Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Ligia Guedes Joaquim
Entrevistada por Inês Gouveia
Macaé, 06 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista PETRO_CB375
Transcrito por Regina Paula de Souza
P/1 – Para começar, eu gostaria que você dissesse, o seu nome completo, o local, cidade de nascimento, e, a data do seu nascimento.
R – Eu sou Ligia Guedes Joaquim, eu nasci na cidade de Macaé, que é a cidade aonde nós estamos nesse momento, né? Onde tem a sede da Petrobras, Unidade de Negócios da Bacia de Campos, e, eu nasci em 03 de novembro de 1962.
P/1 – Em que ano você entrou na Petrobras, Ligia?
R – Eu entrei na Petrobras em 1984.
P/1 – E, naquela ocasião, você entrou por quê? O que te motivava a entrar na Petrobras?
R – Bom, a Petrobras. Na época, eu lembro que eu trabalhava no estado e era uma empresa grande que estava chegando na cidade e, nesse momento, eu acho que eu ainda não tinha a percepção da grandiosidade que era a empresa. Era uma empresa, era uma espectativa melhor, porque Macaé é uma cidade do interior, é uma cidade de pescadores, né? Vivia, na época, basicamente, da pesca e do comércio, tinha um pequeno comércio, que ainda existe, até, hoje é chamada a Rui Barbosa, é a Rua Direita, né? E, basicamente, ou se era comerciante ou se era. Nessa economia informal, que tinha a agricultura, também, mas não era tanto, aqui, era mais na cidade, era mais nos distritos, né? Então, surgiu a Petrobras e, naquele momento, foi uma alternativa, assim, que vislumbrou o cidadão macaense, né? Ele sabia da dimensão da empresa, mas eu tenho a impressão que, naquele momento, eu não tinha a percepção da grandiosidade que a Petrobras é.
P/1 – Você se lembra do seu primeiro dia de trabalho, Ligia?
R – Não, me lembro do primeiro dia de trabalho. (riso)
P/1 – Você pode descrever como é que foi?
R – Foi pura mão na massa. Pura mão na massa. Naquela época, não tínhamos...
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Depoimento de Ligia Guedes Joaquim
Entrevistada por Inês Gouveia
Macaé, 06 de junho de 2008
Realização Museu da Pessoa
Entrevista PETRO_CB375
Transcrito por Regina Paula de Souza
P/1 – Para começar, eu gostaria que você dissesse, o seu nome completo, o local, cidade de nascimento, e, a data do seu nascimento.
R – Eu sou Ligia Guedes Joaquim, eu nasci na cidade de Macaé, que é a cidade aonde nós estamos nesse momento, né? Onde tem a sede da Petrobras, Unidade de Negócios da Bacia de Campos, e, eu nasci em 03 de novembro de 1962.
P/1 – Em que ano você entrou na Petrobras, Ligia?
R – Eu entrei na Petrobras em 1984.
P/1 – E, naquela ocasião, você entrou por quê? O que te motivava a entrar na Petrobras?
R – Bom, a Petrobras. Na época, eu lembro que eu trabalhava no estado e era uma empresa grande que estava chegando na cidade e, nesse momento, eu acho que eu ainda não tinha a percepção da grandiosidade que era a empresa. Era uma empresa, era uma espectativa melhor, porque Macaé é uma cidade do interior, é uma cidade de pescadores, né? Vivia, na época, basicamente, da pesca e do comércio, tinha um pequeno comércio, que ainda existe, até, hoje é chamada a Rui Barbosa, é a Rua Direita, né? E, basicamente, ou se era comerciante ou se era. Nessa economia informal, que tinha a agricultura, também, mas não era tanto, aqui, era mais na cidade, era mais nos distritos, né? Então, surgiu a Petrobras e, naquele momento, foi uma alternativa, assim, que vislumbrou o cidadão macaense, né? Ele sabia da dimensão da empresa, mas eu tenho a impressão que, naquele momento, eu não tinha a percepção da grandiosidade que a Petrobras é.
