRAS
Participar é sempre bom. Eu tenho até alguma coisa de história, porque em tudo o que eu faço eu busco alguma a história. Se você não entende o que passou você não vai saber o que vai fazer pela frente. Então eu gosto disso. Até falar isso, contar essa história, é muito gratificante.
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