P/1 – Você se lembra do seu primeiro dia de trabalho, Ligia?
R – Não, me lembro do primeiro dia de trabalho. (riso)
P/1 – Você pode descrever como é que foi?
R – Foi pura mão na massa. Pura mão na massa. Naquela época, não tínhamos computador, não existia nada disso, né? Então, era, quando muito, uma máquina elétrica. Era, assim, um material a nível, assim, de poucas pessoas, né? Tanto é, que existia essa prova de datilografia eliminatória. Era você bater uma máquina elétrica. Isso aí eu recordo. A tecnologia, naquela época, estava, assim, começando, né? Que foi nessa última década, imagina? Nós temos a Internet há dez anos, né? Em 84 existia poucos terminais chegando, eram equipamentos enormes, né? De tamanho, mas com pouca capacidade de armazenamento. Então, eu lembro que eu cheguei, eu posso até contar a minha primeira atividade na Petrobras, foi desempacotar cadeiras, eu passei o dia todo fazendo isso, eu achei, assim: “Gente, é uma empresa, assim, grande, né?”. E eu me senti, assim, estranha. Eu me senti, naquele profissional, um pouco preparado para aquele momento, né? E é como se tivesse, assim, uma nova casa, arrumando mesmo, né? Essa questão.
P/1 – Qual era a sua formação na época?
R – Minha formação, eu estava terminando de fazer um curso de letras na cidade de Macaé, que a cidade não tinha faculdades, como ainda é carente, um pouco, na área de humanas, né? Hoje em dia, nós temos algumas faculdades chegando aí, mas eu lembro que eu tinha essa faculdade, que eu estava concluindo, que era letras. Isso, até, me estimulou, que quando eu entrei na Petrobras eu percebi que eu necessitava desenvolver, evoluir. Aí, eu comecei a fazer uma faculdade de administração, entendeu? Então, naquele momento, eu sei que aquela faculdade, aquele nível superior me permitiu, até, competir com os meus colegas da cidade, né? Mas não foi fator fundamental, também, pra minha carreira aqui dentro, que teve um outro diferencial, né?
P/1 – Quando você entrou, qual era o seu cargo?
R – Então, o meu cargo é o atual ainda hoje, né? Que eu sou técnica de administração, porque, nesse período, eu fiz o concurso, esperei uns quatro anos pra ser chamada, né? E houve políticas, né? Na época, que impediram que essas pessoas entrassem e ficou, assim, mais de década sem ter concurso pra Petrobras. Essa oportunidade que está tendo agora, de concurso na linha de nível superior, existe há poucos anos, né? Na época, não existia, você era um profissional, você entrava e você tinha um longo período pra ficar, um pouco, estacionado naquele cargo, pela impossibilade do concurso interno, que a Petrobras, você tem que ter o concurso, né?
P/1 – Embora, o cargo seja o mesmo, Ligia, mas depois de tanto tempo, quais são as mudanças que você pode contar um pouco pra gente, sobre o cotidiano de trabalho de quando você entrou e nos dias de hoje?
R – Eu posso dizer que a Petrobras, ela é uma representação do que é o nosso país. Eu vejo, assim, os profissionais que estão, aqui, atuando na Petrobras, são os profissionais que estão construindo esse país, né? E a evolução está vindo. A evolução vem desse indivíduo que teve as suas dificuldades, né? O nosso país, ele está desenvolvendo, né? E o profissional da Petrobras, ele vem acompanhando essas mudanças, né? Até, pelas limitações que nosso o país viveu, né? Por questões políticas, né? Eu acho que a Petrobras, ela vem resgatar um pouco dessa. É, assim, a Petrobras, ela é construída pelos trabalhadores, né? E quem são esses trabalhadores, né? Quem são? Eu vejo, assim, o nosso país, ele tem uma alternativa e, essa alternativa, eu acho que é através do trabalho e, esse trabalho, é o petroleiro, como outros profissionais que estão construindo, né? Seja ele empregado ou terceirizado, porque a questão de ser terceirizado, é uma questão que, às vezes, o empregado não teve essa oportunidade de entrar na empresa, né? Então, eu vejo, assim, o trabalhador, ele construiu e está construindo essa empresa e é o caminho que eu vejo, a alternativa do Brasil, né?
P/1 – Já que você falou desses trabalhadores, você saberia me dizer qual é o perfil, fazer um perfil desse trabalhador da Bacia de Campos, hoje?
R - A Bacia de Campos é como se fosse, assim, a menina dos olhos, né? É ela que, assim, ajudou a construir o Brasil, né? E ainda é no dia de hoje, né? Eu vejo, assim, muita garra, muito do que foi construído, às vezes, eu vejo colegas, até, darem depoimento, que as pessoas que estão entrando agora, elas não estão com essa garra, não é isso, o trabalhador, ele acompanha o desenvolvimento do momento histórico do seu país, né? Então, um empregado que entrou em décadas atrás é o empregado diferente que está entrando hoje, porque ele tem uma visão diferente, né?
P/1 – Qual foi o seu maior desafio, ao longo desses anos todos, dentro da Petrobras?
R – Eu acho que esse desafio eu sempre usei no meu trabalho, que eu sempre digo, assim: “Eu trabalho com gente, eu trabalho com recursos humanos”. Porque não adianta termos a tecnologia no mundo, né? Você está no momento histórico, porque você vive mais, né? A distância do que o seu momento presente. Você, às vezes, tem mais contato com uma pessoa que está do outro lado do mundo e você se sente mais estreito com ele do que com um colega seu de trabalho, que está na mesa de trabalho. Então, a tecnologia existe, ela está aí, mas o ser humano. Pra que essa tecnologia desenvolva, flua, ela depende desse relacionamento, que é o trabalho em equipe, entendeu? Se não houver todo um fluir no trabalho, através das equipes trabalhando, não tem como se construir, não existe tecnologia, você pode ter a melhor tecnologia que não adianta. Então, eu tenho trabalhado um pouco. Eu digo, assim, eu digo isso há algum tempo, há bastante tempo eu digo, assim: “Eu sou gestora de conhecimentos e integração de recursos humanos”. Porque você pode ter o melhor profissional, com o melhor cargo, mas se ele não souber. E esse momento que a empresa está passando, também, de você ter um profissional que está saindo e a urgência de você repor esse conhecimento, então, você tem que fazer a integração de pessoal, de passagem, até, de uma etapa importante da empresa para os que estão chegando darem continuidade. E essa urgência dos que estão chegando e os que estão saindo está estreitando um pouco, está, né? É nessa parte que a gente. A gestão de conhecimento é você gerir os recursos, os colegas pra que eles consigam dialogar, conversar no dia-a-dia e fluir essa questão aí.
P/1 – Já que você tocou nesse ponto, eu acho que isso é bastante importante. Você pode me dizer, como é conviver com gente tão diferente? Porque a Bacia de Campos, ela acolhe pessoas do Brasil inteiro e, até, de outros países, não é isso? Como é conviver com gente tão diferente, que têm culturas tão diferentes?
R – Exatamente, é nesse ponto que eu acho que a UNBC foi super feliz, eu acho que a UNBC deu conta do recado, porque Macaé é uma cidade de pescador, mas é uma cidade que, há décadas, ela absorve todo tipo de profissional aqui no país, não foi só com a chegada da Petrobras, eu sinto isso. Meu pai mesmo, ele é um baiano que veio pra Macaé com 19 anos e trouxe a família dele. Então, eu acho que esse local, em especial a cidade de Macaé, é uma cidade que cada vez mais está convivendo bem com isso. E é o perfil do trabalhador na UNBC, também, porque isso aí dá uma diversificação muito grande de cultura, de visões, né? Que isso beneficia no dia-a-dia, no trabalho. Você vê, até, no filho do trabalhador, petroleiro, seja ele de colégio público ou particular, ele convive muito com isso. E a questão, também, de você valorizar o hoje, porque naquele momento que seu colega de trabalho está aqui, ele pode ir embora, então, você vive essa diversificação de cultura. Como eu tenho colegas que, na década de 95, devido a algumas questões políticas do governo Fernando Henrique, eles pediram demissão e saíram da empresa, foram captar o intelectual, saíram num momento dificílimo pro nosso país, hoje em dia, eles estão trabalhando na Venezuela ou em outro local e eles mantém esse contato até hoje com o trabalhador aqui da UNBC, em termos de amizade, entendeu? Me colocam essas questões, que gostariam de voltar pra cá, porque eles sentem, assim, a empresa aqui, o UNBC, a Petrobras, como uma empresa que tem um perfil, assim, que as pessoas são amigas, as pessoas, no dia-a-dia, crescem através dessa amizade, interação e essa diversidade, também, cultural, né?
P/1 – Qual foi a fase mais marcante, você que pegou essa trajetória da Bacia de Campos bem, qual foi a fase mais marcante desse período pra você?
R – Fase mais marcante? Têm muitas fases, assim, interessantes, né? Mas, assim, porque não dizer, eu tive dois momentos, assim, específicos aqui na UNBC, que me deixou, assim, muito feliz, que foi no ano de 2001, quando nós tivémos a oportunidade de ter a visita do Presidente Lula, aqui, na UNBC e, pra você ver como que essa rede de relacionamentos é tão intensa, que nós ficamos sabendo que o Lula estaria descendo, aqui, no nosso heliponto interno e, coisa de, assim, cinco a dez minutos e houve, assim, um contato tão forte entre os trabalhadores, que eles foram se comunicando, seja, passando na sala ou telefonando, em menos de sete minutos já tinha mais de 100 empregados, aqui, no heliponto pra recepcionar o Presidente. Na época, ele era Presidente do PT, né? E, ele desceu de helicóptero, foi, assim, um momento muito emocionante, porque o país vivia uma crise, né? Financeira, sem rumo. A gente estava entregue aos ditames do neoliberalismo, não sabíamos como ia ficar a situação da empresa. E, naquele momento, assim, ele chegou, realmente, como uma luz de esperança. E era um momento, assim, que. Questões econômicas não importa falar aqui no momento, mas, assim, mesmo que ele não tivesse sido o nosso candidato e, ele relatou, ele não era candidato, ele era apenas uma pessoa que estava visitando a base da UNBC. Então, os empregados viéram, mas foi, assim, impressionante, que foi uma disputa por agenda pra poder pegar um autógrafo do Lula e ele foi interditado de vir no nosso auditório, aqui, da UNBC, ele não pode entrar, infelizmente, mesmo assim, nós conseguimos com que ele fizesse uns cinco minutos de falinha e ele deu um discurso, assim, trazendo muita esperança pros rumos que o país ia ter, falando: “Eu não sei se eu vou ser candidato, mas se eu for candidato um dia, com certeza, eu vou olhar pras questões, né?”. E, foi um momento muito feliz, assim, foi um momento marcante, assim, né? Isso foi em 2001, aí, ele se candidatou, né? E, eu fico imaginando, como seria ter Lula aqui novamente, né? Aqui, na cidade de Macaé, eu não recordo se ele retornou, aqui, na cidade de Macaé. Mas esse foi um momento especial, né? E, um outro momento especial, acho que foi o dia que minha filha, também, entrou na empresa, né? Apesar, de que eu sei que o jovem hoje em dia, até, por ter visto, assim, a nossa geração foi uma geração, assim, não é certo ingênuo, nós, assim, conduzimos, né? Assim, praticamente, a Petrobras era uma extensão do nosso dia-a-dia, né? Aquele envolvimento, né? E você sempre se dedicando ao máximo, né? Então, hoje em dia, você sabe que os profissionais que estão chegando, eles já estão, assim, viram, principalmente, quem teve um parente aqui na Petrobras ou teve essa proximidade sabe, né? Como foi a construção dessa Petrobras, né? Ele sabe que faz parte, mas que, também, tem essas, né? Esse vai ter que cortar, interrompi a fala, o racicínio.
P/1 – Falando em construção, você falou em construção. Como foi, faça uma análise do que era essa região, aqui, que a gente está hoje, da Bacia de Campos, quando você entrou, quais foram as transformações dessa área, se a gente pensar nos dias de hoje, né?
R – Oh, eu sou o seguinte, eu sempre fui muito a favor da tecnologia, até, mais do que eu deveria, né? E eu sinto, assim, quando a Petrobras chegou aqui, tinham correntes contra, era uma população simples, mas a gente sabia, sim, que tudo você tem os prós e os contras, né? Mas eu sinto, assim, como toda, né? Como toda grande empresa que chega, né? Ela traz coisas positivas e nem tanto, né? Hoje em dia. Naquela época a gente podia dormir aqui na cidade, você podia deixar o portão encostado, né? E o nível de violência, nos dias de hoje, está altíssimo em Macaé, né? Lá em casa somos seis, né? E vou dizer pra você, que só os dois menores, né? O meu filho de seis anos é o único que não foi assaltado ainda, porque não anda, assim, basicamente, sozinho, né? Independente, né? Mas todos já fomos assaltados. Isso se estende pra geração acima, né? Meu pai já foi assaltado na porta do banco, minha mãe, também. Então, são questões que você sabe que são questões sociais, né? Que está ligada ao nosso país, não é especificamente pela Petrobras, né? Então, agora, pelo lado positivo eu acho que é como toda a tecnologia, né? Ela traz coisas positivas e negativas. Agora, nós temos que nos concentrar, absorver o que há de positivo, né? Que são questões da área de saúde, quantas coisas estão sendo desenvolvidas hoje em dia que estão beneficiando, né? Agora, a cidade mudou totalmente, né? Você pega uma foto de. E, basicamente, eu acho que de 95 pra cá que houve essa mudança. Até 1995 a cidade ainda podia ser considerada uma cidade segura, calma, né? Foi quando começou a chegar as grandes empresas, né? Que houve essa mudança na cidade.
P/1 – Você tocou em alguns aspectos delicados, então, eu gostaria de te perguntar, qual foi, então, a sua maior dificuldade? Qual a dificuldade que você passou nesses anos todos, em relação a sua vida profissional?
R – A vida profissional é como a vida humana, a gente constrói a cada dia, a cada situação, né? Nós já tivémos momentos difíceis aqui na UNBC, né? Mas não diria que foram os momentos mais críticos, que foram os mais difíceis, né? De repente, a gente está vivendo hoje em dia numa situação, assim, que pode, aparentemente, dizer que está acomodado e que está uma situação boa na empresa e, às vezes, nem pode ser essa a situação, né? Às vezes, as crises, né? Que nós vivemos como empresa, é, são positivas, porque um momento de crise é um momento que vai levar pro positivo, né? Nós tivémos aqui, né? Greve em 95, que a maioria dos empregados estiveram, né? É, tiveram, né? Registros de pontos cortados aqui na Bacia, né? Teve esses momentos, mas todas foram experiências pra você crescer, né?
P/1 – Ligia, o que é ser petroleiro ou petroleira? Você se identifica com essa palavra?
R – Totalmente, eu acho que ser petroleira é vencer desafios. Eu gosto, assim, eu gosto muito do Mario Quintana, ele diz assim: “Se as coisas são inatingíveis, não é motivo para não querê-las. Que triste seriam os caminhos se não fora a mágica presença das estrelas”. Então, é o seguinte, a Petrobras é um pouco, assim, está cheia de desafios, mas se você não vislumbrar uma coisa que seja, até, impossível, como você vai chegar um dia a vencer esses desafios, né? Eu acho que a construção da vida do petroleiro é isso, é você estar sempre vislumbrando o impossível, mas caminhando, assim, buscando esse impossível, porque o Brasil depende disso, né? Nós dependemos. O futuro da nação depende, exclusivamente, dessa garra do petroleiro, não só do petroleiro, mas essa construção positiva que o trabalhador tem.
P/1 – Para concluir, eu quero que você me diga, o que você achou de ter participado desse projeto e de ter nos dado a entrevista?
R – Já vai concluir, mas eu nem falei nada do que eu queria, assim, totalmente, dos projetos sociais que a Petrobras tem. Eu posso dar uma palhinha rápida? Que eu falei do primeiro, assim, o grande momento que eu tive na empresa, que foi a visita do Presidente Lula e, hoje em dia, eu tenho a minha filha, a Karla Guedes, que ela é uma profissional da empresa, está aqui, né? De passagem, eu não sei por quanto tempo, né? Isso aí, só o tempo vai dizer, né? E eu sempre, como eu coloquei no início, eu tinha acabado de me formar em letras, então, eu vinha pra empresa e eu procurava um pouco esse humano, aqui, na empresa. Essa parte humana, né? E eu encontrava nos projetos sociais, nos projetos literários que tinha, né? E, muitas vezes, eu trouxe a minha filha pra olhar o coral, né? E eles podiam ouvir no dia, porque era o trabalho do projeto das crianças e, hoje em dia, ela acabou se formando uma coralista, né? Então, eu acho, assim, a Petrobras, ela é um empresa muito forte, onde ela passa ela, né? Ela marca a sua presença, entendeu? Então, esse momento que a minha filha entrou na empresa eu achei, assim, interessante ver essa continuidade, né?
P/1 – Você atribui aos projetos sociais e, também, a sua influência?
R – É, esse estímulo que a empresa dá, né? Nos dias de hoje, existe, ainda, alguns projetos sociais como o PPJA. É o que eu digo, a empresa, ela é tão grandiosa que, muitas vezes, nós só percebemos esses projetos que ela tem do lado externo. Eu conheci o PPJA, que é o Programa Petrobras Jovem Aprendiz, fazendo a minha pós-graduação, e, estava aqui há mais de um ano, dentro da empresa que eu trabalho. Fisicamente, esse projeto existia, aqui, e quando eu fui estudar uma pós-graduação em psicopedagogia eu fiquei, eu fui fazer um trabalho de campo e eu percebi que a Petrobras patrocinava esse projeto, eu falei: “Nossa, há um ano e eu não conheço esse projeto, aqui, dentro da empresa, né?” Que é a força. E quando você entra e você vê a força do projeto, que é um projeto grande, né? Então, essa questão do social na Petrobras é muito forte, porque os empregados, eles são voluntários, eles gostam de participar, né? Mas qual foi a pergunta, mesmo? Que você falou:”Pra encerrar”, que eu acabei desviando o assunto.
P/1 – O que você achou de ter particiado do projeto dando a entrevista pra gente?
R – Eu achei excelente, fica aquele gostinho, igual trabalhar na Petrobras, quando você percebe que você está capacitado, que você está ficando um profissional excelente, você sente que a maior parte da sua trilha você já passou, foi igual aqui, agora que eu estou me sentindo apta a falar um pouco do que é a Petrobras, do que foi a minha vivência aqui, eu sinto que já acabou, né? Como tudo na vida, o que é bom passa rápido.
P/1 – Obrigada.
R – De nada.
(FINAL DA ENTREVISTA)
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